A Conferência Anual do Sector Privado, que decorre quarta e quinta-feiras em Maputo, estará centrada no agro-negócio. O “lobby” empresarial moçambicano, arregimentado na CTA, juntamente com entidades do Governo e empresários de fora do país, pretende discutir, entre outros temas, os problemas que preocupam o sector da agricultura em Moçambique. O destaque vai para o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC), que passou para o mesmo nível do dos restantes sectores da economia, ou seja, a agricultura, a partir de 1 de Janeiro 2016, passou a pagar 32% de IRPC. Os empresários da área afirmam que o imposto é sufocante.
Eles já operam sob um mar de dificuldades, com pequenas margens de lucro principalmente na produção de comida, e têm de competir com tantos produtos baratos vindos do estrangeiro. Neste contexto, insistem os operadores da área, uma carga de 32% sobre lucros diminui ainda mais a capacidade de as empresas fazerem o reinvestimento e expandirem a sua produção ou a sua actividade. A CTA pretende influenciar o Governo a criar condições para reduzir o IRPC no sector para 10%.
Entretanto, o mau estado das vias de acesso aos locais de produção é outro problema que apoquenta os operadores agrários, para além da limitação da rede eléctrica que até agora só chega às capitais distritais e não aos locais de produção. Alguns empresários acabam construindo as linhas de electricidade, incluindo Postos Transformadores, custos que os agricultores são obrigados a incorrer e que reduzem a sua capacidade de competitividade.
Outro especto tem que ver com a grande vulnerabilidade do país em relação às cheias e à seca. As margens dos principais rios do país, locais de grande produção, não estão devidamente protegidas contra as cheias e quando chove as machambas são constantemente alagadas e perdem-se muitas culturas.
Em relação à seca, também não há reservatórios espalhados nas zonas de produção para captação de água de chuva ou mesmo nos períodos de inundação que podiam captar a água que depois seria utilizada pelos agricultores em períodos de seca. O país está completamente vulnerável a pragas e doenças, quer seja para as plantas assim como para os animais. Destaque vai para o “lagarto de funil” que entrou e dizimou milhares de hectares de milho e a febre aftosa para os animais. Face à estes problemas, os produtores sugerem ao Governo medidas concretas para a sanidade quer animal assim como vegetal no país.
Para além de discutir os desafios acima descritos, bem como propor soluções, a CTA criou condições para que na XVI CASP 2019, sejam assinados diversos memorandos de entendimento para desenvolver ainda mais o sector do agro-negócio em Moçambique.
Para a edição da CASP deste ano já estão confirmadas cerca de 10 Instituições Financeiras de Desenvolvimento, o caso do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), PROPARCO, Industrial Development Corporation (IDC), Development Bank of Southern Africa (DBSA) e a Trade Development Bank (TDB). Estas Instituições irão interagir com as empresas moçambicanas e outras, procurando concretizar projectos específicos, previamente seleccionados. (Evaristo Chilingue)
A situação financeira da Liga Moçambicana de Futebol (LMF) continua caótica. Com efeito, cada vez mais prejuízos estão sendo acumulados pela entidade gestora do campeonato nacional de futebol para viabilizar a principal prova futebolística nacional (Moçambola).
De acordo com o Relatório das Actividades e Contas de 2018, aprovado na última quinta-feira em Maputo durante a XXIV Assembleia-Geral daquele órgão, até 30 de Novembro do ano transacto a LMF apresentava Fundos Próprios negativos no valor de 82.332.350,00 Mts. O valor correspondente ao excesso do passivo corrente sobre o activo (corrente) era 82.696.503,00 Mts. Comparando com o exercício económico anterior (2017), a situação representa um aumento de mais de 10 milhões de Mts, na medida em que os Fundos Próprios eram de 71.615.957 Mts negativos. Em 2016 a rubrica apresentava um valor negativo de 65.343.916,00 Mts.
O Relatório em causa, que os clubes declinaram discutir para se concentrarem no modelo da prova, refere que os activos tangíveis da LMF (mobiliário e equipamento administrativo, social, básico, e outros) decresceram de 417.675,00 Mts, em 2017, para 364.153,00 Mts no ano seguinte. Os activos financeiros subiram de 1.487.813,00 Mts, em 2017, para 3.389.889,00 Mts no ano a seguir, como resultado das dívidas que os clubes e algumas instituições têm com a LMF. Daquele montante, 3.083.114,00 Mts correspondem às dívidas dos clubes (referentes ao pagamento de multas e outras obrigações).
O valor das dívidas de outras instituições, incluindo a própria Federação Moçambicana de Futebol, é de 306.775,00 Mts. Aliás, a dívida dos clubes subiu de 1.314.813,00 Mts, em 2017, para 3.083.114,00 Mts no ano seguinte. O Desportivo de Nacala é o maior devedor, com uma dívida acumulada de 353.300,00 Mts.
Por sua vez, o saldo de caixa até 30 de Novembro de 2018 era de 7500,00 Mts, o mesmo que restou em 2017. Nos bancos comerciais, a LMF tinha um valor de 3.779.531,00 Mts, contra 912.103 Mts em 2017.Em relação às dívidas com os fornecedores, o Relatório aponta para um total acumulado de 78.589.064,00 Mts, contra 70.362.004,00 Mts de 2017. Do total da dívida, 51.881.720,00 Mts devem ser pagos à LAM (Linhas Aéreas de Moçambique), a companhia aérea responsável pelo transporte das caravanas desportivas.
Ainda de acordo com o Relatório das Actividades e Contas de 2018, que faz referência às actividades realizadas no ano passado e respectivos gastos financeiros, o passivo financeiro da LMF subiu de 4.095.924,00 Mts em 2017 para 11.153.232 Mts no ano a seguir, representando um aumento de aproximadamente 200%. Na rubrica “Outros Rendimentos e Gastos Operacionais”, onde são descriminadas receitas provenientes das transmissões televisivas e das obrigações financeiras dos clubes, assim como os gastos operacionais, o Relatório diz que a LMF rendeu no ano transacto 4.018.296,00 Mts, e gastou 15.888.063,00 Mts, tendo ficado com um saldo negativo de 11.869.787 Mts. Em 2017 aquela entidade tinha colectado 24.724.144,00 Mts, contra 13.485.873,00 Mts de gastos. Teve um saldo positivo de 11.236.271,00 Mts.
No documento em causa, o executivo liderado por Ananias Couane começa por defender que 2018 foi um “ano atípico” para todos os agentes económicos que actuam em Moçambique. Auto-intitulando-se uma das principais vítimas, a LMF destaca a possível interrupção da prova por falta de cabimento orçamental para o pagamento integral da factura da LAM. No entanto, para a prossecução do Moçambola contribuiu a pronta intervenção e patrocínio do Governo.
De acordo com o Relatório em questão, a LMF colectou em 2018, através de contratos de patrocínio, 137.306.295 Mts, contra os 107.452.507 Mts angariados em 2017, o que representou um aumento de 30 milhões de Meticais. Do valor colectado, 33.850.000 Mts foram injectados pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural através do seu Fundo de Desenvolvimento Sustentável, entidade que pagou o valor da Taxa de Combustível que era exigido pela LAM como condição primária para a deslocação aérea das equipas.
Por sua vez, a LAM desembolsou 50.974.050,00 Mts através de um desconto comercial na contratação de 3.980 passagens aéreas, enquanto a Aeroportos de Moçambique injectou 7.500 mil Mts que foram canalizados para o pagamento das taxas aeroportuárias e de embarque. Assim, dos 100.515.589,00 Mts gastos pelo transporte aéreo em 2018, só 49.980.600,00 Mts foram desembolsados pela LMF. Das transmissões televisivas, a LMF recebeu da ZAP 15.485.000,00 Mts, um valor abaixo do colectado no ano 2017, quando angariou 20 milhões de Meticais.
As discussões sobre a saúde financeira da LMF não são novas, mas anualmente o assunto tem sido colocado em segundo plano em virtude de a Direcção da LMF e os clubes priorizarem questões políticas e competitivas da prova, sem olhar para as condições em que a mesma decorre.
Há dois anos que a Direcção da LMF falava da necessidade de ajustar o campeonato nacional de futebol à realidade financeira da entidade, mas tanto por aquele órgão social como pelos clubes o assunto nunca foi levado seriamente. (Abílio Maolela)
As cheias nas margens do rio Rovúbuè (nas regiões de Matemo e Chingodzi) em Tete, na madrugada do dia 8, na sexta-feira, eram previsíveis, mas ninguém lançou qualquer alerta, apurou “Carta” de especialistas do sector hidrológico nacional. No passado dia 7 de Outubro, o Boletim Hidrológico (produzido pela Ara-Zambeze) referente ao dia anterior (6), indicava que tinha havido chuvas acima do anormal nas regiões mais a norte de Tete, em Tsangano e Angónia, com uma queda pluviométrica de 100 milímetros. Com esse nível de precipitação, disse uma especialista, era previsível que a bacia do Rovúbuè haveria de inundar, desalojando dezenas de pessoas e destruindo casas de construção precária.
Mas ninguém se mexeu para alertar às pessoas, que construíram residências numa zona propensa a inundações. Por regra, as autoridades governamentais deviam ter convocado um Conselho Técnico ligado à gestão de emergência. O que aconteceu foi o que se viu. Na madrugada do dia 8, todo o mundo foi apanhado de surpresa quando passava pouco depois da 1 hora da manhã. A descarga de chuvas nas regiões de Tsangano e Angónia tinha sido tão forte, mas ela por si só não seria suficiente para inundar na bacia do Rovúbuè até encobrir tetos de várias casas. Houve algum contributo da Hidroeléctrica de Cahora Bassa(HCB)”, sugere outro especialista contactado. A HCB ainda não fez qualquer pronunciamento. “Carta” não conseguiu ouvir fonte oficial da empresa.
Mas fontes internas, não oficiais, disseram que a HCB começou a efectuar descargas há cerca de duas semanas, quando sua capacidade de encaixe atingiu os 99%. A HCB estava a libertar 3 mil metros cúbicos por segundo, antes de acontecer o descalabro no Rovúbuè. Quando no final da manhã do dia 7, o alarme de cheias dada pelo boletim hidrológico foi enviado para a HCB, já era tarde. “Carta” apurou que a HCB, ao receber a informação da Ara-Zambeze, tratou de encerrar suas comportas.
O problema é que o impacto do encerramento das comportas no Songo (onde se localiza a hidroeléctrica) atinge a zona de Tete apenas 24 horas depois. Esse é o tempo de duração de uma onda de caudal que saia da barragem para Tete. Ou seja, na noite do dia 7, a massa de água que tinha sido absorvida pelo Rovúbuè, vinda dos vários riachos do norte, tentava entrar no Zambeze, onde o Rovúbuè desagua, mas não fluía por que o rio já vinha carregando grandes caudais da montante, provocando a inundação.
A madrugada do dia 8 foi o pico, com um enorme pano de fundo de destruição. Mas não é a primeira vez que as inundações acontecem nas regiões baixas de Matemo e Chingodzi. Habitantes de Tete recordam-se de ter havido cheias com as mesmas características na mesma região em 2014 mas ninguém foi afectado. Nos últimos anos, as autoridades municipais de Tete fizeram vista grossa à construção desenfreada no local, ondem nasceu uma superpovoada zona suborna, num misto de laxismo e corrupção. Por outro lado, um Plano Nacional de Gestão de Recursos Hídricos, elaborado pelo Governo em 2015, com o objectivo de melhorar a gestão de bacias hídricas em Moçambique, foi posto na gaveta. O Ministro das Obras Publicas, Recursos Hídrico e Habitação, João Machatine deslocou-se a Tete hoje para se inteirar da situação. É provável que tente perceber porque é que ninguém mobilizou as populações para retirarem-se das zonas de risco diante de uma forte probabilidade de inundações. (Carta)
Foi recentemente inaugurado oficialmente na cidade de Londres, no Reino Unido, o novo balcão do Banco Pan-Africano UBA, que com representações nos Estados Unidos da América (EUA) e França possui mais de 20 instituições em África. A inauguração do referido balcão na capital Britânica foi autorizada pela Produntial Regulation Authority (PRA) e Financial Conduct Authoeity (FCA), autoridades reguladoras do sistema financeiro do Reino Unido, que permitiram à UBA e UK iniciar operações bancárias em pleno. Na cerimónia estiveram presentes gestores do sector público-privado da Europa e África.Segundo o PCA daquele Grupo financeiro, Tony Elumelu, a inauguração de um novo balcão consolida o posicionamento da UBA (United Bank for Africa) como um Banco Global africano e única instituição financeira da África Subsaariana com operações bancárias no Reino Unido e nos EUA. “A nossa presença no Reino Unido visa estimular e facilitar o comércio entre África e Europa, num contexto em que os britânicos e outros governos europeus procuram estreitar relações com os países africanos”, acrescentou Elumelu.
O CEO da UBA UK, Patrick Gutmann, disse que “estamos agora numa posição mais sólida, já que a autorização da PRA e da FCA permitem um modelo de negócios aprimorado que nos dá a oportunidade de aumentar o nosso capital e balanço”. Por sua vez, o CEO do Grupo, Kennedy Uzoka, referiu que a iniciativa vai satisfazer as necessidades do comércio dos clientes do UBA em África, que querem expor-se aos mercados europeus.
O UBA é um banco comercial Pan-Africano com operações em 19 países Africanos e nas praças internacionais de Nova Iorque, Londres e Paris. Tendo iniciado as suas atividades em Moçambique no ano 2010, o UBA possui actualmente três Agências, em Maputo e Nampula, e tem um total de 100 colaboradores.
O Grupo financeiro UBA Plc, um dos maiores de África, possui activos com um valor superior a USD 13,55 mil milhões, para além de fundos próprios estimados em USD 1,6 mil milhões, e um excesso de liquidez de aproximadamente 45%. No ano passado, o Grupo UBA plc gerou resultados líquidos acima de USD 1,5 mil milhões, como resultado do substancial crescimento da quota do mercado nos vários mercados em que opera. (Carta)
Um avião da Ethiopian Airlines caiu com 149 passageiros e oito membros da tripulação. Não há sobreviventes, confirmou já a empresa. O aparelho despenhou-se seis minutos após a descolagem perto da cidade de Bishoftu, a 62 quilómetros de Addis Abeba, capital etíope. O voo tinha como destino Nairobi, no Quénia e segundo o porta-voz da companhia, as vítimas são de 33 nacionalidades. O aparelho era um Boeing 737-800 e o acidente ocorreu este domingo às 8h44 da manhã, hora local. A notícia foi avançada pelo primeiro-ministro da Etiópia no Twitter, onde expressou condolências às famílias das vítimas.
O gabinete do primeiro-ministro, em nome do Governo e dos cidadãos da Etiópia, gostaria de expressar as mais profundas condolências às famílias daqueles que perderam os seus entes queridos no Being 737 da Ethiopian Airlines num voo regular para Nairobi, Quénia, esta manhã”, disse o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed Ali. “As operações de busca e salvamento estão em curso e não temos informações confirmadas acerca de sobreviventes ou de possíveis vítimas mortais”, disse a companhia aérea no primeiro comunicado, antes de confirmar que não há sobreviventes.
O aparelho que caiu na Etiópia é um modelo novo da Boeing, 737-800 MAX que tinha chegado à companhia há poucos meses. Um avião do mesmo modelo despenhou-se em outubro do ano passado no mar de Java num voo da companhia low-cost da Indonésia Lion Air. Foi o primeiro acidente com este novo modelo que é uma versão atualizada do Boeing 737. O relatório preliminar deste acidente apontou para um problema no controlo do sistema automático de segurança que forçou o aparelho a baixar. A queda deste avião provocou a morte de 189 pessoas. (Lusa)
Tal como Manuel Chang, os três ex-banqueiros do Crédit Suisse, no Reino Unido (Andrew Pearse, Detelina Subeva e Sugran Singh), vão combater a sua extradição para os EUA, onde sāo acusados em conexão com o escândalo do calote de 2 bilhões de USD, conhecido em Moçambique por “dividas ocultas”. Hoje, os advogados dos três compareceram na Corte de Magistrados de Westminster, em Londres. De acordo com a edição online do Financial Times, todos os banqueiros disseram que contestariam o pedido dos EUA, onde são procurados por "fraude em larga escala", segundo Mark Summers, advogado que representa o governo dos EUA na corte londrina.
Os três foram acusados pelo Departamento de Justiça dos EUA em Janeiro de fraude e suborno. Andrew Pearse, de 49 anos, vai contestar o caso "na barra da corte”, e possivelmente de “outras maneiras”, disse o seu advogado, Alex Bailin. A defesa vai usar essa tática de contestar na “barra”, um mecanismo que dá ao tribunal a capacidade de bloquear uma extradição se considerar que a maioria dos actos criminais de que ele é acusado ocorreu no Reino Unido.
Essa mecanismo foi prorrogado por Theresa May, em 2012, quando ela era Secretária do Interior, como resposta a um longo braço de ferro com a justiça norte-americana. Summers confirmou após a audiência que os três arguidos (Pearse, 49, Surjan Singh, 44, e Detelina Subeva, 37) estão a combater o pedido de extradição. Os advogados de Singh e Subeva recusaram-se a comentar imediatamente após a audiência. Todos os três réus, que compareceram à corte hoje, viram nova audiência ser marcada para 29 de Março. (Carta)
Foi de sete mortos e dezenas de casas queimadas o balanço de mais uma investida protagonizada na terça-feira (05) pelos insurgentes em Cabo Delgado. Desta vez os alvos foram as aldeias de Manilha, Mumu, e Ntotwe, no corredor entre Mocímboa da Praia e Awassi.
De acordo com fontes da “Carta”, os funerais dos mortos decorreram numa tímida cerimónia em que apenas estiveram presentes os poucos residentes que nos locais afectados optaram por abdicar da fuga e expor-se à sanha assassina dos criminosos. Em Mitope, por exemplo, houve vandalização de infraestruturas.
Ainda segundo as nossas fontes, na quarta-feira (06) nenhum transporte público foi a Mocímboa da Praia. Os passageiros eram descarregados em Awassi e Mueda. Na sequência destes últimos ataques, à semelhança do que tem acontecido em quse todas as situações idênticas, muitos habitantes das aldeias atingidas abandonarem as suas casas que mais tarde foram reduzidas a cinzas pelos atacantes.
Entre os mais sacrificados por esta última invasão dos agressores ao distrito de Mocímboa da Praia destacam-se professores e alunos, que tiveram de abandonar as respectivas escolas à procura de refúgio noutras paragens aparentemente mais seguras.
Dizem as nossas fontes que ainda é notório um certo traumatismo nos poucos habitantes que restaram nas aldeias atingidas pelos ataques de terça-feira. Muitas empresas que operam ao longo da estrada que liga Moçambique e Tanzânia dispensaram os seus trabalhadores.
Na terça-feira, dia da ocorrência dos ataques, os distritos e as aldeias atingidos estavam sem electricidade devido à queda de uma torre na linha de transmissão de alta tensão. O problema só foi resolvido no dia seguinte, à noite, com a retirada da torre improvisada de madeira que fora derrubada pela força das águas do rio Lúrio, e que ameaçava arrastar outras torres da mesma linha. (Carta)
As mulheres que se dedicam à apanha do polvo e captura de peixe na Ilha do Ibo, em Cabo Delgado, juntamente com outras associações, lograram atingir com a venda do produto uma receita de 2.107,175 Mts (aproxmadamente 35.119 USD) entre os anos 2017 e 2018. Esta informação foi veiculada por Lara Muaves, oficial sénior marinho do Fundo Mundial da Natureza, ‘World Wildlife Fund’ (WWF Moçambique), durante a reunião nacional para uma pesca sustentável e aumento da resiliência das comunidades e da biodiversidade, realizada no passado dia 05 deste Março em Pemba.
Na sua intervenção, Lara Muaves referiu que o projecto de “conservação da biodiversidade marinha e costeira através da implementação de medidas de adaptação às mudanças climáticas pelas comunidades de pescadores no Parque Nacional das Quirimbas (PNQ) ”, que ficou conhecido por projecto Bengo, começou como um projecto-piloto que abrangia cinco comunidades-alvo distribuídas em três ilhas, nomeadamente Ibo (Rituto e Cumuamba), Matemo (Palussança e Muanacombo) e Quirimba (Cumilamba). O projecto Bengo era composto por 41 mulheres residentes nas comunidades.Devido às mudanças que eram trazidas pela actividade a ele inerente, o projecto em causa foi expandido para outras comunidades como as de Arimba, Kipaku, Songossawe, Tchamba, Mujaka e Riweculo. Durante dois anos foram capturados 12.725,75 kg de polvo e 8.346kg de peixe, tudo através da pesca de vedas que foi desenvolvida em 61 meses e numa área de 2949ha.
Para Lara Muaves e os membros das associações pesqueiras, o grande problema é a fiscalização, por não ser feita correctamente pela administração do PNQ. Isso fez com que as mulheres que lideram as associações criassem grupos de fiscalização das áreas criadas para actividade pesqueira.
A pesca de veda, praticada no PNQ, tem contribuído na melhoria de vida das comunidades da Ilha do Ibo que internacionalizaram o polvo de Cabo Delgado. As mesmas comunidades conseguiram que o projecto Bengo tivesse mais uma fase, com a duração de quatro anos, de 2019 a 2022. O projecto Bengo será introduzido no distrito de Quissanga, onde também há muita produção de polvo. No entanto, as comunidades garantiram estar já devidamente preparadas para dar continuidade à pesca de veda, e implementar métodos de conservação ambiental, mesmo quando a WWF Moçambique terminar a sua missão naqueles locais. (Omardine Omar, em Cabo Delgado)
O INSS-Instituto Nacional de Segurança Social vai lançar, a 14 de Março, no campo municipal do bairro Zimpeto, na cidade de Maputo, a Plataforma de Pagamento Móvel de Contribuições dos Trabalhadores por Conta Própria (TCP), numa cerimónia a ser presidida pela ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Dias Diogo.
Desenvolvida, em parceria com o Banco ABC, a Plataforma de Pagamento Móvel de Contribuições dos Trabalhadores por Conta Própria vai permitir que esta classe trabalhadora possa pagar as suas contribuições de forma célere e sem sair do seu ambiente de trabalho.
No local do evento, serão disponibilizados serviços da Segurança Social Obrigatória, nomeadamente inscrição de Trabalhadores por Conta Própria, Empresas e Trabalhadores, realização da Prova Anual de Vida, entre outros.
Serão igualmente prestados, no local, serviços de registo de menores, emissão de Bilhetes de Identidade e do Número Único de Identificação Tributária (NUIT), oferecidos em parceria com os Serviços de Identificação Civil e Autoridade Tributária de Moçambique, respectivamente. Calcula-se que esta iniciativa envolva mais de 500 pessoas, entre autoridades administrativas municipais, Trabalhadores por Conta Própria, parceiros e público no geral. (FDS)
Missael Baruc Nhocoloua, Eunésio Flávio Chissaque e Paulo Junta Jornão são três jovens da cidade de Nampula que estão a mudar o paradigma da produção agrícola na sua zona de actuação. Já não dependem da chuva, desde que recentemente passaram a usar pequenos sistemas eléctricos solares para irrigar as suas culturas.
Com um financiamento de 600 mil Meticais, disponibilizado pelo programa Agro-Jovem, financiado pela DANIDA e implementado pela Gapi-SI, estes criaram, há seis meses, a empresa Africa Energy Service, cujo impacto já se faz sentir nas localidades arredores da cidade de Nampula, respondendo às necessidades dos diversos tipos de clientes, desde produtores até complexos turísticos.
Os beneficiários foram propostos pelo parceiro de implementação a Universidade Politécnica –Delegação de Nampula, uma vez terem sido formados naquela instituição de ensino, em sistemas eléctricos.
“Após o financiamento, já montamos um sistema de painel solar numa quinta na localidade de Muezia (a 30km de Nampula) que se dedica à avicultura, cunicultura e horticultura; outro sistema num complexo turístico, no distrito de Mossouril que também realiza actividades pesqueiras e venda de mariscos no mercado nacional e externo e estamos, actualmente, a montar em Mecuburi um sistema de irrigação e de energia renovável para produção de frangos e ração", afirmaram.
“É uma excelente iniciativa dos jovens em apostar numa actividade que de forma directa contribui para o funcionamento de outros negócios, de uma forma limpa, isto é, usando energias renováveis que tem em conta o impacto ambiental. Nós, como Gapi estamos bastante satisfeitos com os resultados até agora apresentados”- disse o ponto focal do programa na Delegação de Nampula, Manuel Dias.
O programa Agro-Jovem tem em vista estimular o empreendedorismo no seio de jovens recém-formados em matérias relevantes para o desenvolvimento de negócios com impacto positivo na segurança alimentar. Este programa já financiou 84 novas pequenas empresas de jovens por todo o País.
A média da taxa de juro aplicada pela Gapi a estas empresas jovens é de aproximadamente 10 por cento ao ano. As empresas que tiverem sucesso na implementação dos seus projectos e pagarem o crédito irão receber de volta parte do crédito que tiverem reembolsado. Através desta metodologia, designada “Seed Capital” (capital inicial), a Gapi, com o apoio da Dinamarca, está a contribuir para o surgimento de uma camada empresarial jovem, capitalizando os que demonstrarem mais empenho e capacidade. (FDS)