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quarta-feira, 13 dezembro 2023 02:52

Eleições 2023: Renamo convoca última marcha do ano contra resultados eleitorais

A Renamo vai realizar no sábado em Maputo a última marcha deste ano contra os resultados anunciados das eleições autárquicas, após cerca de 40 protestos, anunciou ontem Venâncio Mondlane, candidato do maior partido da oposição moçambicana à capital.

 

“As marchas não param. Nós já vamos no próximo sábado realizar a última marcha de 2023 porque, como vocês sabem, depois temos as festas”, disse Venâncio Mondlane, candidato da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), pouco depois de interpor um recurso extraordinário para anulação do acórdão de validação das eleições autárquicas, em Maputo.

 

O partido contabiliza cerca de 40 marchas realizadas pouco depois do dia da votação para as sextas eleições autárquicas moçambicanas, em 11 de outubro, inicialmente a celebrar a vitória que não tinha sido ainda anunciada e depois a contestar os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) que davam vitória à Frelimo em 64 municípios.

 

O candidato da Renamo, que continua a assumir-se como “autarca eleito” na capital Maputo, convida “toda a gente” para a “grande marcha”, que começa na manhã de sábado, com a convicção de que valeram a pena todas as marchas realizadas pelo partido. “Por causa das nossas marchas, algumas instituições que, supostamente, em outras circunstâncias nunca haviam de se pronunciar, pronunciaram-se”, disse Venâncio Mondlane, fazendo menção, entre outros, ao Tribunal Supremo, à Ordem dos advogados de Moçambique, à Igreja Católica e Anglicana.

 

O escrutínio de outubro em Moçambique foi fortemente contestado pela oposição e sociedade civil, que denunciaram uma alegada “megafraude” e, na sequência, foram realizadas um pouco por todo o país manifestações de repúdio dos resultados, culminado, em alguns casos, com violência.

 

A Renamo deu entrada na Procuradoria-Geral da República (PGR) com uma queixa-crime contra os diretores do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e da Comissão Nacional de Eleições, por alegada “falsificação e manipulação de resultados”, bem como contra os juízes do Conselho Constitucional (CC).

 

O CC, a última instância de recurso em processos eleitorais em Moçambique proclamou em 24 de novembro a Frelimo, partido no poder, vencedora das eleições autárquicas em 56 municípios, incluindo Maputo, contra as anteriores 64 anunciadas pela CNE, com a Renamo a passar de nenhuma para quatro, e mandou repetir eleições em outros quatro.

 

Logo no dia seguinte às eleições, Venâncio Mondlane garantiu que tinha vencido o escrutínio na capital, com 55% dos votos, através da contagem paralela realizada com base em todos os editais e atas originais das mesas de voto.

 

O CC proclamou a Frelimo vencedora das eleições autárquicas em Maputo, mas cortou quase 30.000 votos que tinham sido atribuídos anteriormente ao partido no poder na capital pela CNE. (Lusa)

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