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quinta-feira, 23 janeiro 2020 05:55

Sandura Ambrósio transferido para Cadeia Central da Beira

O antigo deputado da Renamo, Sandura Ambrósio, encontra-se, desde a tarde da passada terça-feira, encarcerado nas celas da Cadeira Central da Beira.

 

Ambrósio foi transferido para a Cadeia Central da Beira instantes depois de ver legalizada a sua situação prisional pelo Juiz de Instrução Criminal, do Tribunal Judicial de Sofala. O ex-deputado da Renamo, que nas eleições do passado dia 15 de Outubro concorreu a deputado da Assembleia da República pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), chegou àquele estabelecimento prisional por volta das 16 horas, ido da 2ª Esquadra, localizada no bairro da Ponta-Gêa.

 

Sandura Ambrósio foi detido no passado dia 14, por ordens do Tribunal Judicial de Sofala, no cumprimento de um mandato de captura assinado pela Juíza Shaquilia Mohamed. Ele é acusado de cooperar com a auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, a quem a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa de comandar os ataques armados que têm estado a ocorrer nas províncias de Sofala e Manica.

 

Também acusados de cooperar com aquele movimento que se diz dissidente da Renamo são os deputados Ivone Soares, António Muchanga, Elias Dhlakama, o antigo Secretário-Geral da Renamo, Manuel Bissopo. Ainda relacionado com os ataques armados na região centro esta implicado o deputado e porta-voz da Renamo José Manteigas. Importa realçar que José Manteigas, que não foi arrolado pelo grupo como sendo um dos financiadores, foi, igualmente, ouvido pelo MP, no quadro dos pronunciamentos feitos na sua qualidade de porta-voz do partido Renamo.

 

Na passada segunda-feira, a PGR ouviu Sandura Ambrósio e Manuel Bissopo, na cidade da Beira. Esta terça-feira, o Ministério Público (MP) ouviu também o irmão mais novo de Afonso Dhlakama, Elias Dhlakama, que, tal como disse o seu advogado à saída da audição, não conhece os “indivíduos que citaram o seu nome”.

 

Sandura Ambrósio, Manuel Bissopo e Elias Dhlakama eram únicos nomes mencionados pelo grupo da auto-proclamada Junta Militar detido na Zambézia em Novembro último, que ainda não haviam sido ouvidos pela PGR, uma vez que Ivone Soares e António Muchanga já tinham sido ouvidos.

 

O processo contra as figuras de proa da Renamo surge na sequência das declarações proferidas por seis indivíduos que dizem pertencer à auto-proclamada Junta Militar da Renamo, que depois de terem sido capturados pela Polícia da República de Moçambique na Zambézia apontaram os deputados e membros seniores da “perdiz” como sendo os financiadores da Junta Militar, que publicamente tem contestado a liderança de Ossufo Momade.

 

O grupo foi preso no dia 12 de Novembro de 2019 quando levava a cabo o processo de recrutamento de jovens para a criação de uma base daquele movimento rebelde na província da Zambézia, concretamente nos distritos de Morrumbala, Milange e Namarroi.

 

Também relacionado com o financiamento à Junta Militar e a Mariano Nhongo recolheu aos calabouços, na passada sexta-feira, Mussacarua Simango, membro (e alegadamente) mobilizador do maior partido da oposição em Sofala.

 

MDM “na jogada”

 

Esta quarta-feira, o MDM quebrou o silêncio em torno da controversa situação que envolve Sandura Ambrósio – deputado suplente no círculo eleitoral de Sofala pelo partido do “galo”. Através do seu chefe Nacional Adjunto de Informação, Augusto Pelembe, que falou ao jornal “O País”, aquele partido condenou o suposto envolvimento de Sandura Ambrósio com a auto-proclamada Junta Militar de Mariano Nhongo.

 

Pelembe disse igualmente que Ambrósio, apesar de ter vestido as cores do “galo” no último pleito eleitoral, não é e nunca pertenceu aos quadros daquela que é a terceira maior força política do xadrez político nacional. (Carta)

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