Nhonga, de quem se diz ter sido um estratega militar do falecido presidente do partido, Afonso Dhlakama, reiterou que o grupo pelo qual dava a cara jamais irá aceitar o actual presidente do partido, Ossufo Momade como o comandante da estrutura militar da Renamo e que os prazos estabelecidos para a sua destituição do cargo, concretamente 10 a 15 de Julho próximo, permaneciam válidos e inalterados.
Aliás, Mariano Nhonga voltou, tal como fizera há uma semana, a assegurar que se Ossufo Momade não acatar a ordem de abandonar o mais alto posto do partido vai ser aniquilado. Tal como disse, Nhonga, o novo timoneiro assaltou o partido e aniquilou todos os homens que eram leais a Afonso Dhlakama, por sinal, seus comandantes.
Adiante, o porta-voz do grupo, que contesta a liderança de Ossufo Momade, reafirmou que se o partido continuar sob a batuta deste último não iriam, não obstante terem o desejo de o fazer, entregar as armas no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração que, segundo se sabe, culminará com a assinatura do acordo de paz efectiva na primeira semana de Agosto próximo.
“Têm comandos espertos em relação a mim, tem comandos corajosos igual a mim e porquê não pegam? É porque o objectivo é o mesmo. Nenhum soldado da Renamo vai me balear. A decisão tomamos juntos. Eu não saí na Renamo, eu não sou desertor. Eu naquele dia disse que não há acantonamento, não há desmobilização, não há entrega das armas. Não sou eu que estou a falar. Todos os guerrilheiros da Renamo querem isso. A decisão é única. Não queremos ser vendidos. Manteiga chamou a mim de desertor, mas ele está a dormir no sofá e a comer tudo. Ossufo quando tomou posse golpeou o Quartel-General. Nós queremos que Ossufo saia”, disse Mariano Nhongo.
Num outro desenvolvimento, o Major General abordou a garantia deixada por André Magibire segundo a qual os generais tidos como desaparecidos, em particular Josefa, seriam, publicamente, apresentados nos próximos dias. Apesar de não ter dúvidas de que os oficias generais já haviam sido executados pelo presidente do partido, Mariano Nhonga desafiou as estruturas do partido a fazerem uma apresentação pública dos mesmos, afirmando que só desta forma acabariam, de uma por todas, com as suspeições à volta do caso.
“ Não temos informação de Josefa, Tayo e Mponha. Foram mortos. Se eles estão vivos porquê está a esconder? Apresente para nós militares vermos os nossos oficiais. Eles trabalharam connosco e sofreram connosco. Se Ossufo diz que não matou, então que apresente, pois, a família quer falar com eles e nós queremos saudar”, sentenciou.
Entretanto, ainda ontem o porta-voz do partido veio a público, isto na cidade da Beira, rebater por completo as afirmações de Mariano Nhango, reafirmando que tanto ele (Nhonga) assim como os que o acompanham desertaram das forças da Renamo.
José Manteigas disse não passar de uma “grosseira mentira” a versão de que o brigadeiro Josefa foi assassinado, isto porque, segundo disse, o mesmo iria, “nos próximos tempos”, aparecer publicamente como forma de acabar com o que chamou de campanha para manchar o bom nome do presidente do partido e de toda a organização.
Entretanto, o porta-voz do partido não apresentou uma data concreta da aparição pública do brigadeiro Josefa. (I.B.)