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quarta-feira, 17 junho 2020 07:53

Luther King falou, Mondlane ainda

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Num texto recente (Eduardo Mondlane. Um arquitecto mudo e de costas para o povo?) reclamei, mais um vez, de que o 1º presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane (1920-1969), precisava de se dirigir ao povo moçambicano. Aliás, uma reclamação de há 6/7 anos quando  fi-la num outro texto (Pai, Mondlane não fala?). Nos dois textos, fora a reclamação, sugiro que nos  festejos por ocasião de celebrações de Mondlane, FRELIMO e da independência de Moçambique, para citar algumas, as instituições de direito, o Governo em particular, deviam brindar o povo moçambicano com  a voz de Eduardo Mondlane, o arquitecto da unidade nacional,   quer através de vídeos e áudios quer por via de escritos de entrevistas, discursos e de outras intervenções. No último texto ainda pedi ao  partido FRELIMO que fizesse  jus a uma das suas marcas: a valorização da tradição e dos bons costumes.

 

O Martin Luther King Jr. (1929-1968) foi um pastor protestante e um dos principais líderes afro-americanos de luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos da América (EUA). Com esta grande figura tenho o grato privilégio e o orgulho de partilhar a data de aniversário e tudo que é inerente a um capricorniano. Há dias fiquei ainda mais orgulhoso: vi e ouvi  o meu  homólogo aniversariante a responder a uma pergunta sobre as causas que possam explicar porque razão os  afro-americanos enfrentam tanta dificuldade para poderem progredir nos EUA.  Na verdade a pergunta foi dirigida a Fareed Rafiq Zakaria, escritor e jornalista norte-americano, no seu programa de TV  “Fareed Zakaria GPS”,  a propósito dos recentes ( e em curso)  acontecimentos de foro racial nos EUA. Para responder Zakaria recorreu a um vídeo de uma entrevista dada por Luther King em 1967. No final do vídeo Zakaria disse que fazia de suas as  palavras de Luther King. 

 

Voltando a Mondlane: a data (20 de Junho) do seu  centésimo aniversário está  próxima e será celebrada num contexto em que a sua grande obra – a unidade nacional – vive tempos difíceis e  carecendo de uma intervenção de vulto. Para o efeito nada melhor que a do próprio arquitecto. Aliás um procedimento  que devia ser normal para trabalhos regulares de manutenção.  Mas pelo o que tenho acompanhado na imprensa, até agora o arquitecto da unidade nacional  ainda não foi chamado. Os trabalhos de manutenção da sua grandiosa obra está, e como sempre, à cargo de  intermediários. Contudo, ainda não desisti. Irei aguardar até ao dia 20 de Junho. Quem sabe se até lá alguém de direito  faça o mesmo que Fareed Zakaria.

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