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segunda-feira, 07 janeiro 2019 03:19

Uma oportunidade para sermos "zamwamwas" com dignidade

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As últimas notícias dando conta da existência de mais cinco moçambicanos envolvidos na escandaleira das dívidas ocultas é uma oportunidade soberba que o governo norte-americano acaba de nos dar para tirarmos uma nova foto. Esta é uma chance única para fazermos nova pose para sairmos na foto sorridentes, nem que seja aquele sorriso administrativo. É a nossa última chance de sairmos bem na fotografia. Digo isso porque os nomes dos tais cinco compatriotas, COM CERTEZA, estão no relatório ORIGINAL, não encriptado, que a Kroll entregou a Pé-Gê-Ere. Ou seja, a nossa Justiça conhece quem são essas pessoas e também sabe que mais dia menos dia vão acabar nas malhas do Efe-Bê-I. Portanto, essa é a melhor brecha para mudarmos o cenário. É que, se não fizermos, alguém fará. Pelo menos mostrarmos também que aqui, por mais que você tenha higiene "Indivudual", dinheiro não se lava. 



Os gringos já fizeram muito: descobriram o roubo, fizeram a auditoria forense, desvendaram o esquema, identificaram a gang e entregaram-nos de bandeja para os julgarmos. E nós o que fizemos? Pegamos no documento, transformamos os nomes dos ladrões numa lista de acrónimos em abecedário, guardamos na gaveta e criamos frentes de defesa da corja na mídia. Resultado: mostramos ao mundo que somos uns grandes "zamwamwas". Ficamos mal pintados no quadro. 


Agora que os gringos já começaram a limpar os "Indivíduos" da gang, nós devíamos ao menos ajudar. Devíamos ter alguma vergonha na cara e começarmos a dar mostras do tal propalado amor próprio. Não podemos permitir que seja sempre o vizinho a regrar as nossas flores na nossa presença. Não podemos fingir que nada está a acontecer. Temos de entregar os restantes ingredientes a quem quer cozinhar ou pelo menos a quem já manifestou algum interesse nisso. Se não sabemos fazer uma simples omelete, podemos ao menos ajudar entregando os ovos a quem sabe e quer fazer. Não precisamos de quebrar os ovos, vamos entregá-los assim mesmo inteiros para que seja ele a quebrar pessoalmente. 

 

A nossa Justiça tem de começar a contribuir prendendo esses meliantes de modo a recuperar alguma coisa da nossa já chamuscada imagem. Também não podemos pedir muito. Não podemos querer que o mundo esqueça que somos "zamwamwas". Mas é uma grande oportunidade para sermos lembrados como "zamwamwas" que fizeram alguma coisa para ajudar. "Zamwamwas" com alguma dignidade. Não podemos ser como aquele cão que espera que seja o cabrito a morder o ladrão que invade o quintal. 

- Co'licença!

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