Voltam a soar os alarmes na banca comercial moçambicana, depois de o Banco de Moçambique (BM) ter nomeado um Inspector Residente para o Banco Comercial de Investimentos (BCI), um dos três principais bancos do sistema financeiro moçambicano.
Cláudio Júlio Mangue, quadro sénior do Banco de Moçambique, iniciou ontem as funções no BCI, quase dois anos depois de Zaitina Raul Chilaule, também quadro sénior do Banco Central, ter iniciado as mesmas funções no Standard Bank, S.A., depois daquele banco comercial ter sido sancionado pelo cometimento de “infracções graves de natureza prudencial e cambial”.
No caso do BCI, o regulador do sistema financeiro moçambicano não avança as razões para a nomeação daquela figura, no entanto, explica que o mesmo terá de monitorar o modelo de negócio e estratégia do banco; analisar e acompanhar os desenvolvimentos no sistema de controlo interno do banco; e participar em reuniões relevantes dos órgãos colegiais.
Segundo o Banco de Moçambique, o BCI continua sólido e estável, sendo que a indicação do Inspector Residente visa apenas reforçar a monitoria junto daquele banco comercial.
No entanto, há que referir que o Standard Bank recebeu um Inspector Residente, depois de o BM ter detectado algumas infracções, nomeadamente: i) manipulação fraudulenta da taxa de câmbio; ii) instalação e implementação de uma rede de pagamentos ilegal sediada fora do país, que no geral se assemelha à SIMO rede; iii) realização de operações irregulares de derivativos financeiros para a cobertura de risco associado à flutuação cambial, envolvendo o Director da Banca Corporativa e de Investimentos como cliente; iv) não regularização dos termos de compromisso das exportações; e v) não entrega, ao Banco de Moçambique, de gravações nos prazos estipulados, em clara acção de obstrução à actividade de inspecção. (Carta)