Só na terça-feira, foram baleados mortalmente nove cidadãos, sendo três em Mocuba, na Zambézia, cinco nas cidades de Maputo e Matola e um em Tete. Mas, os números podem ser bem maiores porque há mortos por baleamento que não são declarados pelos Serviços de Saúde e outros que estão em estado grave e que poderão perder, ou já ter perdido, a vida dias depois dos baleamentos.
Contas feitas mostram que em cinco dias foram assassinados pela Polícia da República de Moçambique mais de 20 cidadãos. Mas, vamos às contas dos assassinados confirmados pelos nossos correspondentes em todos os distritos. No primeiro dos oito dias de manifestações, foram registados quatro manifestantes assassinados, dois em Maputo e dois em Pebane, na Zambézia. Em Pebane, os assassinados foram dois adolescentes de 14 e 17 anos de idade.
Entre o segundo e o terceiro dia, foram mortos por balas da Polícia seis manifestantes: dois na cidade de Nampula, dois em Namialo, no distrito de Meconta, um na vila de Mecubúri e outro em Nametil, sede distrital de Mogovolas.
Entre o quarto e o quinto dia, foram assassinados 10 cidadãos pela Polícia: três em Mocuba, na Zambézia, três na cidade de Maputo, três na Matola e um na cidade de Tete. E há desaparecidos. Um dos assassinatos na Matola ocorreu, ontem, no bairro da Matola-Gare, quando a polícia baleou um jovem na sua residência. O jovem foi levado para o hospital pelo cunhado, porque a esposa tinha desmaiado quando soube do seu baleamento. A sua morte foi confirmado no Centro de Saúde de Matola Gare. (CIP Eleições)