A vila de Macomia, no centro da província de Cabo Delgado, esteve "paralisada" durante mais de seis horas, das 11h às 16h desta quarta-feira (19), na sequência de uma informação dando conta da aproximação de um grupo terrorista para mais um ataque à zona. Os relatos alegavam que os terroristas pretendiam com a incursão reforçar a sua logística alimentar.
"A informação começou lá no hospital. Dizem que chegaram os militares e avisaram que a situação não estava boa. Então, os doentes saíram a correr para essa zona baixa e assim a agitação tomou conta", disse à "Carta" Falume Saíde, a partir do bairro Nanga B, anotando que a vila ficou literalmente paralisada.
O Centro de Saúde, onde tudo começou, está localizado na sede do distrito de Macomia, situação que levou muitas pessoas a acreditar, uma vez que é lá onde se encontra uma parte dos quartéis das FDS.
Magido Mário, comerciante informal no mercado da vila de Macomia, confirmou à "Carta" que a agitação obrigou o abandono das bancas e o encerramento dos estabelecimentos comerciais e de outras actividades. "Não foi brincadeira, eu mesmo fechei a banca. Ouvi que a situação não estava boa, então, eu e outros entramos em pânico", explicou.
No período da tarde, a situação voltou à normalidade, mas o receio prevalece segundo explicaram os residentes. "Agora a situação está calma, mas ao meio-dia as pessoas foram ao mato porque estava mesmo agitado", contou Ássamo Saide, deslocado de Quiterajo, actualmente acolhido em Nanga A.
Refira-se que, depois do ataque de 10 de Maio, os residentes da vila de Macomia têm experimentado dias difíceis devido à frequência de relatos de aproximação de terroristas para mais um ataque. Nos últimos dias, foram reportados movimentos terroristas em Mucojo e Quiterajo. (Carta)
Um mês depois da realização do VII Congresso, continua turvo o ambiente na Renamo, o maior partido da oposição no xadrez político moçambicano. Desta vez, está em causa a composição das listas concorrentes à Assembleia da República e às Assembleias Provinciais, nas eleições gerais (presidenciais e legislativas) e provinciais, que se realizam no dia 09 de Outubro próximo.
Em conferência de imprensa concedida aos jornalistas, esta quarta-feira, em Maputo, Alfredo Magumisse, deputado e ex-membro da Comissão Política da Renamo, tornou-se no novo rosto da indignação e contestação à gestão de Ossufo Momade, após a saída de Venâncio Mondlane.
Segundo Alfredo Magumisse, a composição das listas dos candidatos da Renamo a deputados e membros das Assembleias Provinciais foi marcada por uma dose de “exclusão e de vingança” por parte de Ossufo Momade, Presidente daquela formação política, reeleito para mais um mandato de cinco anos a 16 de Maio último.
“Queremos lamentar a forma como a composição das listas para diferentes órgãos do Estado foi conduzida. Houve muita exclusão e uma dose de vingança”, defendeu a fonte, sublinhando que as mesmas estão sendo aceites “em nome da democracia interna e coesão” partidária.
Aliás, Magumisse, um dos candidatos derrotados nas eleições à presidência do partido, em Maio, defende que a dose de exclusão, vingança, amiguismo e de nepotismo foi testemunhada durante a composição dos órgãos da “perdiz”, com destaque para o Conselho Nacional, onde aparecem, por exemplo, os nomes da esposa, filho e irmã de Ossufo Momade. Sublinhou que o VII Congresso da Renamo foi atípico e que o processo eleitoral não foi transparente e muito menos justo.
Refira-se que as listas submetidas à Comissão Nacional de Eleições (CNE) pela Renamo mostram a presença de altos quadros daquele partido em posições pouco confortáveis para uma batalha que se advinha renhida. Parte dos candidatos em situação “sensível” enfrentaram Ossufo Momade nas eleições presidenciais do partido.
Por exemplo, Elias Dhlakama, irmão do falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e opositor de Ossufo Momade nas eleições de 2019 e 2024, aparece na 15ª posição na lista da província de Sofala, num círculo eleitoral com 19 mandatos, tendo companhia do seu irmão Óscar Dhlakama, que está na última posição. Igualmente, destacam-se as situações de Alfredo Magumisse e Alberto Ferreira, que integram a lista de Manica, sendo que Magumisse é o oitavo e Ferreira ocupa o 14º lugar, numa província com 16 mandatos.
Lembre-se que a crise no maior partido da oposição está instalada desde Janeiro último, quando Venâncio Mondlane, ex-membro do partido, opôs-se à candidatura natural de Ossufo Momade à Presidência da República, na altura anunciada por José Manteigas sem qualquer decisão dos órgãos colegiais do partido.
Aliás, para além de se opor à candidatura “natural” de Ossufo Momade, Mondlane exigiu ainda a realização do Congresso do partido, uma exigência que levou o político a recorrer aos Tribunais, por entender que Ossufo Momade tomava decisões nevrálgicas fora do mandato.
Refira-se que, para além da vingança, nepotismo, amiguismo e exclusão verificada na composição das listas da Renamo, Alfredo Magumisse manifestou, igualmente, a preocupação dos membros da “perdiz” com o desaparecimento do seu Presidente desde a sua reeleição.
“A nossa expectativa era que tanto o Presidente, como a direcção, começassem o seu trabalho de campo para divulgação dos membros dos órgãos eleitos e das decisões do Congresso. Isso ajudaria o partido a fazer a sua pré-campanha. Infelizmente, há um silêncio ensurdecedor, que torna o partido amorfo, acanhado e frágil”, defendeu a fonte, sublinhando que não ser necessário movimentar milhões de meticais para visitar algumas povoações, como são os casos dos bairros suburbanos de Maputo, Beira, Chimoio e Nampula.
“Este silêncio preocupa para quem quer tomar o poder. Desde que foi eleito nunca voltou a fazer um «viva» em público”, atirou Magumisse, para quem o abandono massivo do partido revela a falta de diálogo na “perdiz”. “A direcção do partido deve dialogar, deve ultrapassar as questões umbilicais para questões político-partidárias. O presidente do partido deve ser capaz de construir consensos mesmo com as diferentes formas de pensar”. (Carta)
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, e o Conselheiro Especial do Secretário-Geral da ONU para Soluções para os Deslocados Internos, Robert Piper, apelaram hoje a um compromisso internacional renovado para encontrar soluções para as pessoas deslocadas em Moçambique.
Moçambique tem enfrentado desafios significativos ligados à violência de grupos armados não estatais desde 2017, bem como aos impactos adversos da emergência climática, resultando em mais de 1,2 milhões de deslocados internos.
O Governo fez progressos importantes no apoio aos deslocados em Moçambique, enquanto se esforça para resolver as razões que provocam os deslocamento. Mais de 600.000 pessoas regressaram às suas áreas de origem – várias delas em 2023 – mas os desafios permanecem. Muitos ainda carecem de serviços básicos e de condições de vida adequadas.
Numa visita conjunta ao país, os dirigentes da ONU reafirmaram o seu compromisso de trabalhar com o Governo e outros parceiros para fortalecer soluções para os deslocados em Moçambique.
Moçambique é um país piloto no âmbito da Agenda de Acção do Secretário-Geral da ONU sobre deslocamentos internos, um esforço para rever a forma como o sistema da ONU responde aos deslocamentos prolongados, através de abordagens lideradas pelo Governo e ancoradas no desenvolvimento para soluções de longo prazo para as pessoas deslocadas internamente.
“Moçambique está corajosamente a abrir caminho para soluções a longo prazo para milhares de famílias deslocadas, apesar da complexidade de um contexto onde tanto a violência como os desastres estão a impulsionar o deslocamento, muitas vezes em comunidades já altamente vulneráveis”, disse Piper. “Exorto todos os parceiros internacionais a apoiarem estes esforços para que os ganhos obtidos até à data não sejam perdidos.”
Piper e Grandi encontraram-se com o Presidente Filipe Jacinto Nyusi e com altos funcionários do governo em Maputo antes de visitarem comunidades deslocadas em Cabo Delgado, onde ocorreram recentes ataques renovados por grupos armados não estatais, levando ao deslocamento de cerca de 80.000 pessoas.
Grandi e Piper reuniram-se com pessoas deslocadas internamente e autoridades locais nos distritos de Pemba e Mueda, examinando abrigos transitórios, iniciativas de protecção e centros comunitários e reunindo-se com mulheres empresárias com formação em gestão empresarial.
“Precisamos ir mais longe, olhar além da ajuda humanitária e fortalecer o desenvolvimento e investimento para o país - para criar condições para uma paz duradoura e um futuro viável para os deslocados e para aqueles que os acolhem”, disse Grandi. “Segurança é fundamental. Segurança significa segurança para os cidadãos, sentindo-se seguros nos seus direitos e tendo acesso à segurança social e aos serviços. A ONU deve continuar a apoiar os esforços do Governo para satisfazer as necessidades do povo a curto e longo prazo, ao mesmo tempo que defende um apoio adicional a Moçambique."
É necessário mais financiamento em 2024 para proteger e promover soluções para refugiados e famílias deslocadas à força. O apelo humanitário do país em 2024, de 413,4 milhões de dólares, está financiado em menos de 6 por cento.(Carta)
A Vodacom Moçambique anuncia o lançamento da plataforma de streaming para escutar música e Podcasts, MyMuze. O aplicativo inclui um catálogo extensivo com mais de 110 milhões de faixas nacionais e internacionais, incluindo músicas, podcasts e audiolivros.
A Vodacom oferece acesso gratuito à plataforma MyMuze para todos os seus clientes até ao dia 20 de Julho, para explorarem a vasta biblioteca de músicas, podcasts e audiolivros sem custos. Após o término deste período, estarão disponíveis várias opções de subscrição, incluindo planos integrados e segmentados, que permitirão continuar a desfrutar do MyMuze com uma experiência optimizada e personalizada.
O MyMuze apresenta uma personalização avançada, que permite aos utilizadores desfrutarem de conteúdos alinhados ao seu gosto pessoal, salvar e partilhar listas de conteúdos favoritos, e liberdade de explorar e ampliar a sua experiência musical sem preocupações com o consumo de dados, na medida em que o aplicativo está projectado para optimizar o consumo de dados móveis.
O aplicativo também oferece uma acessibilidade multiplataforma, disponível em dispositivos móveis através de apps e via web, com acesso fácil e imediato. Para além disso, possibilita o acesso offline, com capacidade para descarregar conteúdo e desfrutar de música sem necessidade de ligação à Internet.
Mais do que uma plataforma de streaming de música, o MyMuze representa o compromisso da Vodacom em promover a arte e cultura moçambicana através da tecnologia e conectividade.
"Esta plataforma é muito robusta porque agrega música, audiolivros e podcasts. É uma possibilidade infinita de escolha que os nossos clientes passam a ter directamente no seu telemóvel. Estamos muito orgulhosos porque o MyMuze está ao nível de qualquer plataforma de streaming internacional. Estamos entusiasmados em oferecer uma plataforma que, em termos músicais destaca, não só artistas nacionais, mas também traz os melhores talentos globais.”, disse, Mara Sindaco, Directora de Produtos Digitais da Vodacom Moçambique.
Como Aderir a Esta Revolução Musical?
Adicionar o MyMuze à tua vida diária é fácil: descarrega a aplicação através da Google Play Store ou da Apple App Store, ou visita https://mymuze.vm.co.mz. A inscrição é rápida e a plataforma reconhece automaticamente os clientes Vodacom, facilitando um acesso imediato e sem complicações.
NGINGUMSHADZA (I’m Ancient) é uma celebração musical de Makhoyane como artista performática. Com instrumentos como makhoyane, sitoloto, voz e outros elementos indígenas misturados com o pedal de loop. Uma performance que junta também o corpo e o movimento e reflecte sobre diferentes questões de vida: amor, amor-próprio, empoderamento das mulheres, anti-violência e cura de experiências.
(20 de Junho, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)
Uma reflexão sobre como o isolamento e a Liberdade podem manifestar-se através do EU. Talvez o EU levante um questionamento com relação ao narcisismo, individualismo, solidão, a necessidade de se expor para a construção social.
Concepção, coreografia e interpretação: Kátia Manjate
Apoio: HELLERAU – European Centre for the arts in Dresden/Germany
Produção: Pro-Gestos
(26 de Junho, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)
Vamos percorrer o conjunto de obras de um dos mais consagrados escritores de Moçambique, João Paulo Borges Coelho, numa conversa com a Profa. Dra. Marta Banasiak (Universidade de Campinas, Brasil), com a moderação do jornalista José dos Remédios.
(19 de Junho, às 17h00 na Fundação Fernando Leite Couto)
A Renamo, o maior partido da oposição, manifestou o seu desagrado com o reajuste das tarifas efectuado pelas companhias de telefonia móveis que, no seu entender, continuam elevadas. A formação política defende que a acção das telefonias configura uma violação do decreto do Conselho de Ministros. O pronunciamento foi feito ontem (18) em Maputo, pelo Porta-voz da Renamo, José Manteigas.
Manteigas falava a jornalistas em conferência de imprensa, na apresentação dos candidatos que vão encabeçar as listas provinciais para membros das assembleias provinciais e a deputados da Assembleia da República.
“Surpreendentemente, as operadoras de telefonia móvel não fizeram a reposição, senão alguns reajustes, o que configura uma afronta e violação ao decreto do Conselho de Ministros”, disse.
Segundo a fonte, o agravamento dos custos da telefonia móvel está a impedir milhares de cidadãos, particularmente os estudantes, o acesso ao conhecimento e direito à informação.
Por isso, o porta-voz da Renamo frisou: “mais uma vez, voltamos a instar o Governo e a entidade reguladora a tomarem medidas que reponham a legalidade e permitam o fácil acesso aos meios de informação e tecnologia que inegavelmente promovem o conhecimento e massificam o direito à informação.
Acusou o Presidente da República, Filipe Nyusi, de usar os recursos do Estado e paralisar instituições do mesmo Estado, levando a reboque o candidato da Frelimo, Daniel Chapo, para apresentações públicas, o que, segundo ele, agride a figura de Chefe de Estado que não se deve atrelar a interesses privados.
“Aproveitamos esta ocasião para manifestar o nosso repúdio ao uso abusivo dos meios públicos para fins políticos e exigir do Presidente da República para abster-se destas práticas que põem em causa a harmonia social e a convivência plural”, disse. (AIM)
Os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) que dão entrada nesta época fria tendem a aumentar, em comparação com o verão. O Hospital Central de Maputo (HCM) atende três a cinco casos diariamente.
De acordo com informações partilhadas na página oficial da maior Unidade Sanitária do País, a maior parte dos casos de AVC que têm sido atendidos nos últimos dias nos serviços de cuidados intensivos são de jovens.
"No inverno, a queda nas médias da temperatura ambiente promove também alterações no corpo humano. Uma delas é a vasoconstrição, ou seja, uma redução do diâmetro dos vasos sanguíneos, o que faz com que mesmo quem não tem hipertensão crónica possa sofrer com episódios de aumento da pressão arterial", pode-se ler na página do HCM.
As tonturas, visão turva e palpitações podem ser sinais de alteração na pressão. Mesmo para quem não sofre de hipertensão, a contração das artérias pode provocar um aumento da força no bombeamento do sangue pelo coração, daí a necessidade de uma medição regular da pressão arterial.
Para o efeito, o Hospital Central de Maputo recomenda neste inverno a prática regular de exercícios físicos, a ingestão excessiva de água e o controlo da ingestão de alimentos gordurosos, muito calóricos, e ultraprocessados. (Carta)
Os utentes das operadoras de telefonia móvel continuam a sentir-se injustiçados e exigem a reposição dos bónus anteriormente aplicados depois de terem decidido, nesta segunda-feira (17), cancelar as tarifas “polémicas”.
O cancelamento ditou a introdução de novas tarifas, que de certa forma melhoram o cenário anterior, mas ainda longe de satisfazer os utentes.
“Eu sinto-me enganada, o Governo foi claro ao afirmar que as operadoras deviam cancelar as tarifas que estavam a aplicar até ao último domingo e continuar com as tarifas anteriores que ofereciam muitos bónus. No entanto, o que se vê é que as operadoras vieram nos apresentar um novo cenário e novas tabelas de preços”, explicou Ana Guila, residente da Matola C e usuária da telefonia móvel Vodacom.
“As taxas foram melhoradas, mas nós esperávamos que devolvessem o “ilimitado”, que nos ajudava muito com chamadas e internet ilimitada. Como estudante, eu conseguia fazer pesquisa de vários trabalhos da faculdade sem precisar me preocupar muito se os megas iam ou não acabar”, disse Carlos Manhique, outro usuário da Vodacom que conversou com a “Carta”.
Já Cármen Morgado, residente da cidade da Matola, disse à nossa reportagem que houve melhoria dos megas, mas a qualidade e a velocidade ficaram mais lentas.
“Nós só queremos Ilimitado. Nada além de ilimitado irá nos convencer. O que as operadoras estão a fazer é triste. Pior ainda, não honraram com a sua palavra. A ordem era de suspensão e não de reajuste”.
Entretanto, numa interacção entre a Vodacom e alguns internautas na página oficial desta operadora, pode-se ler: a Vodacom está num processo contínuo de actualização de pacotes. Contudo, todos os pacotes estão mais atractivos e muito mais ricos em megabytes. Por exemplo: os pacotes Tudo Top têm agora mais minutos e o dobro dos megas”, escreve a Vodacom.
Por seu turno, alguns usuários da Movitel expressaram também a sua indignação em relação às actuais tarifas.
Em jeito de resposta a alguns internautas, esta operadora justificou na sua página oficial as novas tarifas de internet e chamadas: “neste momento, os pacotes ilimitados no formato em que existiam anteriormente não serão repostos. Contudo, temos outros pacotes ainda melhores. Basta digitar *155# para encontrar ofertas que agora têm mais minutos e o dobro dos megas”, escreve a Movitel.
Em relação aos clientes da TmCel, a maior queixa diz respeito aos minutos para todas as redes que duravam mais dias que nos pacotes actuais. (M.A)