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quinta-feira, 16 janeiro 2020 04:46

“Confiança, clareza e construção de um Moçambique sólido” – expectativas de personalidades nacionais para o novo ciclo de governação

O Presidente Filipe Nyusi foi investido ontem para mais um mandato de cinco anos. Face a esta nova etapa governativa, “Carta” ouviu a antiga Primeira-ministra de Moçambique, Luísa Diogo, o economista e presidente do Conselho de Administração Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Omar Mithá, e o escritor moçambicano, Mia Couto.

 

Para Luísa Diogo, “o discurso foi a reafirmação do compromisso de Sua Excia presidente Filipe Jacinto Nyusi para com a nação moçambicana, para com o seu povo. Foi um discurso para nos recordarmos que o nosso trabalho é para frente, com uma grande visão, muita clareza e um enfoque muito grande nesta questão do trabalho, para cada um de nós e para todos os moçambicanos. E também para empoderar-nos, no sentido de que nós temos responsabilidades no desenvolvimento do país”.

 

Luísa Diogo entende que o discurso do PR foi completo porque trouxe elementos de confiança e certeza, que preparam os moçambicanos para os próximos cinco anos. Diogo mostra confiança na liderança de Filipe Nyusi, no novo governo e considera que, com ele, os moçambicanos poderão alcançar os seus sonhos e começar a construir aquela base segura para o futuro.



“Estamos ainda a construir a nossa nação”, disse a antiga governante, para quem o presidente Nyusi está a dar passos e a tomar medidas históricas de modo a fazer de Moçambique um país sólido.

 

Para a antiga PM, Filipe Nyusi “está a trabalhar na consolidação das instituições, na consolidação da paz, na promoção da harmonia social, fraternidade e inclusão” e considera que o reconhecimento das diferenças entre as pessoas é uma riqueza e não uma fraqueza nossa. A entrevistada disse ainda que cada moçambicano deve saber aproveitar tudo isto para construir Moçambique.

 

Por sua vez, Omar Mithá, PCA da ENH, entende que os pontos apresentados pelo presidente Filipe Nyusi, relativamente às questões macroeconómicas, nomeadamente no que tange à industrialização, agricultura e inclusão demonstram que é possível transformar o capital humano moçambicano.

 

Mithá realçou que é importante que se acautelem os aspectos realçados pelo Chefe do Estado como “a prevenção da responsabilização, da independência, da honestidade, da transparência, da gestão destes fundos para que estes beneficiem, de facto, todos os moçambicanos”.

 

Já o escritor Mia Couto disse ter uma grande esperança e fé, pois, a seu ver, há novas condições para que o país avance, sobretudo a partir da atitude do presidente da República, que é um convite para que se ponha fim à «cultura de confronto, à cultura de quem não escuta o outro e de quem não respeita as diferenças.

 

Para Mia Couto, esta atitude do PR é essencial porque “vamos virar uma página. O presidente está a dizer que a democracia também é feita escutando os que são minoria e que estes podem também ter razão, logo, é preciso que a verdade não tenha cor partidária”.  

 

Questionado sobre o conflito em Cabo Delgado, Mia Couto disse que é um assunto que foge ao nosso domínio e compreensão. Mas considera que, em relação ao centro, é possível resolver-se porque existe uma entidade com a qual se pode dialogar, o que não acontece no norte do país. Relativamente ao conflito no centro, o escritor entende que Filipe Nyusi conseguiu dialogar com a Renamo, e que há uma parte dela que se mostra aberta a cumprir o acordo.

 

Para Couto, a instabilidade que se vive em Moçambique não é incomum e acontece em vários cantos do mundo, principalmente quando há um acordo de paz: aparecem sempre grupos beligerantes que se demarcam e querem dar continuidade ao conflito, daí que acredita que o conflito no centro seja uma situação temporária. (O.O)           

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