A Porta-voz da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), Rosana Zunguze, disse que está em curso a simulação de possíveis salários, consoante a disponibilidade financeira do governo. A medida surge em resposta aos progressos alcançados nas negociações entre a associação e o governo, no que tange à justiça salarial.
Falando ao Observatório Cidadão para Saúde (OCS), Zunguze explicou que, apesar de a proposta não ser ideal, a associação acolhe-a tendo em conta que o objectivo não é fazer greve, mas alcançar consenso em relação às preocupações da classe e lutar por um salário que dignifica o profissional de saúde.
“Na verdade, o nosso objectivo não é fazer greve. Acabamos optando por essa via, como forma de chamar a atenção do Governo à necessidade de criar as mínimas condições para o nosso trabalho e atendimento aos nossos pacientes”, frisou.
Segundo a porta-voz da APSUSM, o Governo garantiu que, a partir do mês corrente, haverá melhoria salarial.
“Esperamos que não passe de uma mera promessa para beliscar o curso saudável que as negociações estão a conhecer”, disse.
Em relação às condições de trabalho, Zunguze garantiu que parte do material já começou a ser disponibilizado, sendo que, nesta primeira fase, a prioridade vai para hospitais de referência para depois abranger os centros de saúde e unidades sanitárias nas zonas mais recônditas.
A título de exemplo, o Governo, através do Ministério da Saúde, procedeu no passado dia 5 do mês em curso à entrega de diversos equipamentos ao Hospital Central de Maputo (HCM).
O HCM recebeu igualmente diversos kits cirúrgicos para casos de amputação, cesariana, herniorrafia, laparotomia e histerectomia. No entanto, a APSUSM afirma que ainda há muito por se fazer para melhorar as condições de trabalho, sendo crucial que o executivo cumpra cabalmente com os compromissos assumidos.
A disponibilidade de medicamentos, outro problema que levou a classe a reivindicar, tem vindo a melhorar nas unidades sanitárias. O facto foi constatado durante as visitas efectuadas pelo Observatório Cidadão para Saúde (OCS) às principais unidades hospitalares na capital do país, logo após a suspensão da greve naquele sector. Entretanto, a APSUSM ameaça retomar a greve, caso o Governo não cumpra com os acordos. (Carta)