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sexta-feira, 12 julho 2019 06:51

Petromoc é um peso para o Estado – defende CIP

Depois do auditor das contas da Petróleos de Moçambique (Petromoc), Deloitte, ter manifestado incertezas em relação à continuidade daquela empresa pública, face aos seus resultados financeiros, referentes ao exercício económico de 2018, constantes nas Demonstrações Financeiras da empresa, publicadas pela “Carta”, agora é a vez do Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização da sociedade civil, considerar aquela empresa como “um peso para o Estado”, pelo facto de o Governo continuar a incorrer em custos de emissão de garantias bancárias a favor desta empresa.

 

 

De acordo com o CIP, em causa está a degradante situação financeira daquela empresa que, em três anos (de 2014 a 2017), viu os seus resultados líquidos deteriorarem em cerca de 600 por cento, ao sair de 120,5 milhões de Mts, em 2014, para um valor negativo de 3,6 mil milhões de Mts, em 2016, e 4,7 mil milhões de Mts, em 2017, colocando a empresa numa situação de “falência técnica”.

 

As recentes Demonstrações Financeiras da Petromoc, publicadas pela “Carta”, na passada quarta-feira, revelam que a empresa obteve um resultado negativo, em 2018, de 2.018.942.689 de Mts e o passivo corrente excede o activo corrente em 6.566.711.815 de Mts. Apresentam ainda um capital próprio negativo, no montante de 7.240.237.609 de Mts, em 2018, contra 5.221.294.920 de Mts do ano anterior.

 

De acordo com a análise feita pela organização, contribuíram para esta deterioração, por um lado, os elevados gastos correntes, com destaque para dívidas de curto prazo e compromisso com fornecedores, a falta de pagamento das compensações por parte do governo, bem como as elevadas dívidas de alguns clientes públicos.

 

Por outro lado, aponta o CIP, a degradante situação deve-se à corrupção, cujos custos daí resultantes são imputados ao consumidor final, através do preço de venda dos combustíveis ao público.

 

Explica a organização que a corrupção, na Petromoc, manifesta-se grandemente, através da sobrefacturação na aquisição de bens e serviços, transferência de património da empresa para dirigentes seniores e seus afins, como o caso da concessão das bombas de combustíveis. Acrescenta ainda que a empresa está sob investigação, desde 2015, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com parte dos seus gestores com contas bancárias congeladas.

 

Refira-se que, no seu parecer, a Deloitte afirma que a continuidade das operações da Petromoc, pressuposto assumido na preparação das Demonstrações Financeiras, encontra-se dependente da obtenção de recursos financeiros por parte dos accionistas e/ou de instituições financeiras, bem como da realização de operações lucrativas no futuro. (Carta)

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