Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
quinta-feira, 19 novembro 2020 04:21

DDR: Renamo garante não ter armas escondidas...e que não sabe nada do dinheiro prometido pela União Europeia

Domingos Gundana, membro da Comissão Política da Renamo e Chefe Nacional-Adjunto de Mobilização naquela formação política, garante que o braço armado do maior partido da oposição não tem armas escondidas e que todo o material bélico está sendo entregue às autoridades, no quadro do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da força residual da Renamo, em curso no país.

 

A garantia foi dada esta terça-feira, em Maputo, durante o debate sobre os 30 anos da democracia multipartidária, em Moçambique, organizado pelo Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), em parceria com o Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos (MJACR), cujo orador principal era o Presidente da Renamo, Ossufo Momade.

 

Gundana, que se encontrava na plateia a acompanhar o seu líder, interveio no debate, após uma questão colocada pelo académico Hilário Chacate, que pretendia saber se a Renamo estava ou não a entregar todas armas em sua posse. Segundo Chacate, citando dados das Nações Unidas, em 1992, a Renamo detinha seis milhões de armas, mas apenas teria entregue 190 mil.

 

“Há uma coisa que me preocupou do irmão Chacate. Falou do número de armas que a Renamo tinha para o Acordo de 1992. Falou de seis milhões de armas. É incrível ouvir isso. Eu sou brigadeiro desde 1982 e uma das coisas que tive foi participar na Comissão de Reintegração, após o Acordo-Geral de Paz. (...) Conheço aquilo que tínhamos e não conheço estes números. Gostaríamos que nos ajudasse para que não continuemos a ser acusados de pessoas que escondem armas”, respondeu aquele político.

 

Segundo Domingos Gundana, “o DDR cabe a todos nós”, pois, “se não tivermos uma Reconciliação, a Reintegração dos combatentes será deficiente e a sua reinserção na comunidade também”, porque, na sua óptica, o diálogo se desenvolve no topo e se esquece das bases. “É preciso que os líderes, principalmente aqueles que estão no poder, eduquem as suas bases para saberem conviver com os demais”, defendeu a fonte.

 

Na sua intervenção, Domingos Gundana abordou ainda a questão dos 60 milhões de Euros, prometidos pela União Europeia, aquando da assinatura do Acordo de Paz Definitiva de Maputo, a 06 de Agosto de 2019, para financiar a implementação do DDR. Sobre o assunto, o membro da Comissão Política da Renamo disse: “Moçambique não sabe. Eu estou no DDR e não sei de nada. Houve promessa, naquele dia da assinatura do Acordo, mas se o dinheiro chegou não sei. Nós, como Renamo, não fazemos parte da gestão de fundos. Apenas temos recursos humanos, que devem voltar para casa”, avançou. (Omardine Omar)

Sir Motors

Ler 3616 vezes