Passou, esta quarta-feira, 07 de Abril, um ano desde que o jornalista e locutor da Rádio Comunitária de Palma, Ibraimo Mbaruco, desapareceu dos “radares”, não se sabendo, até hoje, o seu paradeiro.
Mbaruco, tal como contou um colega da vítima, desapareceu por volta das 19:00 horas, quando saía do seu local de trabalho, após mais uma jornada laboral. A fonte contou que o colega enviara, na mesma noite, uma mensagem a este, informando que havia sido detido pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), que estavam em patrulha.
Com a invasão à vila-sede do distrito de Palma, “Carta” não conseguiu falar com a família da vítima, entretanto, quatro meses após o desaparecimento de Mbaruco, conversamos com o seu irmão, Juma Mbaruco, que, na altura, disse não ter informações em relação ao paradeiro do irmão. Aliás, à “Carta” afirmou que a família apenas foi notificada uma e única vez pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal para ser ouvida em torno do caso.
Para o jornalista Estácio Valoi, este problema já devia ter sido esclarecido pelo Governo, porém, tudo indica que o mesmo não interessa o Estado. Aliás, as FDS nunca se pronunciaram em torno do assunto.
Entretanto, a Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos apela ao Governo a investigar exaustivamente o caso. Aliás, exige que o Governo investigue também o assassinato bárbaro de 52 pessoas na aldeia Xitaxi, no distrito de Muidumbe, ocorrido em Abril do ano passado.
Por seu turno, o MISA-Moçambique, em comunicado emitido esta quarta-feira, “considera ser dever das autoridades moçambicanas ajudar a esclarecer este caso, incluindo os passos que terão sido tomados para a sua localização”.
Na sua nota, a organização lamenta que “todos os esforços visando localizar o jornalista, incluindo através de contactos ao mais alto nível do Governo e das instituições de administração da justiça da República de Moçambique, resultaram em fracasso”. (Carta)