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domingo, 07 agosto 2022 15:22

Angola: a informática poderá salvar João Lourenço e o MPLA!

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Group 262mmmm

 

“O Partido Movimento Popular de Libertação de Angola diz na sua campanha que votar no MPLA é honrar o antigo Presidente do Partido, José Eduardo dos Santos. Ora, onde andavam esses senhores e senhoras quando sozinho e “abandonado” sucumbia nas terras de Espanha, Barcelona. Alguma vez o visitaram! Quando regressou a Angola receberam-no com alguma HONRA? E porque os angolanos iriam votar no MPLA para honrar a pessoa que mais foi hostilizada no “reinado de João Lourenço”, não deviam pedir o contrário! Dizendo “não votem no MPLA porque não valorizou o obreiro de PAZ em Angola não seria este um bom SLOGAN”.

 

AB 

As eleições de 24 de Agosto na República Irmã de Angola contam com sete Partidos concorrentes e coligações de Partidos Políticos. Segundo a lista divulgada pelo Tribunal constitucional, são eles: MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PH, E P-NJANGO, e uma coligação denominada CASA-CE. As eleições compreendem 220 membros da Assembleia Nacional, o Presidente e Vice-Presidente de Angola sai da lista mais votada e compreende o 1º e 2º da lista.

 

Um dado interessante é que a República de Angola, através do Presidente da República, quase triplicou o valor para a Campanha eleitoral dos Partidos políticos que passou de 445 milhões de Kwanzas para 1.112 milhões de Kwanzas. Este valor é atribuído a cada Partido concorrente, no caso os sete fixados pelo Tribunal Constitucional. Nas eleições de 2017, a composição da Assembleia Nacional foi a seguinte: MPLA elegeu 150 Deputados com 61,07%, UNITA 51 com 26,67%, CASA-CE 16 com 9,44%, PRS com 91,35% 2 e FNLA com 0,93 1 Deputado.

 

A Sociedade Civil Angolana lançou um repto aos cidadãos angolanos que, por sinal, não é prevista na Lei Eleitoral que é “VOTOU, SENTOU”. De acordo com a opinião desta, o facto de se retirar da contagem de votos dos Municípios pode propiciar a uma “FRAUDE” eleitoral, por isso, querem “controlar” a contagem. Com o lema adoptado “VOTOU SENTOU”, a Sociedade Civil pretende que os eleitores sejam os próprios fiscalizadores do voto. Diz ainda a Sociedade Civil de Angola que “não há confiança na CNE, por isso é que criamos estes métodos de fiscalização independente. A Sociedade Civil também deve ter uma voz, que vai servir de equilíbrio dos diferendos entre a Oposição e o partido no Poder”, conclui José Hata.

 

Aqui é preciso que se faça uma ressalva, a Lei Moçambicana prevê a participação da Sociedade Civil na CNE – Comissão Nacional de Eleições, ao contrário da Lei de Angola em que a Sociedade Civil reclama não ter VOZ. No entanto, nas eleições passadas tivemos quase o mesmo modo que a Sociedade Civil de Angola exige dos eleitores sob o lema “VOTOU SENTOU”. No caso Moçambicano, a ideia era “contar o seu Voto” cito de memória, ou seja, a Sociedade Civil Moçambicana, apesar de estar representada, não tem “confiança” nos seus próprios representantes, lembrando que o Presidente da CNE sai da Sociedade Civil.

 

Pelo nível de mobilização para as eleições de 24 de Agosto, faz-me recordar as eleições de 29 e 30 de Setembro de 1992, em que havia duas eleições, para a Presidência da República e para a Assembleia nacional. Nesse ano, o universo de eleitores inscritos foi de 4.401.538 e votaram 3.941.083 e, deste universo, coube ao MPLA 49,56% ao Partido UNITA 40,07%. Estas eleições foram realizadas na base dos Acordos de Bicesse assinados a 31 de Março de 1991, que visavam colocar um fim à Guerra em Angola. Mas antes pelo contrário, reacendeu a Guerra, o nível de participação foi de 91,3% para a Assembleia Nacional e 91,2% para as Presidenciais. Qual será o nível de participação nas eleições de 24 de Agosto de 2022, eis a questão que se pode colocar e me parece que motivação não falta!

 

Escusado recordar que a UNITA e os restantes oito partidos participantes desta eleição rejeitaram os resultados, considerando que houve “FRAUDE”. As negociações havidas entre o MPLA, Partido no Poder, e a UNITA não surtiram nenhum sucesso e a Guerra voltou a dar lugar as conversações naquele País irmão. Foi na sequência desse reatamento da Guerra em Angola que o Líder da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, viria encontrar a morte a 22 de Fevereiro de 2002, no Moxico em combate. Os seus restos mortais estiveram lá até 2019, altura em que o Governo de Angola decidiu exumar os restos mortais para entregar a família e ao Partido UNITA.

 

Esse perigo de Guerra não existe na República de Angola, até onde se sabe, a UNITA, no período que se seguiu à morte do Dr. Jonas Malheiro Savimbi, seu Líder e Fundador, foram encetadas negociações de Paz que culminaram com a integração dos seus militares nas diferentes áreas da sociedade e de lá a esta parte vive-se em Paz. Por isso, as eleições são a única e exclusiva forma de se aceder ao poder naquele País e a UNITA, apesar de ser um Partido de oposição, me parece ter se preparado da melhor forma em relação ao MPLA que esteve ocupado a “caçar bruxas” no lugar de Governar Angola.

 

MPLA CHORA José Eduardo dos Santos!

Para as eleições de 24 de Agosto de 2022, o MPLA não pode contar com o carismático antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos falecido em Barcelona, Espanha, cujos restos mortais estão ainda em disputa Judicial naquele território Europeu. A questão que se coloca e me parece legítima é: o MPLA, ao assistir impávido e sereno ao autoexílio de José Eduardo dos Santos, não sabia que o ciclo eleitoral é de cinco anos.

 

0 Partido MPLA, que foi Presidido por José Eduardo dos Santos durante 38 anos, esteve indiferente ao que acontecia ao seu Presidente e, de certo modo, apoiou as barbaridades cometidas pelo seu actual Presidente João Lourenço. Agora, na caça ao voto fala de José Eduardo dos Santos como sendo aquele que deve inspirar os angolanos e honrá-lo através do voto ao seu Partido MPLA. Estarão os dirigentes do MPLA a considerar o Povo Angolano de “PARVO”!

 

Pessoalmente, por aquilo que observo na campanha eleitoral em Angola, o MPLA não tem mensagem para os angolanos, João Lourenço desgastou e de que forma a imagem do MPLA, que transformou o Partido no seu “bem particular” para se “vingar” do homem com quem durante muitos anos trabalhou. Esta atitude de Lourenço, infelizmente, lembra-me a forma como foi morto o Presidente Thomas Sankara e quem o matou. A diferença é que um usou o método convencional e no caso de Angola se usou o método de desgaste físico, moral e político e hoje o querem?!

 

Mas estamos em África e não creio que as intenções da Sociedade Civil angolana possam ter sucesso no seu slogan “votou, sentou” porque, certamente que o Governo do MPLA irá usar a Polícia e a Tropa para retirar de forma compulsiva as pessoas. Pode ser que o sistema de Tecnologia informática seja também parte da estratégia do MPLA para ganhar as eleições porque, através do voto popular, sou da opinião que João Lourenço e MPLA terão o sucesso de perde-las e passar a oposição naquele País. 24 de Agosto é no “virar da esquina” esperemos para ver que milagre irá salvar esse Partido Libertador de Dr. Agostinho Neto e Eduardo dos Santos. A acontecer isso, os países que obtiveram independências através da luta armada deveriam congratular João Lourenço pelo tão “BELO FEITO” para os angolanos e, certamente, o abrir o olho as oposições no sentido de que “afinal pode-se chegar ao poder sem recurso a armas”, esperemos serenamente para ver!

 

Adelino Buque

 

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