A PAL Aerospace, uma empresa canadiana, acaba de ser contratada pelos governos de Maputo e de Kinshasa para integrar sistemas de inteligência e vigilância em aeronaves de guerra "Mwari", fabricadas recentemente pela “Paramount” (empresa sul-africana de Indústrias Aeroespaciais de Defesa), escreveu hoje a publicação Africa Intelligence (AI).
Duas das encomendas já foram feitas ao fabricante sul-africano, abrangendo três aviões militares de Moçambique e seis para os da República Democrática do Congo, acrescentou a publicação.
Em Março deste ano, o site Defenceweb, editado na África do Sul, escreveu que o Grupo Paramount havia vendido nove aeronaves "Mwari", de descolagem e aterragem curtos, nomeadamente 3 para Moçambique e 6 para o Congo, ao custo de 10 milhões de USD cada. No caso de Moçambique, as aeronaves foram vistas e fotografadas em voos entre Nacala e Pemba, entre Janeiro e Março.
Em Setembro de 2022, de acordo com o "DefenseWeb", o Paramount disse que quatro aeronaves Mwari estavam na linha de produção na fábrica do Aeroporto Wonderboom e havia pedidos de nove aeronaves, de dois clientes. O "Mwari" estava em desenvolvimento há mais de uma década, originalmente como AHRLAC (Advanced High Performance Reconnaissance Light Aircraft), e é a primeira nova aeronave militar tripulada fabricada na África.
O "Mwari" foi projectado para executar facilmente múltiplas missões graças a um inovador “Interchangeable Mission Systems Bay (IMSB)”, localizado na barriga da aeronave, fornecendo sensores quase infinitos e opções de carga útil que podem ser integradas e trocadas em menos de duas horas. A arquitetura aberta e os sistemas flexíveis permitem a integração rápida e de baixo custo de novos pods, aviônicos, carga, equipamentos de missão especial, armas e sensores, de acordo com sites especializados consultados pela “Carta”.
Por outro lado, o Mwari tem um tecto de serviço de até 31.000 pés e oferece uma velocidade máxima de cruzeiro de 250 nós, um alcance de missão de até 550 milhas náuticas com a portaria e autonomia total de até 6,5 horas. A aeronave também oferece capacidade de aterragem e descolagem curta, com um trem de aterragem retrátil optimizado para pistas ou locais semi preparados e não preparados.
Paramount encaixa milhões em Moçambique
O Paramount continua a ser o principal fornecer de equipamento militar de Moçambique, no quadro do combate ao terrorismo e Cabo Delgado. No ano passado, o grupo vendeu duas aeronaves de transporte às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), num processo de procurement opaco: as aeronaves são um LET 410 e CASA 235 com as capacidades de 17 e 30 lugares, respectivamente, todos eles recondicionados.
Ainda no ano passado, o Paramount formou quinze pilotos moçambicanos na sua Technical Training Academy, sediada no Aeroporto Internacional de Polokwane, revelou o site Military.África, acrescentando que a Burnham Global estava a treinar militares moçambicanos em operações de viaturas blindadas.
Em 2001, o Paramount entregou seis helicópteros leves “Gazelle” para ajudar na luta contra a insurgência em Cabo Delgado. Ambos os “Gazelle”, de acordo com o Military.África, foram adquiridos do antigo “stock” do Exército Britânico, num leilão. O negócio também incluiu a venda de doze veículos “blindados Marauder", também fabricados pelo Paramount. (M.M.)