Está tenso o ambiente político em Moçambique, depois de os órgãos eleitorais distritais terem declarado a vitória do partido Frelimo em 64 autarquias do país, no âmbito da realização, na passada quarta-feira, das VI Eleições Autárquicas, tendo ficado apenas a Cidade da Beira para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Ontem, a Comissão Política Nacional da Renamo reuniu-se em Maputo de forma extraordinária, tendo deliberado nove pontos, com destaque para a exigência de uma auditoria à proveniência e autoria dos boletins paralelos usados nos enchimentos das urnas, em todas as autarquias, onde o partido reclama vitória.
A Renamo diz não aceitar os resultados divulgados pelos órgãos eleitorais em todos os distritos com autarquias e convoca todos os moçambicanos, em particular os munícipes das 65 autarquias, para uma manifestação geral em repúdio a qualquer manipulação dos resultados a partir desta terça-feira, 17 de Outubro de 2023.
O maior partido da oposição no xadrez político moçambicano garante que irá interpor recursos junto às instituições competentes e exigiu a Comissão Nacional de Eleições, um esclarecimento público sobre os ilícitos cometidos perante o seu olhar impávido e sereno.
Aliás, a Renamo responsabiliza os órgãos eleitorais pela má gestão do processo eleitoral, tal como o Presidente da República e Polícia da República de Moçambique (PRM) “por toda a instabilidade e convulsão social em consequência da fraude eleitoral”.
“Apelar à sociedade civil moçambicana, as confissões religiosas e a comunidade internacional para agir vigorosa e urgentemente, de modo a travar esta manipulação de resultados eleitorais”, defende o segundo maior partido do país, garantindo que está a encetar contactos junto do corpo diplomático e das organizações da sociedade civil para solicitar a sua intervenção de modo a evitar a presente crise política. (Carta)