Finalmente, será conhecida a versão da antiga Ministra do Trabalho, Maria Helena Taipo, em torno do esquema que desviou mais de 113 milhões de Meticais das contas da Direcção do Trabalho Migratório entre os anos de 2013 e 2014.
O colectivo de juízes da 10ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM), liderado pela Juíza de Direito Evandra Uamusse, marcou para a próxima terça-feira, 05 de Abril de 2022, o início da audição de Helena Taipo, num caso que implica um total de 11 indivíduos.
O Ministério Público acusa a antiga Ministra do Trabalho pela prática dos crimes de peculato, abuso de confiança e participação económica em negócio. É tida como a responsável pela montagem do esquema, que culminou com o descaminho de avultadas somas de dinheiro proveniente dos descontos dos mineiros.
A audição de Taipo estava prevista para semana finda, porém, acabou sendo adiada devido à prolongada audição de alguns réus, como é o caso de José Monjane, então Chefe da Repartição de Finanças da Direcção de Trabalho Migratório, que foi ouvido durante três dias consecutivos.
Monjane disse ao Tribunal, durante a sua audição, que Maria Helena Taipo era quem dava ordens para a prática de alguns crimes arrolados pelo Ministério Público. No entanto, desde o início do processo, Taipo tem defendido que o valor foi usado pelo partido Frelimo (no poder desde 1975) durante a campanha eleitoral de Filipe Nyusi, em 2014, pelo que se sente perseguida pelo actual Chefe de Estado. “Usamos para comprar mentes”, disse numa conversa telefónica com um jornalista moçambicano e que acabou “caindo” nas redes sociais. (Omardine Omar)