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segunda-feira, 26 novembro 2018 03:00

Rogério Zandamela: um xerife tipo Rangel

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O último episódio da tragicomédia "Rede SIMO vs Bizfirst" não obedeceu a tradição de "viveram felizes para sempre". O governo e os bancos descobriram que, afinal de contas, aquele xerife do 25 de Setembro ostenta um revólver de água. Não mata ninguém.

Depois de jurar e prometer que o Banco Central nunca mais iria trabalhar com aquela empezinha de meia-tigela e sanguessuga, eis que, no último capítulo, Rogério Zandamela aparece dizendo que o restabelecimento do sistema foi uma ação coordenada entre o Banco Central e a banca comercial. Disse ele que, não tendo solução e sendo a Bizfirst a primeira a apresentar a solução, seria ingénuo e seria irresponsabilidade do regulador [o Banco Central] não cooperar para essa solução.

Ora essa! Afinal, não é disso que andamos a falar esse tempo todo? Precisa ser cientista para ver que essa é a solução mais sustentável, embora temporária, enquanto se busca um provedor mais "expressivo"?

Ninguém disse que a Bizfirst era o melhor provedor para esses serviços. Mas podia-se (na verdade, devia-se) encontrar um provedor à altura e fazer-se uma transição tranquila e pacífica. Uma transição sem apagões, sem conferências de imprensa, sem comunicados, sem idas ao Parlamento, sem baixarias, sem evasivas nem subterfúgios. Mudar de provedor ou de fornecedor de todo mundo muda querendo. Divórcios acontecem. São coisas da vida. Mas é possível fazer as coisas com alguma racionalidade. Há assuntos que não se devem tratar com leviandade e descaso.

Essa novela toda só veio demonstrar que o nosso xerife é um Rango: um pistoleiro que não é pistoleiro. Um herói do acaso. Vítima e mártir das suas próprias trafulhices.

Pensar dói, como dizia um "titxa" meu.

Sir Motors

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