O cabeça-de-lista da Renamo na cidade de Maputo, Venâncio Mondlane, realizou esta quinta-feira uma passeata pelas artérias da capital, para agradecer aos eleitores pelo que designou ″resgate″ da urbe. Agradeceu ainda o voto dos eleitores na sua lista e reivindicou a vitória nas eleições autárquicas realizadas no dia 11 de Outubro.
“Até esta tarde (quinta-feira), foram apurados 53 por cento de votos favoráveis para RENAMO de 92 por cento das mesas já processadas. Portanto, não há dúvida nenhuma de que a vitória é nossa. Entretanto, todo o tipo de manipulação que tentarem fazer dos resultados vai ser o funeral deste regime”, frisou Mondlane.
Durante a passeata que teve o seu ponto de partida a Sede da Delegação Política da cidade de Maputo, o cabeça-de-lista repisou que recebeu ameaças na sua casa nesta quarta-feira, um pouco depois do processo de votação. Explicou que indivíduos estranhos bloquearam a entrada da sua casa com dois carros de vidros fumados que era para o impedirem de dar a conferência de imprensa que decorreu às 02h00 da manhã, mas graças a Deus houve intervenção dos seus vizinhos que saíram com lanternas e os dois carros saíram.
“A vitória é nossa, por esta razão, nos próximos dias iremos implementar na cidade de Maputo o projecto apresentado aos eleitores para tornar a cidade num local que garanta a dignidade humana. Não importa se você é do sector informal ou se é vendedor de rua, todos têm a dignidade. Por esta razão, nós em princípio não vamos usar a força policial como primeira opção”.
Venâncio Mondlane garante que a primeira opção para resolver os problemas com os informais vai ser o diálogo com o público em busca de solução de uma forma amigável. Para Mondlane, neste momento, a Frelimo está apenas a celebrar a vergonha visto que nunca esperava o que ocorreu na cidade de Maputo. ″Ela, a Frelimo, devia poupar-se destas coisas, devia aceitar os resultados e procurar tentar voltar a concorrer nos próximos cinco anos″.
“O facto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter ficado muito tempo em silêncio foi simplesmente porque não tinha números, estavam a fabricar os números para forjar os resultados das eleições”, disse.
Mondlane diz que a Frelimo tem de aceitar a derrota e entregar a cidade de Maputo à Renamo. “Nós somos um país democrático que tem regras, temos um país republicano que tem uma Constituição. O que a FRELIMO tem que fazer é conformar-se com as leis e com a democracia e mais nada”, frisou. (M.A)