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terça-feira, 29 janeiro 2019 07:28

Parentes de Abubacar impedidos de visitá-lo

amade jornalista

Um parente directo do jornalista Amade Abubacar, que acompanha o processo da sua detenção desde o primeiro dia, afirmou, em contacto com “Carta”, que as visitas ao jornalista têm sido impedidas pelas autoridades policiais. Os motivos dessa atitude por parte dos policiais, segundo o familiar, não são revelados. “Hoje fui tentar visitar o Abubacar, mas foi-me dito que não seria possível. Tentei insistir, mas a resposta foi sempre negativa”, disse-nos um parente. 

Os familiares do jornalista mostram-se preocupados, pois o advogado é o único a quem é autorizada o acesso a Abubacar. “Mesmo a comida que levamos não chega até ele. Quando perguntamos dizem que têm ordens superiores para não permitir visitas”, sublinha um parente. “Carta” soube que este cenário transformou-se em “normal” desde a transferência do jornalista de Macomia para Pemba.

 

Amade Abubacar está detido há mais de três semanas, acusado de violação de segredo de Estado e de instigação pública a um crime com recurso a meios informáticos. Há dias o jornalista revelou à Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique que foi torturado aquando da sua detenção pelas forças militares. Para além de tortura física, o jornalista disse sofreu na cadeia de Macomia situações sérias de fome.

 

Amade Abubacar foi detido no distrito de Macomia, no dia 5 de Janeiro depois de ter permanecido num quartel militar durante cerca de 10 dias. A sua detenção foi formalizada e, de seguida, foi transferido para Mieze, a maior penitenciária da província de Cabo Delgado, onde aguarda pelo seu julgamento. 

 

Sublinhe-se que várias organizações nacionais e internacionais consideram a detenção do jornalista um atentado à liberdade de imprensa. Muito recentemente, jornalistas da África ocidental mostraram-se solidários com Abubacar. (S.R.)

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