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segunda-feira, 20 setembro 2021 04:50

Apagão da Televisão Analógica inicia hoje com seis anos de atraso

Inicia, finalmente, esta segunda-feira, o processo de desligamento (switch-off) dos emissores de radiodifusão analógicos, uma acção que se encontra atrasada há mais de seis anos. Lembre-se que Moçambique devia ter desligado completamente o sistema analógico de radiodifusão no dia 17 de Junho de 2015, porém, o processo foi sempre adiado devido a questões financeiras e estruturais.

 

De acordo com um comunicado de imprensa emitido há dias pelo Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), o pontapé de saída terá lugar nas cidades de Maputo, Nampula e Tete, onde serão desligados todos os transmissores analógicos instalados naquelas parcelas do país. A nota sublinha que, até ao próximo dia 30 de Setembro, serão desligados também os transmissores analógicos localizados nos distritos da Namaacha; Xai-Xai, Chókwè, Maxixe, Vilankulo, Beira, Chimoio, Quelimane, Tete, Nampula, Ilha de Moçambique, Nacala, Pemba, Lichinga e Cuamba.

 

Significa que, a partir de hoje, algumas famílias moçambicanas não poderão aceder aos conteúdos televisivos, através do sinal analógico, sendo necessário recorrer ao sinal digital, ou seja, ao uso de descodificadores.

 

Em conversa com “Carta”, Vítor Mbebe, PCA da TMT (Transporte, Multiplexação e Transmissão), garantiu que nenhuma família dos locais a serem abrangidos pela primeira fase do apagão analógico será afectada. Afirmou que a sua empresa conseguiu vender o dobro dos descodificadores que estavam previstos para as três cidades. Ou seja, que em média cada família das cidades de Maputo, Tete e Nampula possui dois descodificadores para poder aceder aos 22 canais nacionais, que continuarão em sinal aberto. Isto é, ninguém terá de pagar para assistir os canais nacionais existentes na TMT.

 

Segundo Mbebe, em todo o país, a TMT conta com 300 mil clientes e, até ao final de 2021, espera atingir meio milhão de consumidores. Por isso, avalia positivamente o trabalho que está sendo desenvolvido pela empresa.

 

Refira-se que a migração do sinal analógico para digital foi determinada em 2006 pela União Internacional das Telecomunicações, sendo que Moçambique devia ter emigrado em Junho de 2015. A data não foi cumprida e o prazo foi estendido para 2017 e depois para 2019. Entretanto, só em 2021 é que foi lançado oficialmente o sinal de televisão digital em Moçambique.

 

A migração digital, sublinhe-se, está orçada em mais de 300 milhões de USD, financiados pelo EXIM Bank da China e a sua implementação está a cargo da empresa chinesa StarTimes Software Technologys, cuja subsidiária moçambicana (StarTimes Moçambique) é participada pela Focus 21, uma empresa da família Guebuza. O negócio foi adjudicado sem concurso público.

 

Sublinhar que o processo de migração digital compreendeu quatro fases: a instalação da rede de transmissão (60 centros emissores); a aquisição de 400 mil descodificadores; a digitalização da Televisão de Moçambique; e a construção de um novo edifício para albergar estúdios da TVM e parte do equipamento da TMT.

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