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quarta-feira, 28 fevereiro 2024 01:25

Moçambique com alerta laranja em todo o território devido a chuva e seca

O Conselho de Ministros de Moçambique decretou ontem o alerta laranja para todo o território nacional, em resposta à queda de chuva nas regiões norte e centro do país e à seca no sul.

 

“Temos tido alguma precipitação no norte e centro, mas há muita escassez de chuva na zona sul (…). Queremo-nos antecipar, de modo a criar condições, tanto para a possibilidade de um recrudescimento da precipitação como da continua escassez de chuvas”, afirmou o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, no final da sessão semanal deste órgão.

 

Suaze avançou que a declaração do alerta laranja cria condições legais para a ativação dos centros operativos de emergência a nível nacional e distrital, mobilização de recursos materiais, humanos e financeiros e intensificação da sensibilização da população, para a retirada das zonas de risco de calamidades naturais.

 

Com a decisão hoje tomada, prosseguiu, o país previne-se de uma “situação mais difícil”, devido à chuva, no centro e norte, e à seca, no sul.

 

Pelo menos 44 pessoas morreram em Moçambique na atual época das chuvas, desde outubro, devido ao mau tempo, das quais 19 na província da Zambézia, segundo dados oficiais até 08 de janeiro noticiados anteriormente pela Lusa.

 

De acordo com um relatório de balanço nacional do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), as descargas atmosféricas foram a principal causa de morte (28 casos) neste período, relacionadas com as condições atmosféricas, seguido do desabamento de paredes (13) e afogamentos (três).

 

As chuvas e ventos fortes afetaram em todo o país, neste período, 4.056 famílias, num total de 19.729 pessoas, e 49 ficaram feridas, provocando ainda a destruição parcial de 1.611 residências, enquanto 718 foram totalmente destruídas e 1.784 inundadas.

 

Há registo ainda de 137 salas de aulas destruídas, 21 escolas, 3.968 alunos e 42 professores afetados.

 

O mau tempo afetou ainda oito unidades sanitárias e nove casas de culto, destruindo igualmente 88 quilómetros de estradas até 08 de janeiro.

 

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

 

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

 

Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.(Lusa)

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