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terça-feira, 16 junho 2020 07:47

O último trunfo de Mandinho Tchembene

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"É que uma coisa é a independência e outra coisa é a libertação. Eles diziam ficam independentes, mas não ficam livres. É esta situação em que nos nos encontramos hoje. Conseguimos pela via armada  ou pela via de negociações sem pacíficas (SIC) alcançar a nossa independência, mas não querem que nós estejamos livres. E porquê? Exactamente porque eles nos colonizaram por causa dos nossos recursos. E enquanto exploravam os nossos recursos como colonizadores descobriram que não podiam viver sem eles. É por isso que fazem todo o esforço para não permitir que nós efectivamente nos libertamos. Temos a independência, temos a nossa bandeira, temos o nosso hino, mas não querem nos dar a nossa soberania. Há um problema de agendas. O Ocidente tenta forçar a África a seguir a sua agenda. Parte do princípio que os africanos não são capazes. Mas isso foi sempre assim. [...] Por isso, a nossa batalha é seguir uma agenda nossa. Uma agenda nossa. O que é difícil. E é difícil porquê? Porque muitas pessoas das nossas elites não reagiram criticamente àquilo que aprenderam... dos livros coloniais. Acreditam que tudo aquilo que aprenderam está correcto".

 

Estas palavras são do antigo Ministro da Administração Interna, antigo Ministro do Interior, antigo responsável do programa "Operação Produção", antigo comissário que investigou a morte do Presidente Samora Machel (que não chegou a qualquer conclusão), antigo chefe da delegação do governo na Comissão de Supervisão e Implementação do Acordo Geral de Paz para Moçambique, antigo secretário-geral da FRELIMO, antigo candidato da FRELIMO às eleições de 2004, antigo presidente da República de Moçambique durante 10 anos, agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal, Doutor Honoris Causa em Economia e Desenvolvimento pela Universidade Eduardo Mondlane, antigo comerciante de ovíparos vertebrados endotérmicos bicudos do tipo bípede-palmípede, empresário de sucesso por aquisição de empresas estatais, veterano da luta armada de libertação nacional, moçambicano de gema, pai de Boustani, tio de Nhangumele, amigo de Chopstick, comprador de barquinhos que não navegam, criador da EMATUM, ProÍndicus e MAM, padrinho das dívidas ocultas que deixaram o país com os colhões pendurados, proprietário do Gê-40, criticofóbico assumido e inimigo de estimação dos apóstolos da desgraça.

 

Aqui na rede já se ouvem os aplausos da plateia. Clarividente pra cá, clarividente pra lá. Visionário pra ali, visionário pra acolá. A primeira temporada começou assim mesmo com boas ladainhas. Lembro-me muito bem. Em 2022 há congresso. Pode estar em curso a preparação da segunda temporada. Este pode ser o último truque do Mandinho Tchembene. O trunfo da salvação.

 

Não contem comigo! Tou fora!

 

- Co'licença!

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