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quarta-feira, 17 janeiro 2024 10:05

Cidadãos denunciam abuso de autoridade por parte dos agentes da PRM afectos ao Posto Policial de Magoanine A, em Maputo

A denúncia foi feita através de um vídeo de uma das organizações dos direitos humanos retratando detenções ilegais e cobranças ilícitas para soltura dos detidos por parte dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) afectos ao Posto Policial de Magoanine A, na cidade de Maputo.

 

A organização, sediada em Maputo, lida com assuntos de direitos humanos e partilhou o vídeo com a nossa redacção, em que os jovens relatam alegados desmandos protagonizados pelos agentes da Polícia.

 

De acordo com os denunciantes, tudo aconteceu na semana finda, quando um grupo de agentes da PRM seguiu um indivíduo que se fazia acompanhar pelos seus amigos na sua viatura e o encontrou prestes a entrar na igreja da Comunidade São Quisito de Magoanine A. Daí a polícia aproximou-se do local e disse que a pessoa que estava a conduzir a viatura não é a mesma que a encontraram no volante, o que foi refutado pelos presentes. 

 

Entretanto, em jeito de brincadeira, um dos crentes daquela igreja acabou dizendo que sabiam o que a Polícia queria ali e sorrindo disse: “Acalmem-se meus irmãos, o décimo terceiro já vai sair”. A polícia sentiu-se ofendida e decidiu recolher o indivíduo algemado para viatura da PRM. No posto policial, encontrou um outro jovem que também se encontrava algemado e o questionou sobre o que teria feito.

 

“Eu sou acusado de ter violado alguém, mas isso não corresponde à verdade. Mas como quero me livrar desses agentes, cobraram-me 10 mil para a minha soltura e pedi a minha esposa para trazer o valor porque aqui só tenho uma parte”, explicou o jovem.

 

Por sua vez, o jovem detido na igreja disse que ele não ia pagar nenhum valor porque não cometeu nenhum tipo de crime. Como consequência, foi retido na cela durante toda a noite, tendo sido solto no dia seguinte depois de varrer todo o posto policial e limpar a cozinha e as casas de banho, enquanto aquele que pagou foi imediatamente solto.

 

Segundo os jovens, dos agentes que estavam em serviço naquele dia no Posto Policial de Magoanine A, soavam mais os nomes de Rafique e Videira.

 

Reagindo às alegações, o Porta-voz da PRM, Leonel Muchina, disse que as detenções que acontecem nas sub-unidades são sempre no âmbito de algum crime, tendo acrescentando que a polícia não teve conhecimento de qualquer acto ilícito no Posto Policial de Magoanine A.

 

“Não é nosso perfil de actuação perpetrar detenções arbitrárias. Nós prendemos quando há situações passíveis de crime e isso acontece mediante abertura de um processo. Havendo esse tipo de caso, apelamos aos denunciantes que se dirijam ao Comandante da Esquadra ou ao Chefe do Posto Policial”, frisou. (Marta Afonso)

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