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sexta-feira, 14 fevereiro 2020 04:21

Parte da heroína e “ice” apreendida em Cabo Delgado tinha como destino a Tanzânia

Foi a 23 de Dezembro de 2019, que oficiais da Marinha de Guerra (das Forças Armadas de Defesa de Moçambique – FADM), do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), em colaboração com forças internacionais, que trabalham no combate ao narcotráfico, interceptaram uma embarcação transportando 430 Kg de heroína e ice ao largo da costa moçambicana.

 

Conforme garantiram as autoridades, em Janeiro, a embarcação transportava 13 cidadãos de nacionalidade paquistanesa e que, até momento, aguardam julgamento no Estabelecimento Penitenciário de Miezé, em Cabo Delgado. Entretanto, segundo apuramos de fontes envolvidas na operação, parte da “mercadoria” apreendida pertencia a três grupos de narcotraficantes, sendo um deles baseado na República da Tanzânia.

 

De acordo com as fontes, durante os interrogatórios, os paquistaneses disseram que a “mercadoria”, com o código 8759, era para um grupo de narcotraficantes, baseado na Tanzânia, cujo nome do líder preferimos omitir. As fontes disseram que o aludido grupo implantou um esquema de circulação, que funciona tanto a nível terrestre, como marítimo e que devido à vulnerabilidade da fronteira entre Moçambique e Tanzânia, o grupo pretendia retirar a mesma, carregando num camião para o país vizinho.

 

Fontes disseram à “Carta” que a droga seria recebida por membros integrantes da rede, em Pemba, mas devido a um trabalho de inteligência coordenada entre as diferentes instituições e investigadores, a droga foi interceptada e o grupo não conseguiu afundar a embarcação.

 

Outro facto revelado pelas fontes é o suposto sumiço da referida droga, porém, alguns residentes da capital provincial de Cabo Delgado afiançaram à nossa reportagem que existem alguns oficiais que vendem o “produto” para revendedores e consumidores do mesmo.

 

Salientar que a Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional (GITOC) aponta Moçambique, Tanzânia e Quénia como os principais corredores de circulação de drogas pesadas, de acordo com o estudo publicado em Abril de 2019, em Maputo. Em Outubro passado, 543.793 Kg de diversos tipos de drogas apreendidas entre Julho de 2018 e Outubro de 2019, foram incinerados na cidade de Maputo. (Carta)

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