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domingo, 27 dezembro 2020 17:18

Sofrimento Matequenha encontrado sem vida, com sinais de tortura

O antigo deputado e delegado provincial da RENAMO em Manica, Sofrimento Matequenha, raptado no dia 13 deste Dezembro, foi encontrado morto numa mata do interior daquela província do Centro de Moçambique.

 

A informação foi revelada por familiares naquela região de Moçambique.

 

O corpo do político foi descoberto por camponeses, abandonado, com sinais de tortura, e coberto de ramos de árvores numa mata de Pindanganga, uma aldeia do interior de Gondola (Manica), a cerca de 60 quilómetros ao Nordeste do local do seu sequestro, segundo um dos filhos da vítima.

 

“Após o rapto iniciámos com as buscas e recebemos informações de alguns camponeses, no sábado, dando conta de que tinha sido encontrado, na quinta-feira, um corpo abandonado, com os pés inchados e sinais de tortura, e cujas características físicas e o vestuário apontavam para o meu pai”, explicou o filho do político Almirante Matequenha.

 

Outra filha do antigo deputado foi depois enviada para o local com a fotografia do político, para confrontar as informações, tendo comprovado que era o corpo do antigo deputado, segundo Almirante Matequenha.

 

“Quando os camponeses encontraram o corpo [de Sofrimento Matequenha] procuraram por familiares e, por não encontrarem, enterraram o corpo num cemitério tradicional”, acrescentou Almirante Matequenha, adiantando que a família luta agora para reaver o corpo e realizar um funeral condigno.

 

Lurdes Inácio, a esposa do político Sofrimento Matequenha, disse que não esperava ver “uma pessoa que serviu o país sofrer tortura e ser enterrada de forma desumana”, sem a presença de familiares.

 

A zona onde foi encontrado o corpo de  Sofrimento Matequenha continua com uma forte presença das Forças de Defesa e Segurança e a família tem receios em se deslocar para o local sem uma escolta policial.

 

Sofrimento Matequenha, antigo deputado e delegado provincial da RENAMO, principal força de oposição, foi raptado da sua residência no início da noite de 13 de Dezembro, de acordo com a denúncia feita pela família.

 

Um grupo armado, equipado com farda policial, invadiu a casa do político no bairro Nhamaonha, subúrbio de Chimoio, capital provincial de Manica, e levou-o numa viatura preta, com vidros fumados, relatou a esposa do político, na altura.

 

A Polícia da República de Moçambique remeteu um pronunciamento para segunda-feira.(Redactor)

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