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quarta-feira, 08 fevereiro 2023 07:28

FMF Incuba "Gangsterismo"!

Escrito por

Adelino Buqueeeee min

“Ao assumir um compromisso de pagar um determinado valor no caso de qualificação e não fazê-lo, ao assinar um compromisso com os atletas em Argel e, chegados ao território nacional, considerar esse documento inválido e sem valor jurídico, o colectivo da FMF mostra que a FMF agiu sempre de má-fé, nunca teve intenção de remunerar os atletas pelo seu trabalho. Mais do que isso, ao criar uma comissão de inquérito para um caso em que ela será objecto de inquérito, mostra o jogo de antecipação, qual astúcia! Definitivamente, as atitudes da nossa FMF são próximas de um "gangsterismo" não é aceitável, devem cumprir com as promessas feitas aos jogadores. Honrem a vossa palavra, obrigado.”


 
AB



Os episódios acontecidos em Argel com a Federação Moçambicana de Futebol e a Selecção nacional, os “Mambas”, não dignifica Moçambique e tão pouco a própria Federação Moçambicana de Futebol. Longe disso, mais do que os seleccionados de Chiquinho Conde, a Direcção da Federação Moçambicana de Futebol é responsável por esses episódios tristes e lamentáveis que, para o bem do Futebol, devem ser erradicados no nosso seio.



Uma nota importante aqui a considerar, estando certo que o Presidente da FMF é o “cabeça” e quem lidera a Federação, a estrutura em si tem um carácter colegial, por isso, a minha reflexão não visa a pessoa de Sidat, mas, antes pelo contrário, o colectivo que compõe a FMF. A esse colectivo se deve responsabilizar por estes tristes episódios que aconteceram em Argel e que continuam no território nacional. Caros membros da Federação Moçambicana de Futebol, é triste e lamentável a forma como lidam com este caso de Argel.



É deveras lamentável que uma instituição como a FMF reúna via “virtual” num feriado nacional, dia consagrado aos Heróis Nacionais e decidir pela criação de uma comissão de inquérito e a suspensão de atletas da selecção. Esses senhores que estiveram reunidos deviam ter vergonha desse acto tão precipitado quanto irresponsável que tiveram. Reunir num dia normal da semana e de forma presencial não seria a forma mais responsável?! A decisão que tomaram, caso tomassem no dia 06 de Fevereiro de 2023, o que atrasaria! Não é compreensível que homens com responsabilidades como dirigir a FMF não tenham respeito pelos Heróis nacionais, é triste.



A FMF e os “Mambas” são partes do litígio



A Federação Moçambicana de Futebol e os “Mambas” são duas partes em litígio no caso do CHAN Argel 2022, por isso não faz sentido que uma das partes tenha o poder de criar uma comissão de inquérito em que também é responsável. As pessoas indicadas para essa comissão de inquérito irão ouvir a FMF? Se sim, em que qualidade? Sim, porque a FMF, para um bom entendedor e com interpretação isenta dos factos, é responsável pelos acontecimentos de Argel. É a FMF que não cumpriu com as suas obrigações para com os atletas, obrigações que de forma voluntária prometeram aos atletas.



Mais, ao agir como agiu, a FMF é que acaba manchando o bom nome de Moçambique, conquistado com sangue dos Heróis nacionais simbolizados no 3 de Fevereiro, data em que a mesma Federação do Futebol, no lugar de dirigir-se à Praça dos Heróis para homenageá-los, preferiu reunir “virtualmente” para “punir” outros Heróis nacionais, desta feita, do Futebol nacional. Na verdade, no seio dos adeptos de futebol, estes jovens trouxeram muita alegria e hastearam a bandeira de Moçambique bem alto em Argel. Foi o trabalho dos “Mambas” e seu corpo técnico que logrou esse sucesso, registe-se!



Na minha opinião, a FMF, para este caso específico, não devia reunir para deliberar tal como o fez. Até poderia reunir para analisar os acontecimentos do CHAN e comunicar o público as suas conclusões. No entanto, essa reunião nunca deveria criar uma comissão de inquérito e muito menos punir jogadores, excepto o elemento da Federação. Esse, sim, podem puni-lo como acharem melhor e dentro dos vossos estatutos e regulamentos. Agindo como agiu, a FMF quis “jogar” na antecipação e criar “confusão” no seio da opinião pública, o que não abona aquele colectivo.



Sobre a Intervenção da SED!



Devo dizer que a intervenção da Secretaria do Estado do Desporto foi oportuna e deveria ter sido logo à chegada dos “Mambas” de Argel. Peca por ter sido ligeiramente tardia e que deu espaço para esta atitude da FMF de reunir “virtualmente” num ferido nacional para tomar decisões que tomou. Ainda assim, a SED deve manter-se a frente deste processo, na qualidade de representante do Governo para a área de Futebol e não só. É chegado o momento de a FMF deixar de ser um refúgio de “gangsterismo”. A FMF deve ser um lugar para gente honrada e responsável, comprometida com o desenvolvimento do Futebol em Moçambique.



Ao assinar um compromisso em Argel e chegar em Moçambique considerar o documento inválido e sem valor jurídico, a FMF mostra de forma clara e evidente que a FMF sempre agiu de má-fé neste assunto. Mostra o quão “gangsterista” é o colectivo da Direcção da FMF. De entre eles deveria aparecer alguém a chamar a atenção para a observância das regras elementares de convivência social. Por outro lado, mostra que os atletas tinham razão ao exigir algo escrito em como irão respeitar o compromisso assumido voluntariamente, veja-se agora!


Atletas gazetam encontro com a SED!


Aqui, é importante chamar-se os atletas à razão. Quando a SED os convoca, repito, CONVOCA, não é uma questão de vontade, é uma questão de obrigação comparecer a esse encontro. A solução dos problemas não acontece por forças mágicas, acontece com a intervenção humana e, no caso, a SED, como representante do Governo de Moçambique, a ela cabe dirimir este conflito e reportar a outras partes do Governo sobre as posições das partes. Ao agir como agiram, faltaram respeito a uma instituição do Governo e o que tem a fazer é pedir desculpas e solicitar encontro para se esclarecerem e, quiçá, pedirem ajuda a SED na resolução deste diferendo com a FMF. Gazetar não vos dignifica jovens, a vida deve ser encarada de frente, os problemas, por mais bicudos que sejam, devem ser resolvidos e, para que isso aconteça, é importante a participação dos visados. Mas, como diria o Secretário de Estado para o Desporto, talvez tenham agido “de cabeça quente” depois do comunicado da FMF. Compreendemos, mas devem redimir-se do erro. Todos devemos respeitar o Governo.  

 

 

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