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sábado, 24 agosto 2024 16:53

Chapo promete luta contra a corrupção

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Daniel Chapo, candidato do partido no poder, Frelimo, nas eleições presidenciais marcadas para 9 de Outubro, prometeu que irá digitalizar os serviços da administração pública, de forma a reduzir as oportunidades de corrupção. Numa entrevista à estação de televisão independente STV, transmitida na noite de sexta-feira, Chapo disse que pretende dar o exemplo. 
 
“A luta contra a corrupção tem de começar por mim”, disse. “Desafio-o a procurar o meu arquivo. Se encontrar alguma mancha, venha contar-me o que encontrou”. Ele já foi administrador distrital Nacala-a-Velha e Palma) e depois como governador da província de Inhambane. 
 
“Se quiseres”, disse ao entrevistador, “podes ir a Nacala-a-Velha, saber o que lá se fez, e ver se existe alguma coisa. O mesmo acontece com Palma e Inhambane”. Um líder deve ter integridade, salientou. “O líder deve ser exemplar”, disse Chapo. “Isso dar-lhe-á legitimidade para lutar contra a corrupção”. 
 
Esta luta não podia ser baseada apenas em discursos e em leis. Devem ser tomadas medidas preventivas, disse, e vê a informatização dos serviços do Estado sob este prisma. Ao mesmo tempo, “a sociedade deve ser educada para a honestidade”, disse Chapo. “A sociedade precisa de valores éticos e morais”. 
 
Apelou ainda à renegociação dos contratos com as empresas multinacionais, para que deixem de considerar a responsabilidade social como um favor ao governo. 
 
Se for eleito, prometeu, o seu governo “fará as coisas de forma diferente, para obter resultados diferentes”. Chapo prometeu reforçar o poder das instituições do Estado, para combater crimes como a onda de raptos que aterroriza a comunidade empresarial desde 2011. Disse que isso exigiria alterações na lei e “a nomeação de pessoas competentes para lidar com processos complexos”. 
 
A colaboração das vítimas de rapto também foi importante, mas a desconfiança na polícia é tal que as vítimas e as suas famílias muitas vezes recusam-se a cooperar com as autoridades.
 
“Acredito que, se colocarmos as pessoas certas na liderança, poderemos restabelecer a confiança necessária para lutar contra todos os males que afectam a sociedade”, disse Chapo. Rejeitou veementemente a entrega dos serviços de educação e saúde do país a uma gestão estrangeira. 
 
Numa clara crítica ao actual governo, Chapo disse que “todo o sector da educação, com excepção do pagamento de salários, é gerido com base em projectos. Se alguém me oferece dinheiro para fazer os livros escolares, até dita o conteúdo dos livros”. 
 
“Se alguém me oferece dinheiro para comprar medicamentos, até dita onde comprar os medicamentos e que tipo de medicamentos devo comprar”, continuou. “Não se constrói a educação e a saúde com o dinheiro dos outros”, sublinhou Chapo. 
 
Considerava a educação e a saúde como questões de soberania e, como tal, devem permanecer nas mãos do Estado. 
 
 A campanha eleitoral oficial começou neste sábado e Chapo lançou a sua na cidade central da Beira, que sempre foi um bastião da oposição. À chegada ao aeroporto da Beira apelou aos seus adversários para evitarem “provocações” que possam levar a actos de violência. Em vez disso, a campanha deveria ser utilizada para celebrar o 30º aniversário das primeiras eleições multipartidárias do país, realizadas em 1994.
(PF, AIM)

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