Em Moçambique, os presidentes da Comissão Nacional de Eleições (CNE) são escolhidos a dedo e tem ligação com a igrega, com a fé, com a religião, inferindo-se (e querendo-se provar ao povo) que seu desempenho é isento, pois ele não é um comum pecador e, por isso, é inimaginável que roube votos (favoreça o regime). É uma tática da Frelimo espertalhona.
A CNE já teve presidente católico (Brazão Mazula), evangélico (Arão Litsuri), metodista (Jamisse), muçulmano (Abdul Carimo). Agora chegou a vez de um anglicano, Dom Carlos Matsinhe. Depois teremos um hindu, um presbiteriano...E por aí adiante. Mas a roubalheira continua presente. Recordam-se da grande farsa que foram as eleições de 1999, com Jamisse Taimo à cabeça da CNE? E a saga de Marromeu, com Abdul Carimo Sau legitimando, envolto em seus Jilbabs e turbantes, tamanha roubalheira. Nenhum destes religiosos emprestou de facto sua moral e ética aos processos eleitorais em Moçambique, tornando-os transparentes. Todos seguiram os ditames do regime. Não conheço este líder anglicano. Mas a realidade histórica mostra que nada vai mudar.