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segunda-feira, 04 outubro 2021 15:21

Aires Ali denunciado nos Pandora Papers: ele tem riqueza oculta registada nas Seychelles

Aires Ali é o primeiro político moçambicano a surgir na mais recente exposição do Consórcio Internacional de Jornalistas, intitulado Pandora Papers, que denucia paraísos fiscais e riquezas ocultas de líderes mundiais e bilionários num vazamento sem precedentes

 

A lista é enorme. E é provável que outros políticos surjam das suas profundezas.

 

Para já, o  Consórcio diz que documentos vazados revelam que Ali trabalhou com duas empresas para ajudar a obscurecer sua conexão com a Stonelake Enterprises Ltd.,  nas Seychelles. Em setembro de 2012, menos de um mês antes de Ali ser demitido do cargo de Primeiro-Ministro, ele formou a empresa de fachada por meio de uma consultoria tributária com sede na Suíça. A consultoria trabalhou com um escritório de advocacia baseado no Panamá, Alcogal, que forneceu o accionista e diretores da Stonelake Enterprises Ltd”

 

Por essa via, Ali estava a proteger a sua identidade como proprietário de uma empresa de fachada. Registos vazados no Pandora Papers não declaram o objetivo da empresa.

 

Em 2013, ele e a filha, Judite Tânia Baptista Ali, autorizaram a empresa a abrir uma conta numa sociedade gestora de fortunas, com sede em Lisboa. Ali e sua filha não responderam aos pedidos de comentários por parte do Consórcio.

 

Aires Ali fez carreira na política moçambicana. Ele é um ex-Primeiro-Ministro e foi apontado como um possível candidato presidencial. Ele faz parte de um punhado de políticos influentes que ajudam a administrar a Frelimo, o partido político que está no poder desde que Moçambique se tornou independente de Portugal em 1975.

 

Em 2019, Ali foi eleito para o Parlamento. Antes disso, ele foi nomeado para vários cargos de alto nível no governo, sob dois presidentes. Ali serviu como embaixador na China de 2016 a outubro de 2017. Foi primeiro-ministro por dois anos, de 2010 a 2012, até ser demitido numa remodelação governamental. Ele serviu como Ministro da Educação do país de 2005 a 2010. E serviu duas vezes como governador provincial, administrando uma província de 1994 a 1997 (Niassa) e outra de 2000 a 2004 (Inhambane). (Carta)

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