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segunda-feira, 17 dezembro 2018 03:46

Um “burlão” irlandês em Maputo

De forma arrogante e ameaçando até, John Justin McKenna, de nacionalidade Irlandesa, recusou-se a falar sobre a acusação contra si de maus-tratos e irregularidades na relação de trabalho com os seus colaboradores moçambicanos no ramo da construção civil. Recentemente, deu entrada no Serviço Nacional de Migração uma denúncia feita por ex-trabalhadores que começam por questionar a legalidade da sua presença como empregador em Moçambique. John McKenna é portador  de passaporte irlandês nº PV8572033 e do DIRE (Documento de Identificação de Residentes Estrangeiros) nº 10IE00066366Q, tendo constituído em 2014 a empresa  KEN CONSTRUÇÕES com o nº de registo fiscal 128869972 e inscrita no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) sob o nº9002475-00.

 

Os ex-trabalhadores alegam que a empresa do irlandês terá sonegado impostos e faltado a demais deveres legais desde Abril de 2015, incluindo o pagamento ao sistema de segurança social.  Documentos em nossa posse indicam que até Setembro passado, John Justin Mc Kenna devia ao INSS 198.704,00 Mts. O cidadão Irlandês terá entrado no país em 2014 através de um visto emitido pelo Consulado de Moçambique em Nelspruit, na África do Sul. Segundo apurámos, em Julho do presente ano, como forma de se livrar das dívidas, renovou a sua autorização de residência precária em Moçambique e abriu uma outra empresa denominada J. KENN CONSTRUÇÕES. SOC. UNIP, LDA. Na denúncia os ex-empregados de McKenna afirmam duvidar de que ele possua permissão ou autorização de trabalho. O irlandês é acusado de proferir palavras insultuosas em público ferindo a integridade da pessoa humana.

 

Asley, um antigo mestre-de-obras da empresa  Ken Construções, disse à “Carta” que  trabalhou durante  três anos sem nunca ter assinado um contrato. “As condições de trabalho eram péssimas. Os salários irregulares, sem data fixa”, disse-nos. Perplexos, os antigos trabalhadores não entendem como as autoridades nacionais admitem a permanência de cidadãos de conduta duvidosa. “Carta” também está na posse de um documento do casal José Caetano e Sandra McGunegill, proprietário do imóvel onde funciona a empresa de John McKenna, no Bairro da Costa do Sol, manifestando a intenção de romper o contrato.

 

Com o conhecimento do secretário do bairro e do chefe do quarteirão 66, no Bairro Costa do Sol, o casal explica que “a partir de 30 de Outubro de 2018, cessa a nossa responsabilidade para com o senhor McKenna, em virtude de o nosso vinculo já ter terminado, devendo ele, em consequência desse rompimento, deixar as nossas instalações assim como o uso do endereço para requerer qualquer documento…”. John Justin McKenna é igualmente acusado de mau comportamento social, o que resultou em várias passagens pela 13ª Esquadra da Polícia do Bairro Triunfo, em consequência de queixas popularesDocumentos a que tivemos acesso referem que John Justin Mc Kenna nasceu a 27 de Março de 1954. No seu passaporte consta que é natural de Leitrim, na Irlanda, contudo, na sua declaração de NUIT, figura que é natural de Maputo. (Germano de Sousa)

 

 

 

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