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terça-feira, 01 outubro 2024 06:04

Continua elevada pressão sobre endividamento público – alerta Banco Central

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O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique constatou que a pressão sobre o endividamento público interno se mantém elevada. De Dezembro de 2023 a Setembro último, a instituição refere que o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 402,7 mil milhões (ou biliões) de Meticais, o que representa um aumento de 90,3 mil milhões de Meticais.

 

Após a reunião bimensal, o CPMO do Banco Central decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 14,25 % para 13,50%, devido à contínua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções mantém-se favorável.

 

“As perspectivas da inflação mantêm-se em um dígito, no médio prazo. Em Agosto de 2024, a inflação anual continuou a tendência de desaceleração ao fixar-se em 2,8%, após 3,0% em Julho. A mesma tendência foi observada na inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados. A manutenção das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, reflecte, essencialmente, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO”, lê-se no comunicado do Banco Central.

 

A instituição refere que, no médio prazo, perspectiva-se um crescimento económico moderado apesar da prevalência de incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e nas infra-estruturas diversas. Lembre que no segundo trimestre de 2024, o crescimento do produto interno bruto (PIB), excluindo o gás natural liquefeito (GNL), situou-se em 3,6%, após 2,3% no trimestre anterior, e antevê que se mantenha modesto até fim de 2024. Quando incluído o GNL, o PIB apresenta um crescimento de 4,5% após 3,2%, para o mesmo período.

 

A última sessão do CPMO foi precedida pela reunião do Comité de Estabilidade e Inclusão Financeira do Banco de Moçambique, que avaliou a evolução dos indicadores, e concluiu que os níveis aumentaram significativamente.

 

“Os níveis de inclusão financeira cresceram significativamente devido à introdução de novas tecnologias e modernização das infra-estruturas de pagamento. De Dezembro de 2022 a Junho de 2024, a percentagem da população adulta com acesso aos serviços financeiros digitais passou de 68,5% para 94,5%. Este crescimento decorre, entre outros, do início da interoperabilidade entre as instituições de moeda electrónica (mkesh, M-Pesa e e-Mola), bancos, microbancos e demais prestadores de serviços, através da SIMOrede”, explica o documento.

 

O Banco de Moçambique assegura que as reservas internacionais se mantêm em níveis confortáveis, suficientes para cobrir mais de cinco meses de importações de bens e serviços. Em nota, a instituição relata também que a taxa de juro de referência para o crédito, Prime Rate, continua a reduzir, em linha com as decisões de política monetária. O mesmo comportamento observa-se nas taxas de juro que os bancos praticam com os seus clientes. Adicionalmente, registou-se um aumento modesto do crédito à economia.

 

“O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo. O ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo. A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para o dia 27 de Novembro de 2024”, lê-se no documento assinado pelo Governador do Banco Central, Rogério Zandamela. (Carta)

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