A Noruega celebrou o seu Dia Nacional na última quinta-feira (16 de Maio) com uma exposição intitulada "Independência Africana, Solidariedade Norueguesa", patente na Galeria do Porto de Maputo.
Numa nota enviada à nossa Redacção, a missão diplomática refere que a exposição sublinha o apoio de longa data da Noruega aos movimentos de libertação na África Subsaariana.
“Durante as décadas de sessenta e setenta, na Noruega e noutros países nórdicos, cresceu a indignação à medida que as pessoas tomavam consciência da desumanidade do apartheid e da injustiça do colonialismo. Homens e mulheres levantaram-se contra os opressores, em parceria com aliados nos países africanos. Isto impulsionou acções concretas por parte do governo norueguês, dos sindicatos, das igrejas e da sociedade civil”, destaca a nota.
Para o caso de Moçambique, tudo começou em 1969 com o apoio norueguês ao “Instituto Moçambicano” em Dar-es-Salaam, que servia como o centro educativo da FRELIMO no exílio. Apesar das sensibilidades em relação a Portugal, aliado da NATO, o apoio da Noruega manteve-se firme, reconhecendo a justa luta pela independência. Isto lançou as bases para laços sólidos entre Noruega e Moçambique. A cooperação para o desenvolvimento foi iniciada em 1977 e ainda é uma parte vital das relações bilaterais.
Comissionada pela Noruega e executada pela Fundação Liliesleaf da África do Sul, a exposição já passou por várias capitais africanas, entre as quais, Pretória, Dar-es-Salaam, Harare, Luanda e Addis-Abeba, para além de Nova Iorque (ONU), antes de ser interrompida devido à pandemia de COVID-19. Com o fim da pandemia, a exposição está agora disponível em Maputo.
A exposição incentiva ainda uma reflexão sobre a importância da solidariedade internacional na construção de um futuro mais justo e equitativo. Na cerimónia de abertura, o Embaixador da Noruega, Haakon Gram Johannessen, afirmou: "Solidariedade significa sentir a dor dos outros. Significa envolver-se para enfrentar desafios maiores do que os nossos próprios, que também podem afectar o nosso futuro comum. Num mundo de mudanças climáticas, pobreza e conflitos em ascensão, a solidariedade é mais necessária do que nunca.”
A amostra em painéis reflecte a estética de vários países africanos, que contam as histórias do envolvimento da Noruega na descolonização e libertação em África. A exposição demonstra a universalidade dos direitos humanos, o poder da solidariedade internacional e como as experiências passadas podem ajudar a enfrentar os desafios enfrentados hoje. (Carta)