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segunda-feira, 28 outubro 2019 08:16

Frelimo fala numa “vitória de trabalho” e MDM pede anulação das eleições

Enquanto o partido Frelimo, no poder desde a independência, e o seu candidato, Filipe Jacinto Nyusi, comemoram mais uma vitória eleitoral, os partidos da oposição contestam os resultados do escrutínio do passado dia 15 de Outubro, publicados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), na tarde de ontem, 27 de Outubro.

 

Neste domingo, a CNE confirmou a “goleada” que o candidato da Frelimo pediu aos membros e simpatizantes da Frelimo, durante a campanha eleitoral. Assim, Filipe Nyusi renovou o mandato com os expressivos 73 por cento, em virtude de ter obtido 4.507.422 votos validamente e a Frelimo conquistou 184 lugares na Assembleia da República, mais 40 que no actual mandato, em que soma apenas 144 assentos.

 

Falando a jornalistas, momentos após a divulgação dos resultados, na cidade de Maputo, a mandatária da Frelimo, Verónica Macamo, defendeu que os resultados reflectiam a confiança que os moçambicanos têm na sua formação política, para além de que os mesmos também representam uma grande responsabilidade e estímulo para o seu candidato arregaçar as mangas e trabalhar.

 

Para Verónica Macamo, a vitória da Frelimo foi conseguida graças ao trabalho de Filipe Nyusi, como Chefe de Estado, que demonstrou o seu carinho pela Paz e a vontade de o país a remar para frente. Sublinhou ainda que, tal como no passado, os eleitores não se sentirão defraudados, pois, “honraremos cada voto com trabalho” até porque “o nosso Presidente disse que ninguém será excluído”.

 

Por seu turno, os partidos da oposição optaram pelo boicote do evento, que decorreu no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano e com duração de cerca de 1:40 horas. Em conversa com “Carta”, Sande Carmona, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política do país, reiterou que a sua formação política não reconhece os resultados divulgados pelos órgãos eleitorais, “devido às irregularidades insanáveis registadas”.

 

“Para nós, os resultados pertencem à CNE e ao partido Frelimo e não reflectem os interesses e nem a vontade do povo moçambicano. O verdadeiro resultado foi posto em causa, no momento em que as eleições deixaram de ser livres, justas e transparentes”, explicou a fonte, exigindo, desta forma, a anulação e repetição do escrutínio.

 

Para tal, explicou o porta-voz do MDM, a sua formação política irá interpor um recurso junto do Conselho Constitucional, a pedir a anulação dos resultados. Estaremos a fazer o nosso papel, a nossa prática. “Se o Conselho Constitucional estiver ao lado do povo irá concordar connosco”, diz a fonte.

 

Por sua vez, os restantes partidos da oposição preferiram aglutinar-se junto das instalações do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), na capital do país, para contestar os resultados das eleições. (Carta)

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