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quinta-feira, 31 agosto 2023 06:34

FMA confirma terceirização de serviços à custa da LAM

fly lam
Já não é boato: a 
Fly Modern Ark (FMA), consultora sul-africana contratada para reanimar a moribunda Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), terceirizou, em Junho último, os serviços de manutenção das aeronaves da companhia aérea de bandeira a um consultor (também sul-africano), sendo que as facturas são pagas pela LAM. A informação foi confirmada esta semana pelo Gestor do Projecto de Reestruturação da LAM, Sérgio Matos, em conferência de imprensa, que visava fazer balanço dos três meses da intervenção da FMA.

 

Segundo Sérgio Matos, a FMA não é uma empresa de operações, pelo que teve de contratar um consultor para lidar com esta área, sendo que as facturas dos seus serviços recaem directamente à tesouraria da LAM. Disse ainda que a FMA poderá contratar outros consultores à custa da LAM, caso sinta necessidade de o fazer.

 

Matos confirmou estes dados, após ser questionado pelos jornalistas, em torno das informações publicadas pelo jornal Evidências, segundo as quais, a FMA contratou um consultor para a área de manutenção, que é pago 180 mil Meticais por semana, equivalente a uma média mensal de 800 mil Meticais.

 

Primeiro, negou confirmar o pagamento deste valor pela LAM, alegando que não viu o contrato do referido consultor. Mas, de seguida, confirmou a sua contratação: “existe, claro. É esse consultor que está a fazer milagres, como se diz, na área de manutenção”, assumiu, justificando que a FMA não tem técnicos.

 

“A FMA é uma empresa de consultoria, não é uma empresa de operações. Se tem de haver intervenção técnica, não tem como a FMA formar um quadro para ser técnico em pouco tempo para depois ele fazer intervenção. O consultor é pago pela LAM, mas não sei quanto é que paga. Havendo necessidade de trazer outros consultores ou outras valências, serão sempre à custa da própria LAM. Só se forem técnicos para usarem inteligência, aí é que é da FMA”, defendeu.

 

O Gestor do Projecto de Reestruturação da LAM negou ainda que a FMA recebe, mensalmente, perto de 1.5 milhão de Rands pela sua intervenção na companhia aérea de bandeira. “Não posso confirmar. O que sei é que, no contrato, este valor nunca vi. (…) Como qualquer um que trabalha, tem que ter ganhos. Mas, neste contrato, a FMA entrou a riscos próprios e que só teria ganhos se trouxer resultados positivos, mas não posso revelar o valor, uma vez que o contrato está em regime de confidencialidade”, finalizou a fonte.

 

Segundo a FMA, com a entrada do Perito Técnico e de Manutenção, a fiabilidade dos despachos melhorou (as aeronaves demoram menos tempo no hangar para voltarem ao horário previsto); a pontualidade operacional melhorou; a disponibilidade das aeronaves melhorou, uma vez que foi introduzida a realização de manutenção programada durante a noite. (Abílio Maolela)

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