O candidato presidencial do partido Frelimo, Daniel Francisco Chapo, é o único que ainda não respondeu, publicamente, ao convite formulado pelo Presidente da República para um diálogo político, a ter lugar amanhã, pelas 16h00, na Presidência da República.
Depois das confirmações dos candidatos Venâncio António Bila Mondlane (na quinta-feira) e Lutero Chimbirombiro Simango (na sexta-feira), ontem foi a vez do candidato da Renamo, Ossufo Momade, confirmar a sua presença no encontro. A confirmação veio do porta-voz da Renamo, Marcial Macome, após a sessão da Comissão Política daquele partido.
No entanto, tal como os outros candidatos, Marcial Macome afirma que Ossufo Momade condiciona a sua participação na reunião à confirmação da participação (física e/ou virtual) de todos os candidatos presidenciais. Refere ainda que o Presidente da Renamo leva à mesa do diálogo a proposta de anulação das eleições gerais e provinciais de 09 de Outubro, assim como o reconhecimento, por todos os candidatos, de que o escrutínio não foi transparente.
A reunião, anunciada na terça-feira por Filipe Nyusi, na sua primeira comunicação à nação em torno das manifestações populares, foi confirmada na quarta-feira, através dos convites enviados aos quatro candidatos. O encontro visa “discutir a situação do País no período pós-eleitoral”, caracterizada por manifestações populares em protesto contra os resultados eleitorais, que apontam uma vitória “retumbante” da Frelimo com mais de 73% dos votos.
Refira-se que Venâncio Mondlane, que reclama vitória nas eleições de 09 de Outubro, foi o primeiro a confirmar sua disponibilidade para tomar parte do encontro, porém, mediante a eliminação imediata dos processos judiciais instaurados contra si, a libertação de todos os detidos durante as manifestações e a indemnização das famílias cujos entes-queridos foram mortos pela Polícia durante as manifestações. Exige também que a reunião seja aberta à imprensa e com a presença da sociedade civil e da comunidade internacional.
Já Lutero Simango disse que tomaria parte do encontro, se o mesmo contar com a presença dos quatro candidatos e com “uma agenda consensual”. Aliás, para o Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a reunião deve discutir as causas da actual tensão política pós-eleitoral e não as consequências. (Carta)