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quarta-feira, 05 agosto 2020 07:27

Adjudicadas em Maio, sete empresas de segurança privada aguardam pelos contratos há dois meses

Há mais de dois meses que sete empresas de segurança privada aguardam pela assinatura dos contratos de prestação de serviços com a empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM), após esta ter publicado o correspondente anúncio de adjudicação.

 

Foi a 30 de Maio último que a EDM publicou os resultados do Concurso Público nº 39/DIA-DAL-SSE/2019, no qual a empresa solicitava a prestação de serviços de segurança privada em todas as suas unidades de produção, espalhadas por todo o país. Do concurso, saíram vencedoras as empresas Siner Segurança (com um valor anual de 30.009.364,08 MT); W. Power Security (valor anual de 39.751.178,96 MT); 7 Days Service, Lda. (valor anual de 38.614.628,51 MT); Xidjumane (valor anual de 38.634.472,32 MT); Leão Security (valor anual de 33.042.640,50 MT); General Security (valor anual de 33.042.640,50 MT); e Singadivane (36.601.076,04 MT).

 

As referidas empresas deviam ter começado as suas actividades, naquela empresa, no passado dia 01 de Junho, mas até hoje nenhuma delas foi chamada para assinar o respectivo contrato. Actualmente, a segurança das instalações da empresa monopolista dos serviços de distribuição de energia eléctrica no país é garantida por três empresas, sendo que uma delas presta serviços ilegalmente há mais de um ano. Trata-se da Baleia, Lda., cujo contrato, assinado a 12 de Outubro de 2018, expirou no mês de Junho de 2019. Conforme confidenciou uma fonte interna, o contrato da Baleia Lda. nunca foi renovado e muito menos se fez uma adenda.

 

A situação está a criar um desconforto no seio da empresa, pois, entende-se que a permanência da Baleia Lda. visa alimentar alguns “grupos de interesse” dentro da empresa, assim como a nível do país. Sabe-se que maior parte das empresas privadas de segurança que prestam serviços à EDM, assim como a outras empresas públicas, pertencem a antigos combatentes, filiados à Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), uma das organizações sociais do partido no poder, Frelimo.

 

As outras empresas que prestam serviços à EDM são Siner Segurança e W. Power Security, porém, são acusadas de estarem completamente “obsoletas”. De acordo com uma fonte da EDM, as duas empresas de segurança enfrentam diversos problemas, a começar pelas dificuldades que têm para assegurar uma supervisão permanente dos postos; a falta de fundos para comprar combustíveis e outros consumíveis; idade avançada de muitos dos seus agentes; dívidas com a segurança social e com a justiça, devido aos constantes atropelos à legislação nacional; falta de escritórios em alguns pontos do país; desacato às orientações do Departamento de Segurança da EDM; assim como a insuficiência de equipamento operativo.

 

Aliás, as fontes disseram ao nosso jornal que a qualidade dos serviços de segurança prestados à EDM por estas empresas baixou, porém, as mesmas têm sido prediletas. Aliás, tal como atesta o anúncio de adjudicação, a Siner Segurança e a W. Power Security estão entre as sete empresas escolhidas pela direcção da empresa, tendo ficado apenas de fora a Baleia Lda.

 

A Siner Segurança, acrescentam as fontes, detinha a exclusividade dos serviços, desde 2001, mas perdeu o seu poder, em 2009, devido ao aparecimento de novas empresas com meios circulantes e operativos modernos.

 

“Carta” tentou ouvir as explicações do Gabinete de Comunicação da EDM, mas sem sucesso. (Omardine Omar)

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