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sexta-feira, 16 outubro 2020 09:27

A rainha Nhaucaranga e o imponente edifício do BM em Chimoio

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Inaugurada no dia 09 de Outubro de 2020, na antiga Vila Pery, hoje Chimoio, capital da província de Manica. A nova filial do Banco de Moçambique (BM) foi bastante celebrada e publicitada até que um dia foi surpreendida com uma chuva e relâmpagos que em menos de 15 minutos causou vários danos, entre eles, o tecto do auditório, donde chovia como se não existisse tecto no edifício.

 

O vídeo, sobre o facto, viralizou-se nas redes sociais e órgãos de comunicação social. Vários debates sobre a qualidade das obras voltaram a ser reactivados, numa sociedade marcada pela constante má-qualidade de infra-estruturas públicas devido aos ajustes directos ou negociatas.

 

Entretanto, para os cidadãos do planalto o problema era outro. É que todas as obras de edifícios em Moçambique são antecedidas por uma cerimónia tradicional; e em Chimoio essas cerimónias são realizadas ou dirigidas pela rainha Nhaucaranga; no caso da filial não se fez presente na inauguração. Os “maniqueces” não gostaram da situação que para além do tecto aberto, reclamam o facto de o recrutamento, para se trabalhar na filial, ter sido feito em Maputo como se lá não houvesse quadros formados.

 

Nas ruas de Chimoio a juventude protesta a exclusão silenciosamente. Os jovens que lavam e gerem carros estacionados nos passeios próximos a filial já vêem o seu pão a fugir, até porque no próprio dia da inauguração existiram alguns atritos entre os residentes e os brutamontes engravatados dos dirigentes presentes naquele acto.

 

No planalto diz-se que no dia da inauguração da imponente infra-estrutura, o administrador de Chimoio, o Secretário provincial dos camaradas, o presidente da Assembleia provincial e outras figuras da cidade do planalto foram impedidas de participar do evento. Tendo ficado em pé do lado de fora, porque alegadamente não havia espaço para eles; havia espaço só para os “vientes”. No planalto conta-se que até alguns escribas locais foram impedidos de fazer a cobertura do evento.

 

A exclusão da rainha Nhaucaranga já começou a ter consequências nefastas; antevendo-se outras realidades tristes, caso os donos da terra continuem a ser excluídos das oportunidades e de saudar os visitantes!

 

 

Respeitem os donos de casa!

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