Em tempos li num texto - sobre a amizade – que um certo amigo disse ao outro que sempre que puder: abrace, telefone e convide. Abrace porque o abraço é a democracia do afecto. Telefone porque telefonar – nem que seja para dizer que está vivo – demonstra quanto a sua existência pode ser importante para os outros. Convide, porque convidar é o exercício da partilha. E partilhar não é o mesmo que dividir. É fazer dono de uma coisa vários.
Ainda o texto e citando um trecho: “Se eu tivesse ouvido esse amigo, talvez hoje pudéssemos sair, tomar uns copos, falar sobre coisas e a vida. Mas a verdade é que nesse momento ele deve estar em algum lugar do planeta a dizer o que pensa a alguém que mereça a sua companhia muito mais do que eu. Não sei se o perdi: Mas será que um dia voltarei a encontrá-lo?”
E se eu tivesse seguido à risca estes ensinamentos talvez não tivesse necessidade de contar o que abaixo e em breves linhas partilho. E faça-o na esperança de que cada um assuma a sua quota-parte de responsabilidades no que lhe disser respeito.
“Em África cada velho que morre, é uma biblioteca que arde!”. Este é um ditado notável e célebre do historiador africano, Hampâté Bâ, que ficou historicamente lavrado e lacrado de forma indelével. Imagine um dia amanhecer com o Arquivo Histórico de Moçambique em cinzas. Ou suponha que furtem o seu laptop que até então guardava todo o seu arquivo audiovisual entre outra e diversa informação relevante, incluindo a sua tese de doutoramento por submeter na noite do dia em que o larápio achou por bem e dolo que o laptop – por arrasto o conteúdo - não lhe pertencia.
O que lhe veio a cabeça é mais ou menos o meu caso por estes dias depois que o ditado de Hampâté Bâ bateu - no último sábado - uma porta muito próxima que é também minha. E numa semana bati mais vezes a porta da “Biblioteca” ardida - do que em décadas. No quintal, à sombra do limoeiro, logo à entrada, tenho tido dias - na mente - de intensas saudades do acervo oral – que sempre esteve disponível – e de que não me dei tempo para a devida consulta. Infelizmente, não estou sozinho.
Hoje reconheço que se eu tivesse escutado Hampâté Bâ teria visitado mais vezes a “Biblioteca” que se foi e com papel e caneta. E teria muito mais para partilhar, tornado as vastas prateleiras do seu acervo em património democrático de todos.
Infelizmente, por mais que cada um tenha ou compre mais tempo, não existirá tempo nenhum para a partilha do que ficou por absorver das “bibliotecas” africanas por conta de afazeres que se revestem - a partida - de importantíssimos e inadiáveis, deixando – a posterior - que a despedida seja de lamentação e não de celebração.
Contudo, acredito que reste uma réstia de consciência suficiente e perturbante e que a partir deste momento cada um - observando as devidas as excepções - possa iniciar e manter, a prazo infinito, um roteiro de visitas às respectivas “Bibliotecas”. A fórmula é simples: Abrace, telefone e convide sempre!
Não adie, ligue agora! Evite que o seu telefone toque primeiro e de outro lado da linha, uma voz trémula, fale que a “Biblioteca” – que teimas em visitar - ardeu. E no final da chamada, a voz tremente e já aos prantos, ainda revele: Na noite passada (a “Biblioteca”) perguntou por ti várias vezes.
Saravá “Bibliotecas” Africanas!
PS (i): Na passada segunda-feira, disse a adeus a uma “Biblioteca” da família e de amigos, em particular os do Bairro 25 de Junho (Chopal). Na despedia do Tio Dias (a biblioteca que partiu) – um homem de elevada cultura de cidadania - lembrei-me de um dia, em 2013/14, ele ter questionado a prioridade governamental em instalar uma linha o Metro de superfície como uma das soluções na ligação entre os municípios de Maputo e Matola. Com certa perplexidade perguntou a quem lhe ouvia – um deles era eu - se no Metro i) as Mamanas entrariam com a trouxa dos seus negócios, ii) se o Jovem entraria com o saco de cimento e a chapa de zinco, e iii) se os sacos das compras do mercado teriam espaço. Estes são apenas alguns dos exemplos. E como prioridade, no lugar do Metro, ele recomendou que se investisse num transporte misto de passageiros e carga. E pelo que me consta, cinco/seis anos depois, este tipo de transporte foi equacionado como prioridade pela recente criada Agência Metropolitana de Transportes de Maputo e já existem passos concretos dados. Para mim, concretizado o projecto do transporte misto, este será o “Tio Dias”, seja qual for o nome oficial ou informal. Saravá, Tio Dias!
A Cê-Ene-É já fez a sua parte e os resultados estão aí para quem quer ver. O recenseamento eleitoral foi consentâneo com os estatutos do nosso partido. Em alguns círculos eleitorais até os mortos recensearam, noutros, nem os ainda-viventes foram abrangidos. Em Cabo Delgado parece que os insurgentes trabalharam como agentes de mobilização. O processo foi calculado rumo a vitória retumbante, esmagadora, asfixiante e qualquerizante.
O sheik fez a sua parte, mas, agora que os outros já começaram a eleger os seus cabeças-de-lista, estamos a notar que não basta. Os esforços do sheik Abdul não são suficientes. É arriscado. Vai que os mortos decidam não nos votar!
Então vamos às eliminatórias antecipadas. Já há uma ideia aqui: eliminar os candidatos que não falam todas as línguas da província a que concorrem a governador. A ideia seria, por exemplo, invalidar a candidatura de Mano Mané - que concorre a governador da Zambézia - por este falar somente a língua Echuwabo, de tantas que são faladas na província. Do tipo, o candidato da Zambézia deve ter proficiência em Elomwe, Emakwa, Chi-cena, etecetera; o de Tete, em Chi-nyungwe, Chi-senga, Chi-nyanja, Chi-shona, etecetera; e por aí em diante. A lei pode ser abrangente àqueles que não sabem dançar as danças da província. O proponente chamou isso de "localismo linguístico e cultural". Procurando bem na constituição, na lei eleitoral, na lei de terras, na lei do trabalho, ou mesmo na lei da família, podemos encontrar algo que fundamente esse termo.
Para o caso de Muchanga, podíamos alegar, por exemplo, que ele não pode concorrer porque tem medo de blindados das forças de defesa e segurança. Do tipo, um indivíduo que tem medo de ser guarnecido e escoltado por blindados e tanques de guerra não pode ser governador. Gajos que sofrem de "securityfobia" são impedidos de concorrer por lei. E íamos alicerçar isso numa lei qualquer por aí... Lei é o que não falta neste país.
Mais adiante podíamos eliminar os cabeças-de-lista que não fizeram o ensino primário na província ou aqueles cujos sogros não são originários da província a que o genro ou nora concorre ou coisas do género.
Estamos a colher mais contribuições. Há que ajudar o sheik nesta empreitada. É que, normalmente, quem ajudava o sheik era o presidente do Cê-Cê, aquele que acabou abandonando o projecto depois que foi buscar a sua consciência no "car-wash" onde estava em lavagem e lubrificação há mais de meia-década. Era uma grande dupla. Por isso, estamos a colher ideias para ajudarmos os magistrados do Cê-Cê a removerem os obstáculos antecipadamente, como o antigo juiz-presidente sabiamente fazia com exímia mestria.
Que venham mais ideias!
- Co'licença!
Estou sentado, como o tenho feito com alguma relutância nos últimos tempos, num dos bancos perfilados ao longo da marginal da cidade de Inhambane, a contemplar o sol que se vai deitar daqui a pouco. Desta vez é Txifuliane, mulher chope do interior de Zavala, o forte motivo para eu estar aqui. Ansioso. De certa forma nervoso. E para espantar a demora, sustento o tempo de espera enquanto observo a natureza, pensando ao mesmo tempo na mulher que vai-me alimentando, aos poucos, a esperança, como o próprio gotejar da luz.
Txifuliane é diminuitivo de Txifule, que significa mulher sáfara. Que não faz filhos. Mas eu não olho para ela na perespectiva de gerar ou não, os filhos que até podiam estar no seu horizonte, entretanto ferido pela descompensação de não poder ser mãe. Nunca coloquei esse lado biológico como equacionante para a nossa relação, que até aqui não sei se vai produzir algo de bom, como as videiras plantadas na berma dos rios.
Conhecemo-nos há cerca de cinco meses, tempo durante o qual fui percebendo que Txifuliane pode ser uma criatura muito delicada. Que vai arder à mínima faúlha, e queimar-se a si mesma, tipo emolação espiritual. Então ganho uma certa exitação, porque na verdade o meu maior medo será magoar esta alma que me parece muito leve como pluma. Por vezes chego a pensar que é melhor desistir, antes que a minha imprudência provoque fogo posto, no interior de uma mulher que está num eterno período de gestação da dor de não poder dar à luz um ser humano.
O que mais me atemoriza é que ela parece confiar em mim. Sinto que os pensamentos dela são de que encontrou finalmente o porto onde possa atracar com todas as bagagens em segurança. Isso é que abala a minha alma, porque nunca fui porto seguro de ninguém. Txifuliane não merece um terreno movediço que sou. Só nos olhos dela noto algo de muito profundo. De muito sincero. Quando pronuncia o meu nome, todo o meu corpo arrepia e alguma coisa me diz que nela tudo é verdadeiro. E se for, então não a mereço.
Penso em tudo isso sentado neste banco da marginal, numa espera que não me dói. Txifuliane é uma mbila. Ressoa para dentro de mim com suavidade. A voz é melancólica como o cântico das rolas ao fim da tarde. E esta realidade profunda perturba-me. Estou num dilema que me pode degenerar, porque este, com certeza será, pelo que sinto, o último sinal. Se não fosse, então tudo em mim estaria tranquilo. Mas estou a tremer. Tremo muito mais ainda quando Txifuliane me toca e diz-me em chope assim: naku dunda (amo-te).
A actual tensão no médio-oriente é ruim para o mundo mesmo que não resvale em guerra aberta. As consequências das tensões e guerras nesta região do globo são familiares. Algumas das consequências têm sido a reconfiguração territorial, as mudanças de correlação de forças e os realinhamentos de alianças estratégicas. Existe uma outra consequência não tão importante mas interessante: a reconfiguração do vocabulário.
Quando foi da segunda guerra do Iraque (2003) despoletou um debate ou a curiosidade em se saber se os americanos entrariam por ar ou terra em Bagdade, capital Iraquiana. Creio que um General americano - e a propósito da preocupação - tratou de esclarecer, referindo que “O Objectivo é Bagdade” e que não interessava se era por terra ou via aérea. E assim encerrou o assunto. Uma vez tomada a Cidade de Bagdade e o resto do Iraque, num (Tikrit) e outro local (Faluja) aconteciam alguns ataques dos iraquianos que os americanos apelidaram de “Bolsas de Resistência”.
A “Tribo Lazer” (grupo de confraternização) a que pertencia tratou na altura de acomodar os novos termos no vocabulário corrente, aliás no vocabulário líquido. Certo dia - desenrolava a preparação de um evento de pretexto para uns “Copos & Papo” – e um assunto aflige o “Grupo de Contacto (GC)”, equipe responsável pela organização da festa. Existia a dúvida se o GC compraria um barril de cerveja 2M ou de Laurentina Clara. Não havia dinheiro para dois barris. O impasse foi sanado quando um dos membros do GC disse “não interessa, seja Laurentina Clara ou 2M, o objectivo é Bagdade”.
No dia da festa, chovia na Matola (o local do evento). O mais próximo do GC da casa anfitriã - preocupado com a chuva, pois a estrutura e toda logística estava montada - ligou para um dos membros do GC, a manifestar alguma apreensão se a tribo iria comparecer. O anfitrião ficou descansado quando do outro lado da linha ouviu que ficasse relaxado que a chuva era apenas uma “Bolsa de Resistência” e que não atrapalharia o objectivo traçado e lacrado com a chancela de urgente e inadiável.
Vêem-me lágrimas de saudades só de lembrar as grandes batalhas cognominadas de “O Objectivo é Bagdade” ou “O Assalto à Bagdade”. Nesses tempos eu era polígamo - assim como tantos outros – e talvez a razão das saudades. Eu participava nas batalhas se as minhas três namoradas lá estivessem ou se permitissem que eu as levasse. Era inegociável: Os quatro ou ninguém.
Actualmente e por razões alheias a minha vontade não tenho marcado presença. Uma ou duas vezes ao ano participo em algumas cerimónias de exaltação de heróis anónimos de antigas batalhas (um dia conto algumas das batalhas mais emblemáticas). São cerimónias comparadas ou ao nível das realizadas por ocasião da celebração de mais um aniversário do “Desembarque da Normandia”, o famoso dia “D”, que determinou o final da 2ª Guerra Mundial.
A razão da ausência é uma e única: As minhas três namoradas ( e sem exclusividade) já não fazem parte deste mundo. Foram sumariamente executadas. Corre um inquérito para averiguar o “Modus Operandi” da execução e apurar responsabilidades. E também, em paralelo, corre um outro inquérito para se apurar a veracidade de informações que sustentam a possibilidade delas terem sido induzidas a uma situação de coma cerebral. Amiúde - nas redes sociais - circulam versões que defendem esta hipótese, pois nunca foi exibido a certidão de óbito das três e inesquecíveis namoradas: A Laura, Tina e a Clara. Até que tudo seja esclarecido, confesso: Tenho muitas saudades de ti, Laurentina Clara!
Por estes dias que Trump, presidente norte-americano, ora ameaça apertar o gatilho, ora decreta sanções ou diz que está aberto ao diálogo com Teerão ( capital do Irão), tenho pensando nas batalhas que se travam por cá por conta da entrada de um novo “player” no xadrez alcoólico da Pérola do Índico. E venho imaginando os Departamentos de Guerra (DGs) das duas companhias - eufemisticamente denominados “Departamentos de Marketing”- a traçarem os respectivos objectivos estratégicos com recurso a frases do tipo: “O Objectivo é Jardim” ou, para a contraparte, “O Objectivo é Bobole”.
A terminar, o apelo para que o vocabulário não seja actualizado por conta de uma nova guerra no médio-oriente: Que “O Objectivo é Bagdade” não necessite que passe para “ O Objectivo é Teerão” (e por arrasto, que as “Bolsas de Resistência” sejam de resiliência para outros desafios da humanidade); E no que estiver omisso, que esclareça ou decida o leitor.
Quando eu era moleque havia um hábito que os jovens faziam. Quando fossem as farras, levavam consigo uns comprimidos tóxicos (na banda chamava-se "roipe") no bolso para intoxicarem as miúdas que bebiam. Esmagavam o veneno com os dedos para o copo da menina, muito rápido e sem que ela se apercebe-se, e depois dela ficar em papas a carregavam para uma esquina onde era estuprada pela gangue. Na zona chamavam de "kukumbi" ou bicha. As moças iam às festas atentas, mas, as vezes, voltavam traumatizadas.
Estava na moda entre os jovens que não tinham papo para engatar uma boa "mwana". O problema era mesmo falta de papo desses jovens. Falta de "patuale". Falta de "borogodó". Falta de atrativo. Faziam tudo à força e de forma disfarçada. Eram cobardes esses jovens.
Hoje, esses jovens cresceram e viraram políticos. E fazem o mesmo: você faz a tua décima-segunda-mais-um, concorre à uma vaga de professor, é apurado e colocado na escola primária de Teacane-Natikiri em Nampula, e está feliz da vida (como quem diz!). Numa quarta-feira de Junho, você chega ao job e o director vem lhe dizer que amanhã não haverá aulas porque o Presidente da República vai chegar à cidade, e por isso, você deve estar no aeroporto, às sete-e-meia da manhã, para o receber com os seus alunos na primeira fila. E mais: você deve vestir aquela camisola do Benfica (que você comprou no nigeriano dos Poetas para celebrar o troféu) para parecer membro da FRELIMO.
Quer dizer, hoje em dia, ser funcionário público é um autêntico "kukumbi": enfiam-te um salário magro, pela direita, enfiam-te uma dívida oculta, pela esquerda, enfiam-te de ser membro do partido deles, por baixo, e etecetera. E você tem de parecer que está tudo bem. Sempre com aquele sorriso administrativo. Embriagam-te com chantagens e estupram-te com trabalhos fora dos teus termos de referência. Até as crianças, que pecaram apenas por serem alunas, são violadas.
Como é que um governante se sente, quando sabe que aquela moldura humana que o recebeu foi forçada para estar ali? Que prazer dá ser acarinhado por pessoas chantageadas com o seu emprego? Que tesão dá saber que aquela onda vermelha, na verdade, não é vermelha?
Hoje não há aulas na cidade de Nampula. Não quero imaginar em Lalaua, Moma e Nacala! Será que Filipe Nyusi precisa mesmo disso para se sentir Presidente da República de Moçambique?! Isto é mesmo falta de borogodó político.
- Co'licença!
Não é do Zandamela, do mais imponente e reluzente edifício da baixa de Maputo a que me quero referir, o tal que, há tempos, chamou a alguns PCAs de bancos de "lobistas".
É do outro Zandamela, o da LAM, o comandante. Zandamela Neves deve ser chope ou é descendência chope. Neves, que parece ser o apelido, o último nome pronunciado por uma aeromoça, por sinal, a chefe de cabine, é uma corruptela. Tal como Monjane é corruptela de Mondlane ou Costa corruptela de Cossa ou ainda Bié corruptela de Mbiyê.
Zandamela Neves, simpático, comunicador, devia ser o protótipo de pessoas que, para as alturas, levam vidas que cruzam os céus deste país que, há 44 anos, já é independente.
Algum tempo depois do TM 156, da companhia da bandeira, a LAM, rasgar os céus, com destino à capital do Norte, Zandamela fez gosto à retórica. Estar no ar durante horas não deixa de provocar stress. Como diz Gustavo Mavie, um dos jornalistas com maior número de horas de voos, quando o avião sai da pista tudo depende do comandante, mas guiado por Deus.
Dos microfones do cockpit veio uma voz meio embargada e trémula, mas que veio reconfortar e transmitir segurança aos passageiros. Naqueles instantes, ninguém se lembrava que estava a 31 mil pés de altitude, tal é a forma doce que nos chegavam aquelas palavras do comandante.
Zandamela Neves, em tom humilde, falou dele, falou da carreira dele, mas para mostrar que ele apenas dirige uma equipa que não é chefe, mas um líder. Apresentou todos os membros da tripulação. Era dia 25 de Junho, ontem, terça-feira e a chefe de cabine, completava 14 anos depois de se ter iniciado na carreira.
O bom disto é que a relação entre a LAM e os passageiros transcende o lado comercial, afinal somos humanos.
A comunicação de Zandamela Neves para os passageiros humaniza a relação daqueles com a LAM. Foi impressionante ouvir Zandamela Neves a dizer que "somos a companhia da bandeira, estamos aqui a trabalhar a meio todas as adversidades". Adversidade é minha palavra. Zandamela disse "dificuldades".
Parabéns LAM. Há muitos Zandamelas, na LAM, há muitos Joãos Madureiras, como há vários Neltons Nhantumbos, na LAM. Há muita boa malta na LAM. Jorge Zandamela Neves, de seu nome completo, é um veterano na aviação, com 40 anos de carreira, iniciados em 1979. Este Jorge é um verdadeiro cultor de relações humanas/públicas. Quando o Embraer se imobilizou na placa do Aeroporto de Nampula, logo que o aparelho deu um beijo à pista, ele próprio saltou do cockpit para dizer a todos os passageiros, um por um, com sorriso estampado nos lábios "muito obrigado, boa estadia, esperamos voltar a vê-los, até a próxima".
Com a Ethiopian a acossar os serviços da nossa companhia de bandeira, a LAM precisa mesmo de fazer reajustamentos no capítulo das relações humanas e distribuir sorrisos.
Ainda há muito pó por sacudir na LAM. É para ontem!
A LAM merece todo o nosso carinho.