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quinta-feira, 25 fevereiro 2021 09:48

CO’LICENÇA!

Escrito por

Já nos tinhas acostumado
Co’licença quase todos dias ouvir e ler!

 

Eram teus talentosos dedos de Escriba de qualidade
Que rápidas e acertadas ejaculações pensantes desenhavam
E à Carta de Moçambique profundas análises encaminhava
As quais em nossos smartphones desembarcavam.

 

Já sabíamos que quando ecoasse o Co’licença
Os factos e eventos seriam, ainda que de humor misturados,
Sem subornos, repletos de mais nobres verdades
E de sabor literário escasso na Pérola do Índico, temperados.

 

Ó nobre Escriba,
Aos seus atenciosos ouvidos
Nada se passava despercebido:
Desde esquemas das batatas descartadas no mercado Zimpeto
Aos malabarismos dos repolhos que cabeceiam os tomates do corajoso médico
Tudo merecia sua cautelosa e atenção minuciosamente dobrada!

 

Ó nobre Escriba,
Seus dedos ousadamente descreviam
Aquilo que os tubarões a todo custo tentavam esconder
Debaixo do tapete das águas que escorrem dos seus escritórios

 

Confesso que a gente não estava preparado
Como se nunca esteve diante deste substantivo detestado
Ó morte, até quando serás a resposta por todos indesejada?

 

Quando nos chegou o som do bater das portas
Ouviu-se um Co’licença que não teve resposta imediata
E nesse intervalo de vai e vem, de buscas e consultas
Abrandava aos poucos, silenciosamente
Uma voz que ao mundo bramava audaciosamente
Fazendo jus à liberdade de manifestação e de expressão literária
Em beneplácito da racionalização e da prevalência da justa verdade!

 

Co’licença!
Foi a última vez que a porta soou...
Não a de uma entrada terrena feita de portas de madeira
Eram, na verdade, comportas do além que lentamente se abriam
Para receber um dos mais exímios Escribas de uma terra abandonada e em chamas
Cujo incêndio e desleixo, o Escriba, diariamente arrostava para seus corolários reduzir!

 

Co’licença!
Desta vez, quando a voz soou
Carregava consigo um adeus tristonho
Pois, certamente, muitos dos seus sonhos
Seus esperançosos olhos não puderam contemplar

 

Ademais,
O nobre Escriba parte na certeza de que a juventude,
Aquela que caminha entorpecida e txilladamente adormecida,
Fará o transplante da chama da sua vigorosa veia pensante
Definindo caminhos e alternativas de resposta acertadas
Para travar desafios que aos seus pares atormentam
E conduzir a Pérola do Índico ao porto desejado
Onde prevaleçam o mérito, a verdade, a coesão e justiça social!

 

Ó nobre Escriba,
Co’licença!

 

Jota de JESUS - Janato

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