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sexta-feira, 16 julho 2021 04:25

Ministério da Educação ainda não dispõe de mecanismos fiáveis para rastreio e controlo da Covid-19 nas escolas

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) ainda não dispõe de mecanismos fiáveis para o rastreio e controlo da Covid-19 nas escolas. A constatação surge na sequência da entrevista concedida à “Carta” pela Chefe da Repartição de Educação Geral do Serviço de Assuntos Sociais, na Direcção de Educação da Cidade de Maputo, Sandra Machaieie.

 

Segundo Machaieie, os casos positivos do novo coronavírus reportados pelo sector, até ao momento, resultam das informações fornecidas às direcções das escolas pelos pais e encarregados de educação dos alunos infectados, assim como dos professores infectados e não da testagem destes. Isto é, o sector da educação não conhece a real situação das escolas do país.

 

Por essa razão, revela a fonte, desde o início do segundo trimestre, a Cidade de Maputo registou um cumulativo de 21 casos positivos em alunos e professores das escolas públicas e privadas. Dos infectados, 11 são alunos, oito professores e dois funcionários.

 

“Das informações colectadas a partir das direcções distritais que, por sua vez, recebem das escolas, que também só tomam conhecimento dos casos quando os próprios encarregados comunicam às escolas ou os professores falam aos directores, ficamos a saber que, desde o arranque do presente trimestre até à semana finda, as escolas públicas e privadas da cidade de Maputo contavam apenas com 21 casos da Covid-19, dos quais 11 são alunos, oito professores e dois funcionários”, disse Sandra Machaieie, tendo sublinhado existirem, até ao último fim-de-semana, 28 suspeitos (seis alunos, 16 professores e seis funcionários) em seis distritos municipais, excepto KaNyaka.

 

“Para os alunos que tiveram contacto com os casos positivos faz-se o rastreio. Nós trabalhamos sempre em coordenação com a direcção da saúde e, em qualquer situação, ligamos para a Direcção Distrital da Saúde e para a Direcção de Saúde da Cidade e juntam-se a nós e fazemos o trabalho. São eles que vêm fazer desinfecção e o rastreio dos contactos. (…) Faz-se a testagem apenas para os alunos que tiverem sintomas sugestivos e não colocamos crianças em casa porque um aluno testou Covid-19”, acrescentou.

 

Assim, a fonte garantiu não haver qualquer escola pública encerrada na cidade de Maputo, sendo que as privadas que fecharam as portas fizeram-no por iniciativa própria e sem comunicar as autoridades da educação.

 

As escolas são desinfectadas quando há registo de casos da Covid-19

 

Outro dado que ilustra a inexistência de mecanismos eficazes para o controlo da Covid-19 nas escolas é a não desinfecção das escolas. Sandra Machaieie disse à “Carta” que as salas de aulas, assim como as respectivas escolas apenas são desinfectadas quando se comunica haver um caso positivo do novo coronavírus numa determinada escola. Ou seja, nas situações em que não são reportados casos de Covid-19, a vida segue, normalmente.

 

“Há casos em que desinfectamos só aquela turma onde foi detectado o caso e ficam dois dias sem ir à escola. Mas existem casos em que se tem de desinfectar a escola toda e todos os alunos são dispensados por um ou dois dias para que se possa fazer a desinfecção geral”, revelou.

 

Sublinhe-se que, na última quarta-feira, uma escola privada, na capital do país, suspendeu as aulas presenciais por um período de duas semanas, devido à eclosão da Covid-19. Até à data do encerramento da escola, nove alunos tinham testado positivo para o novo coronavírus. (Marta Afonso)

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