Discursando na noite deste domingo (30/10) na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que sua vitória na eleição presidencial foi "a mais consagradora" de todas as que teve na vida.
"De todas as vitórias que tive, essa é a vitória mais consagradora porque nós derrotamos o autoritarismo e o fascismo nesse país. A democracia está de volta no Brasil, a liberdade está de volta no Brasil", afirmou de um trio elétrico a milhares de apoiadores na avenida.
"Estou muito emocionado porque foi a guerra mais difícil que enfrentei", continuou, afirmando que seu adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), era ligado a uma "verdadeira indústria de fake news que mentiu 24h por dia".
O petista disse não estar totalmente alegre porque teme como será a transição entre o governo de Bolsonaro e o seu, que começa em 1º de janeiro de 2023.
"Eu tenho dois meses apenas para montar um governo, para conhecer a máquina como está e preciso escolher bem cada pessoa que vai participar da nova democratização do nosso país."
No discurso, Lula voltou a afirmar que vai criar o Ministério dos Povos Originários e vai recriar o Ministério da Cultura. Ele assegurou que vai governar para os 215 milhões de brasileiros "sem olhar se é rico ou se é pobre, se é de esquerda ou de direita", mas terá os "mais necessitados" como prioridade.
O petista agradeceu aos eleitores do Nordeste por terem consagrado uma "vitória extraordinária".
"O povo do Nordeste merece uma palavra especial porque aquele povo foi muito porreta no primeiro (turno), no segundo, na eleição da Dilma, na minha primeira eleição, e vai ser muito porreta para ajudar a gente a governar esse país", comemorou, acrescentando que o povo nordestino "foi ofendido pelo meu adversário".
Lula afirmou que a gestão de Bolsonaro é um "governo fascista, que não gostava de negro, de indígena".
"Foi uma campanha muito difícil, não foi uma campanha do Lula contra o Bolsonaro, foi uma campanha da democracia contra a barbárie."
O candidato eleito disse que sente estar vivendo algo como uma "ressureição".
"Eu quase que fui enterrado vivo nesse país. Considero o momento que estou vivendo quase que uma ressurreição. Eles pensavam que tinha me matado, eles pensavam que tinham acabado com a minha vida política, eles me destruíram contando mentiras ao meu respeito", disse, referindo-se, entre outros episódios recentes de sua trajetória, aos 580 dias em que ficou preso.
"Não há nada nesse mundo que vai me fazer esmorecer." (BBC)