As províncias de Maputo e Nampula, no sul e norte do país, respectivamente, são os círculos eleitorais escolhidos pelos quatro candidatos a Presidente da República para encerrar, este fim-de-semana, a campanha eleitoral, rumo às VII Eleições Gerais e IV Provinciais, de 9 de Outubro próximo.
A província de Maputo, concrentamente o município da Matola, acolheu as cerimónias de encerramento da campanha eleitoral dos candidatos da Frelimo e da Renamo, Daniel Chapo e Ossufo Momade, respectivamente, enquanto o maior círculo eleitoral do país, e província mais populosa de Moçambique, testemunhou o fecho das maratonas de Lutero Simango e Venâncio Mondlane, do MDM e PODEMOS, respectivamente.
O candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique, Lutero Simango, foi o primeiro a despedir-se da campanha eleitoral, com um shomício realizado na cidade de Nampula, no passado sabádo.
No evento, seguido por centenas de membros e simpatizantes do “galo”, Simango reiterou ser o homem certo para dirigir os destinos do país por ser o único que conhece a realidade do país, após ter percorrido o país de carro. Disse ainda que, durante a campanha eleitoral, fez diversos convites aos seus adversários para um frente-a-frente, de modo a se provar, diante dos moçambicanos, quem tem melhor projecto de governação.
Os outros candidatos encerraram a campanha eleitoral neste domingo. Venâncio Mondlane, candidato suportado pelo PODEMOS (de dissidentes da Frelimo), esteve na cidade de Nacala-Porto, o segundo maior centro urbano da província de Nampula, onde, para além de orientar um comício popular, fez uma passeata com a população local.
Lembre-se que foi em Nacala-Porto onde Mondlane anunciou a sua candidatura à liderança da Renamo, em Janeiro passado, quando iniciou a sua desinteligência com Ossufo Momade, devido à suposta cumplicidade do líder da Renamo na fraude eleitoral que levou Rasaque Manhique à presidência do Município de Maputo.
Neste seu regresso à “casa”, Mondlane pediu aos eleitores para que sejam vigilantes na quarta-feira, de modo a evitar a fraude. Durante os 44 dias de campanha eleitoral, Venâncio Mondlane prometeu reduzir os poderes do Presidente da República, efectivar a separação de poderes, garantir autonomia das províncias na gestão das receitas, para além de criar um Estatuto do Combatente que inclua, para além dos veteranos da luta de libertação nacional (da Frelimo), os combatentes da Renamo.
Já Daniel Chapo, candidato presidencial e Secretário-Geral da Frelimo, fechou a sua “caça ao voto” na Matola, ao meio da tarde de ontem, depois de ter estado na Cidade de Nacala-Porto, no período da manhã e início da tarde. Aliás, nesta maratona eleitoral, que teve seu início no dia 24 de Agosto, a Frelimo voltou a mostrar ter maiores recursos financeiros que a maioria dos partidos políticos, com o seu candidato a visitar pelo menos três distritos por dia e, em algumas ocasiões, de províncias diferentes, mercê dos meios de transporte aéreo (helicópteros e aviãos) que lhe estavam à disposição.
Tal como em quase todos os seus comícios populares, Daniel Chapo voltou a defender ser o único candidato experimentado na gestão do erário, pelo facto de ter desempenhado as funções de Administrador, nos distritos de Nacala-Velha (Nampula) e Palma (Cabo Delgado) e de Governador, na província de Inhambane.
Durate o seu périplo pelo país, Daniel Chapo prometeu criar um banco de desenvolvimento, “implantar grandes fábricas” em todos os distritos, livrar o país do terrorismo e combater a corrupção, para além de ter defendido, com unhas e garras, que os hospitais, medicamentos, escolas, estradas e pontes eram propriedade da Frelimo.
Por sua vez, Ossufo Momade encerrou a campanha eleitoral ao meio da tarde, em ambiente de confraternização com os seus companheiros, numa cerimónia que durou pouco mais de 30 minutos. No local, o Presidente da Renamo, que iniciou sua “caça ao voto” com oito dias de atraso, agradeceu a entrega dos membros da “perdiz” na divulgação do manifesto.
Com vassoura de palha empunhada na mão, Ossufo Momade prometeu, durante os 44 dias de campanha eleitoral, varrer os males do país, incluindo a Frelimo, que há 49 anos governa o país com políticas de empobrecimento dos moçambicanos. Entre os males a combater, disse Momade, estão a corrupção, o terrorismo e as desigualidades sociais.
Refira-se que as VII Eleições Presidenciais e Legislativas e IV Provinciais realizam-se quarta-feira, sendo que, hoje e amanhã, os eleitores deverão reflectir sobre as promessas eleitorais feitas pelos candidatos à Ponta Vermelha e pelos partidos concorrentes ao Parlamento e às Assembleias Provinciais. São esperados, em todo o país e no estrangeiro, mais de 17 milhões de eleitores. (Carta)