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quinta-feira, 21 setembro 2023 08:17

Violência Doméstica: Polícia recebeu mais de 11 mil queixas

As autoridades policiais moçambicanas já receberam, no presente ano, pelo menos 11.300 queixas de casos de violência doméstica. Das queixas, 82 por cento são de mulheres e crianças vítimas de abuso sexual, agressão física e psicológica, entre outros males.

 

A informação foi prestada na última segunda-feira (18), em Maputo, pelo representante da Visão Mundial, Leovigildo Nhampule, durante a formação de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) em matérias de protecção à criança, género e inclusão social. Nhampule destacou, na ocasião, a importância da capacitação dos membros da PRM e o investimento nos sistemas e estruturas de referência de apoio às vítimas.

 

“O relatório partilhado pela corporação faz-nos compreender, como parceiros, a importância de trabalhar para reduzir o índice de violência. Contudo, pretendemos contribuir para o bem-estar de 4,7 milhões de crianças vulneráveis até 2025”, afirmou.

 

A fonte destacou, entre as acções levadas a cabo pela organização, a expansão dos serviços de apoio às vítimas de violência doméstica, com a criação de 23 novos gabinetes e secções de atendimento a famílias e menores, passando o país a dispor de 480 unidades.

 

A directora da Doutrina e Ética Policial no Comando-Geral da PRM, Lurdes Mabunda, destacou a exigência de programas de protecção à criança, ideia reforçada por novas abordagens de difusão de mensagens nos diversos pontos do país.

 

“Esta acção tem em vista chamar atenção aos agentes da polícia para serem promotores da mudança nos eventos culturais e nos torneios desportivos, criando uma aproximação com a comunidade com o objectivo de trazer mensagens educativas”, explicou.

 

Por seu turno, o director-geral dos Serviços Sociais da PRM (SS-PRM), Inácio Dina, referiu que a parceria visa implementar uma doutrina de inclusão social, principalmente de pessoas com deficiência física, em casos de violência doméstica.

 

Sabe-se que pelo menos uma em cada três mulheres sofreu violência física ou sexual, geralmente pelas mãos de um membro da família ou parceiro íntimo. A violência geralmente deixa marcas profundas na vida destas mulheres e raparigas.

 

Dados anunciados pelo director nacional da Acção Social no Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS), Luciano José, durante o lançamento do Manual do Facilitador Comunitário Engajado na Prevenção e Combate à Violência Baseada no Género, evento que teve lugar a 26 de Maio passado em Maputo, indicam o registo de 21.140 casos de Violência Baseada no Género (VBG) em 2022.

 

Segundo a fonte, estes dados representam um aumento de 0.7 por cento quando comparados com os de igual período de 2021, em que foram registados 21.100 casos. (AIM)

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