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terça-feira, 29 outubro 2019 05:41

Teófilo Nhangumele, Ndambi Guebuza e Bruno Langa receberam vistos falsos para os EAU, identificando-se como mecânicos

Procuradores norte-americanos divulgaram documentos sobre as dívidas ocultas de Moçambique segundo os quais três moçambicanos obtiveram vistos de trabalho falsificados dos Emirados Árabes Unidos em 2013.

 

Os três suspeitos, Armando Ndambi Guebuza, filho do ex-Presidente Armando Guebuza, Teófilo Nhangumele e Bruno Tandade Langa, estão em prisão preventiva a aguardar julgamento em Moçambique, desde fevereiro. Nhangumele enfrenta ainda acusações nos Estados Unidos. Os procuradores expuseram, na sessão do julgamento na segunda-feira, em Nova Iorque, correios eletrónicos trocados entre 2013 e 2017 entre vários suspeitos de crimes de fraude, branqueamento de capitais e subornos.

 

 

Em destaque está uma mensagem enviada, em janeiro de 2013, por Jean Boustani, principal arguido do caso nos Estados Unidos, com desejos de “Feliz Ano Novo” e anexos de três vistos de trabalho dos Emirados Árabes Unidos digitalizados. Guebuza, Nhangumele e Langa receberam os vistos e foram todos registados como funcionários da empresa Logistics International, uma subsidiária da empresa Privinvest, que tinha contratos com empresas moçambicanas e garantias do Governo de Moçambique para projetos de pesca e vigilância costeira.

 

De acordo com a acusação dos EUA, os vistos de trabalho facilitaram a criação de contas bancárias nos Emirados Árabes Unidos, onde os três suspeitos podiam guardar milhares de dólares pagos pelo seu papel num esquema de enriquecimento ilícito, alegadamente montado por Jean Boustani, negociador da empresa Privinvest.

 

As digitalizações dos vistos, exibidos pelos procuradores como provas incriminatórias, indicavam que Nhangumele tinha a profissão de “mecânico de motor a gasolina”, Ndambi Guebuza era “mecânico de máquina hidráulica” e Langa era “mecânico de motor a diesel”, todos para a empresa Logistics International, de Abu Dhabi, subsidiária da empresa Privinvest.

 

Teófilo Nhangumele terá sido quem apresentou ao Governo um projeto de vigilância costeira, incluído no pacote das 'dívidas ocultas', num valor de 2,2 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros). Para os procuradores norte-americanos, Nhangumele agiu em nome do gabinete do Presidente de Moçambique, à data Armando Guebuza (2005-2015).

 

Os procuradores norte-americanos consideraram ainda Ndambi Guebuza e Tandade Langa como cúmplices, mas não enfrentam processos legais nos EUA. (Lusa)

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