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Política

terça-feira, 27 novembro 2018 03:00

A Renamo quer a verdade sobre Marromeu

Renamo vai recorrer dos resultados das eleições na Vila autárquica de Marromeu, logo que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgar o apuramento final do pleito, confirmou José Manteigas, porta-voz do partido.  Manteigas adiantou que todos os procedimentos legais estão a ser preparados, desde a reunião de provas da alegada fraude ou viciação de resultados às actas não assinadas pelos membros da Renamo, integrados nos órgãos de gestão eleitoral. “Nós estamos sempre posicionados e futuramente vamos submeter o processo de contestação nas instâncias judiciais”, afirmou Manteigas.

O Comandante Provincial da Polícia da República Moçambique, em Nampula, Manuel Zandamela, proferiu ameaças a um grupo de jornalistas na cidade de Angoche, na semana passada. A ameaça foi feita na sequência de um artigo publicado pelo jornal @Verdade que, entre vários assuntos, apontava Zandamela como sendo um dos dirigentes da corporação que contribuiu para o aumento da criminalidade, na província, logo que ele assumiu funções.

 

O mesmo artigo acusava Zandamela de ser complacente com novas artimanhas de criminosos. Zandamela não gostou e, na semana passada, sobretudo na segunda e terça-feiras, aproveitou a viagem do Governador da província, Victor Borges, ao distrito de Angoche, durante a qual tentou "ajustar as contas" com os jornalistas. "Quero conversar com todos os jornalistas. Quero conhecer quem é que escreveu que desde que entrei o crime aumentou em Nampula”, vociferou ele, num encontro com jornalistas locais. (S.L)

segunda-feira, 26 novembro 2018 03:18

Eleições “manipuladas” em Marromeu

Quando se esperava que o processo eleitoral de Marromeu fosse transparente e justo, eis que a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Comissão Distrital de Eleições (CDE) decidem assumir a paternidade das eleições, criando artimanhas e viciações para alterar aquela que era a tendência do voto, conforme aponta o relatório do EISA, uma organização regional de monitoria de eleições. A contagem paralela do EISA e doutras organizações da sociedade civil davam vitória à Renamo com 59,5 %, contra 32,7 da Frelimo e 7,7 % do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Mas a CDE acabou declarando a Frelimo como vencedora do escrutínio com 9.143 votos (48,10%), contra 8371 (44,04%) da Renamo e 1493 (07,86%) do MDM, numa eleição que contou com a participação de 20.207 eleitores dos 28.211 eleitores inscritos. As organizações da sociedade civil que observaram as eleições são todas unânimes em afirmar que as eleições foram uma vergonha e contribuem negativamente contra a construção de Estado de direito democrático. O relatório dos observadores as eleições insiste no entanto  de que foi um “autêntico fiasco e houve fabricação de resultados fantasmas”.

Raul Novinte, Edil-eleito da RenamoHá um braço de ferro instalado entre alguns membros da RENAMO e Raul Novinte, o presidente eleito do Conselho Autarquico da cidade portuária de Nacala, na província de Nampula. Em causa está a reivindicação de tomada de posições de chefia, com destaque para o posto de vereador, por parte de alguns membros que consideram que o novo edil deve por "obrigação" colocar no seu governo, independente da competência muito menos respeito a hierarquia, pessoas directamente ligadas ao partido. Num áudio que circula nas redes sociais, Feliciano Linha, membro da RENAMO e docente na Escola Serviços Missionários de Caridade para África (SEMICA), instituição que tem como o seu fundador e director Raul Novinte (edil eleito de Nacala-Porto), faz duras críticas ao cabeça-de-lista vencedor, pelo facto deste tencionar criar um “governo inclusivo”.

O Presidente Filipe Nyusi tem tudo para se fazer reeleger em 2019 mas ainda vai enfrentar alguns resquícios de oposição interna, escreve a divisão de “inteligência” (Economist Intelligence Unit) da conceituada revista britânica “The Economist”. Na sua mais recente análise da situação politica e económica de Moçambique, a revista refere que “a estabilidade política será frágil” entre 2018 e 2023. A análise destaca as duas reformas que a Renamo está a exigir como condições prévias para a sua ala militar lançar armas numa base permanente: a descentralização e a integração dos seus combatentes nas forças de segurança. E refere que houve “um surpreendente grau de consenso (entre o Governo e a Renamo), embora num nível superficial. O que exatamente as reformas significam na prática será determinado mais tarde, mas um plano de integração e descentralização foi suficiente para permitir eleições municipais em outubro de 2018”.

 

Na passada terça-feira, o Conselho de Ministros acabou não discutindo e aprovando o nome do novo PCA da EDM, a elétrica nacional, nomeadamente a figura que passará a conduzir os destinos da empresa pública. Ao longo das últimas duas semanas, o PR Filipe Nyusi tem feito consultas em variados quadrantes da sociedade para encontrar um nome que seja “consensual” entre os vários lobbies à volta do executivo e que, ao mesmo tempo, reúna condições para aprofundar as reformas levadas a cabo por Mateus Magala. “Carta de Moçambique” está na posse de 4 nomes de dentro e de fora da instituição que foram alvo de uma avaliação recente