O ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Jaime Neto, empossou hoje Aníbal Rafael Chefe, um oficial da guerrilha da Renamo, no cargo de diretor do Departamento de Comunicações no Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Justificando a investidura, Jaime Neto disse que o ato faz parte do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.
O DDR é um dos pilares dos acordos entre o Governo moçambicano e a Renamo para a instauração de uma paz duradoura no país.
Falando aos jornalistas, após ser empossado, Aníbal Rafael Chefe, que tem a patente de comodoro, disse que vai zelar pelo cumprimento da tarefa que lhe foi incumbida visando o comando e controlo do fluxo de comunicações nas forças armadas.
"O mais importante é a tarefa que me foi confiada na Direção do Departamento de Comunicações", disse.
A investidura de Aníbal Rafael Chefe é o primeiro ato público que acontece em meses, no âmbito do DDR, desde a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional em 06 de agosto de 2019 entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
Desde então, ainda nenhum guerrilheiro entregou as armas, excetuando 10 oficiais da Renamo indicados para integrar o Comando-Geral da Polícia moçambicana e que concluíram instrução em novembro do ano passado.
Em entrevista à Lusa, em março, Ossufo Momade disse que o desarmamento vai abranger 5.000 guerrilheiros da Renamo e que o processo iria arrancar em breve, mas a pandemia de covid-19 levou à instauração de um estado de emergência em Moçambique.Atividades públicas e aglomerações estão suspensas enquanto durarem as restrições. (Lusa)