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Redacção

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O Administrador de Muidumbe, João Casimiro, ameaça cortar os salários dos Funcionários e Agentes do Estado que não se apresentaram até à última segunda-feira (03), depois do ultimato dado na semana passada para o seu regresso ao distrito. Casimiro dirigiu uma reunião com os Funcionários e Agentes do Estado, na manhã desta terça-feira (04) em Namacande, sede distrital de Muidumbe, onde orientou os gestores dos recursos humanos para marcar faltas e descontar o salário de todos os ausentes.

 

Além de medidas administrativas, o Administrador de Muidumbe considera injusto o pagamento de salários aos Funcionários e Agentes do Estado que, devido à actuação de grupos terroristas, foram forçados a abandonar os seus postos de trabalho para os locais seguros, concretamente nos distritos do sul da província de Cabo Delgado.

 

Um gestor dos recursos humanos em Muidumbe disse à "Carta" que pelo menos 180 Funcionários e Agentes do Estado ainda não se apresentaram aos seus postos de actividade desde o ano de 2021, mas mesmo assim recebem com regularidade os seus ordenados mensais. No mesmo encontro, João Casimiro admitiu que, por razões de segurança, o governo do distrito não vai abrir o Centro de Internato de Luanda, pese embora seja pretensão dos pais e encarregados de educação.

 

Aquele dirigente apontou que o distrito ainda não está seguro para acomodar alunos no internato. Contudo, os pais e encarregados de educação e alguns alunos clamam pela reabertura do serviço de internamento, uma vez que parte destes percorre 15 quilómetros até à escola secundária de Luanda.

 

A situação é agravada pelo facto de ser a única escola secundária naquela região de Cabo Delgado, dado que a Viaka Sabine, gerida pela Igreja Católica, através da Missão de Nangololo em Muambula, ainda se encontra em estado de abandono. Localizado em Muatide, com capacidade para acolher 150 alunos de ambos os sexos, o Centro Internato de Luanda foi abandonado em 2020 na sequência dos ataques terroristas que assolaram o distrito de Muidumbe. (Carta)

quarta-feira, 05 junho 2024 08:48

INCM recua sobre tarifas de telecomunicações

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O Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM) comunicou há instantes a suspensão da Resolução Nº 1 BR_CA/2024, de 19 de Fevereiro, que encareceu desde o dia 04 de Maio passado as comunicações no país, nomeadamente, os serviços de voz, Dados (Internet), Comunicações de Mensagens Curtas (SMS) e Comunicações de Mensagens Curtas Machine to Machine (USSD).

 

“Em decorrência da recomendação do Conselho de Ministros na sua 17ª Sessão Ordinária, realizada no dia 28 de Maio de 2024, a Autoridade Reguladora das Comunicações – INCM, comunica: 1. A Suspensão da Resolução Nº1 BR_CA/2024, de 19 de Fevereiro que fixa os limites mínimos das tarifas de telecomunicações”, lê-se no comunicado enviado à Carta.

 

Na mesma nota, o INCM refere: “decorrem estudos adicionais, em coordenação com as operações de telefonia, no sentido de dar seguimento às recomendações do Conselho de Ministros”.

 

Esse recuo é indubitavelmente consequência da manifestação popular, causada pela “fixação dos limites mínimos das tarifas de telecomunicações”.

 

No passado dia 18 de Maio, centenas de cidadãos da cidade e província de Maputo saíram às ruas da capital do país em protesto contra a subida das tarifas, empunhando dísticos com mensagens como: “Queremos ilimitado”, “os moçambicanos nunca falaram de borla senão eles próprios”, “baixem os megas”, “meus megas só duram uma semana”, “povo no poder” e “trufafá-trufafá, nós queremos internet”.

 

Nesse contexto, no dia 28 de Maio, o Governo aconselhou o INCM a recuar da decisão para melhorar o estudo que norteou a revisão da tarifa de comunicações telefónicas. (Evaristo Chilingue)

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O Sector Empresarial do Estado (SEE) enfrenta um conjunto de desafios no cumprimento dos seus objectivos, no contexto do desenvolvimento económico e social do país. Numa Análise da Saúde Financeira do Sector Empresarial do Estado, entre 2020 a 2022, o Ministério da Economia e Finanças (MEF) aponta vários desafios que incluem baixo nível de investimentos, fracos retornos de capital investido, diluição das participações sociais, exiguidade de recursos financeiros e elevado endividamento.

 

Entretanto, nem tudo vai mal no SEE. O volume de negócios das empresas, naquele período, tendeu a crescer, facto que leva o MEF a fazer boas perspectivas do sector para o médio prazo. De acordo com a análise, os desafios enfrentados pelas empresas devem-se à missão dupla, que algumas têm de atender tanto aos objectivos sociais quanto aos económicos. Isso pode criar desafios na alocação de recursos e na tomada de decisões, especialmente quando os objectivos sociais entram em conflito com a busca de lucro ou eficiência económica.

 

“Estas empresas muitas vezes enfrentam pressões para alinhar as suas decisões e operações com as agendas e prioridades dos governos que as supervisionam. Isso pode resultar em interferência indevida nas operações da empresa e dificultar a implementação de práticas de gestão eficazes e independentes”, lê-se na análise.

 

Para reverter o cenário, a fonte refere que o Governo está fortemente engajado em minimizar os problemas que enfermam o SEE. Apesar dos desafios, as empresas públicas ou estatais têm registado alguns avanços. O volume de negócio do SEE conheceu um crescimento ascendente entre 2020-2022, de 122.8 mil milhões de Meticais para 156.7 mil milhões de Meticais, um peso médio anual de 12.4% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

O resultado operacional mostrou-se estável e com um peso médio anual na ordem de 1.3% do PIB. O lucro líquido manteve o seu desempenho positivo entre 2021 a 2022, 10.8 mil milhões e 11.8 mil milhões de Meticais respectivamente, tendo atingido 1.0% do PIB em 2022, reflectindo a recuperação dos prejuízos verificados em 2020.

 

De acordo com a análise do MEF, o desempenho económico e financeiro das Empresas do Estado reflecte, em parte, a recuperação da economia nacional pós-Covid-19 e a implementação do Programa de Aceleração Económica (PAE), com algumas medidas específicas de reestruturação e de governação corporativa, com vista a inverter o actual quadro do Sector.

 

No âmbito do desempenho das empresas públicas ou estatais, o Ministério destaca também os impostos e dividendos ao accionista Estado, num volume total de aproximadamente de 24.3 mil milhões e 4.2 mil milhões de Meticais respectivamente, correspondente a uma redução de 7% e 2% quando comparado com o ano de 2021. Em 2022, as transacções (ou transferências) do Estado para o SEE em 2022 atingiram 5.5 mil milhões de Meticais, alocados para diferentes empresas, concretamente para o financiamento do contrato-programa, investimentos, pagamento da dívida soberana das empresas e apoio à tesouraria.

 

Perante os resultados das análises económico-financeiras do SEE, o MEF propõe na análise que se torna necessária a mudança de critérios de financiamento a favor destas empresas por parte do Estado. “Sugere-se que as decisões de financiamento tomadas pelo Governo sejam accionadas quando avaliada a posição estratégica e estruturante de cada uma das empresas na economia e o seu potencial efeito multiplicador, bem como a análise de risco financeiro”, lê-se no documento.

 

Além disso, o MEF entende que as emissões de garantias para as empresas do SEE devem observar os critérios de eficiência técnica das propostas de financiamento, sustentabilidade, viabilidade dos projectos, entre outros factores relevantes. Esta abordagem substancia-se conforme o Decreto nº 26/2021 de 3 de Maio de 2021, que aprova o Regulamento do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

 

Para o Ministério, o cenário de recuperação do SEE encontra-se ancorado nas perspectivas do crescimento da economia nacional. O cenário doméstico é favorável, embora o ambiente externo esteja conturbado sobretudo pelos conflitos geopolíticos, encarecendo os insumos de produção (commodities), e aumento dos custos de bens e serviços. (Evaristo Chilingue)

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O Governo proíbe a compra e transporte de qualquer recurso florestal (como é o caso de carvão), sem a devida licença desde o passado dia 1 de Junho. Em caso de inobservância da medida, o infractor será detido e condenado a penas que variam de 1 a 05 anos de prisão.

 

A informação consta da Lei nº 17/2023 de 29 de Dezembro sobre Florestas e Fauna Bravia, que entrou em vigor no dia 01 de Junho.

 

A Lei reza no seu artigo 77, número 1, que aquele que cortar, extrair, derrubar, transportar, adquirir, armazenar, comercializar e expor madeira, carvão vegetal e outros recursos florestais, sem a licença ou inobservância das condições estabelecidas é punido com pena de prisão de 1 a 5 anos e multa correspondente.

 

“Até prova em contrário, presume-se que os recursos florestais foram extraídos ou abatidos por aquele que os transporta ou está em posse dos mesmos”, diz o dispositivo legal.

 

O mesmo artigo estabelece que aquele que pratica o crime de desobediência ou que faltar obediência às ordens legítimas do fiscal de florestas, fiscal ajuramentado ou outra autoridade pública competente será punido nos termos da Lei Penal vigente.

 

O Artigo 79 prevê ainda que serão punidos aqueles que exploram ou processam produtos florestais madeireiros com instrumentos, meios proibidos ou técnicas inapropriadas e aqueles que armazenam em juntas, pátios, armazéns ou estaleiros de produtos florestais sem observância às condições legalmente estabelecidas.

 

A referida lei proíbe a transmissão de direitos de exploração de produtos florestais em desacordo com as condições legalmente estabelecidas. Refira-se que a Lei nº 17/2023 de 29 de Dezembro que entrou em vigor no dia 01 de Junho corrente revoga a Lei nº 10/99, de 7 de Julho, que estabelece os princípios e normas básicas sobre a protecção, conservação e utilização sustentável dos recursos florestais e faunísticos. (M.A)

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A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) obteve hoje, com sucesso,  a certificação ISO 9001:2015. Esta certificação reforça o compromisso do MPDC com a excelência e a qualidade. Para além de ser um marco significativo, o Porto de Maputo é também o primeiro porto em Moçambique a receber esta certificação.

 

Esta conquista é um reflexo do compromisso com a melhoria contínua de serviços e busca pela excelência no serviço ao cliente. A certificação ISO 9001:2015, realizada pela empresa acreditada internacionalmente, a Bureau Veritas, atesta que todos os processos e sistemas de gestão da qualidade foram avaliados como estando em conformidade com os padrões internacionais mais rigorosos. 

 

“A certificação ISO 9001 não é um objectivo, mas sim um compromisso para com os nossos clientes, parceiros e com a sociedade em geral”, expressou o Director Executivo, Osório Lucas. “O objectivo é sim, atingir a próxima certificação pois este é apenas o começo de uma viagem contínua de melhoria e inovação”, afirmou. De notar que em 2021, o Porto obteve a sua primeira certificação da marca APLOP.

 

Uma das principais vantagens da certificação ISO 9001:2015 é a capacidade de identificar e resolver rapidamente quaisquer problemas que possam surgir. Isso permite manter a eficiência operacional. (Carta)

terça-feira, 04 junho 2024 15:25

Teatro e Música/Os Saltimbancos

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Os Saltimbancos e uma peça musical de autoria de Chico Buarque, que conta a história de quatro animais domésticos: um Burro, um Cão, uma Gata e uma Galinha - que depois de uma vida de inteira de trabalho são maltratados pelos seus donos e decidem fugir para a cidade para se tornarem músicos.

 

Esta peça tem encantado e inspirado crianças e adultos ao redor do mundo. Sua mensagem poderosa sobre liberdade, amizade e superação de desafios é especialmente relevante para o Dia da Criança, celebrando a infância e a importância do amor e dos sonhos na vida de cada indivíduo.


Adaptada para Moçambique, o TP50 apresenta-se com músicos, actores, dançarinos, um coro infantil e um grupo de capoeiristas num total de 53 participantes.

 

SOBRE O TP50

 

O TP50 foi formalmente criado em 2007 tendo desde então concebido e realizado mais de 40 espectáculos temáticos envolvendo mais de 300 artistas de diferentes domínios entre músicos, actores, dançarinos, poetas, escritores, cineastas e fotógrafos.

 

A actividade do TP50 caracteriza-se pela (1) realização de espectáculos temáticos, (2) a integração de várias artes, (3) o envolvimento de artistas de várias gerações e (4) a divulgação de valores humanos e de qualidade artística, através de tributos a ideias e pessoas socialmente exemplares. Utilizando como base os elementos culturais de Moçambique, a actividade do TP50 estabeleceu uma ponte permanente com a arte e artistas de países de língua portuguesa, em particular de Portugal e Brasil.

 

(08 de Junho, às 10h30min no Centro Cultutal Franco – Moçambicano)

terça-feira, 04 junho 2024 15:24

Exposição/Entre vozes e caminhos

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Juntos, Santos Mabunda e João Paulo Quehá dialogam, abrem e constroem caminhos por onde passa a vida, o sentimento das pessoas, os rituais da cura e da terapia, a complexa dimensão humana da arte e os vaticínios.

 

(De 05 a 29 de Junho, na Fundação Fernando Leite Couto)

terça-feira, 04 junho 2024 15:22

Teatro/Ode Marítima (remix)

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Sinopse:

 

Uma consciência que antecipa a nossa própria consciência e condição, um hino sensacionista à redenção e sobre essa contemporaneidade que foi a de Pessoa e que agora, por mais estranho que possa parecer, é aquela em que nos detemos por nos estar ainda tão próxima e presente. Um monólogo que é muitos diálogos com o mundo inteiro, dividido nas suas múltiplas aparições como uma noite estrelada ou os aromas texturais de uma brisa marítima.

 

(06 de Junho, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)

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A Electricidade de Moçambique, E.P. (EDM) e a Empresa Sul-Coreana Hyosung Heavy Industries Corporation, rubricaram hoje, dia 04 de Junho, um Contrato de Fornecimento de 13 Transformadores e 01 Reactor de Alta Tensão, no valor de USD 32 Milhões, visando o melhoramento da qualidade de energia fornecida pela EDM.

 

O acto decorreu à margem da participação do Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Eng.o Marcelino Gildo Alberto, na Cimeira Coreia-África, que decorre desde o dia 03 até 05 de Junho corrente, em Seul, na Coreia do Sul.

 

Trata-se da 2a Fase do Projecto de Reforço e Ampliação das Subestações (SE) de Transporte de Energia, cuja 1ª Fase foi concluída em 2022.

 

O instrumento de cooperação hoje assinado consiste, entre outros, na elaboração de projectos de engenharia, fabrico, teste de fábrica, entrega nos locais, instalação e comissionamento de 13 novos Transformadores, bem como 01 Reactor nas Subestações (SE ́s) 06 (Bairro do Jardim), 10 (Bairro do Zimpeto - Vila Olímpica), de Marracuene, Muhalaze, Manhiça, Matola Rio, CTM- Geração e Corumana Geração, Chibata, Mavuzi Geração, Cerâmica, Nampula e Munhava.

 

Além de cooperar com a EDM neste projecto, a Hyosung Heavy Industries participa na implementação do Projecto para a Instalação de um Sistema de Armazenamento de Energia a partir de Baterias, na SE de Muxara, na Província de Cabo Delgado. Este Projecto foi aprovado para financiamento e aguarda-se a assinatura dos acordos para o início das actividades.

 

Refira-se que, à margem da Cimeira Coreia- África, decorre nesta terça-feira, o Fórum de Negócios e Parcerias, designado B2B, que reúne 50 empresas africanas, de 15 países, com empresas coreanas. Esta plataforma tem como objectivo a troca de experiências e engajamento de apoios e financiamentos a projectos do sector energético em África.

 

Neste fórum, a delegação da EDM, chefiada pelo Presidente do Conselho de Administração, Eng.o Marcelino Gildo Alberto, interagiu com empresas interessadas no negócio do sector eléctrico moçambicano tendo, igualmente, feito o convite a empresas coreanas a investir em Moçambique, através da imprensa local.

 

“A parceria entre a EDM e empresas coreanas, através do seu Governo é de longa data. Foram implementados vários Projectos com destaque para a Electrificação Rural na Província de Gaza, que inclui a Construção de 245km de Linha de

 

Alta Tensão a 110kV entre Lionde e Mapai, bem como a construção de uma nova Subestação em Mapai, com equipamentos de última geração. Com o apoio de empresas coreanas foi também possível instalar 24 Postos de Transformação para Mapai, Chicualacula, Dindiza, Massangena e Posto Administrativo de Pafuri. Portanto, queremos continuar a contar com o apoio da Coreia do Sul para garantir melhor capacidade de Produção, Transporte, Distribuição e Comercialização de energia eléctrica para atender a demanda das novas ligações, no âmbito do Programa Energia para Todos”, enfatizou o PCA da EDM à imprensa coreana.(Carta)

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Um acordo de “confiança e fornecimento” ao estilo canadiano e turco – onde o ANC dirige o executivo e o DA e o IFP (talvez com a EFF) controlam a legislatura – é aparentemente a opção preferida neste momento.

 

Três documentos de discussão obtidos pelo Daily Maverick, e apresentados enquanto as conversações do ANC NEC sobre a partilha de poder decorrem em Joanesburgo, na terça-feira, 4 de Junho, mostram a possível direcção do partido à medida que luta com as opções antes do prazo final de 16 de Junho.

 

O News24 informou nesta terça-feira, 4 de junho, que os líderes provinciais insistiram que primeiro fossem informados das opções antes do início das negociações. 

 

O ANC perdeu em KwaZulu-Natal e Gauteng.

 

O partido está inclinado para um chamado acordo de “confiança e fornecimento”, possivelmente com a DA e o IFP como parceiros preferenciais, mas deixando a porta aberta também a outros parceiros.

 

O Documento 1 foi escrito por um jovem intelectual progressista do ANC. Diz: “Um acordo de coligação que impeça a agenda de renovação e transformação do ANC seria um casamento de conveniência e daria prioridade à conveniência política em detrimento dos efeitos a longo prazo sobre o ANC e o país como um todo.”

 

Argumenta que: “Por estas razões, o ANC deve excluir os Combatentes pela Liberdade Económica (EFF) e o Partido/Partido uMkhonto Wesizwe (MKP) de Jacob Zuma de potenciais candidatos à coligação. Uma tal coligação corre o risco de anular o progresso substancial alcançado pelo governo do ANC até à data.”

 

Este artigo expõe as diferenças entre o ANC, por um lado, e a EFF e o MK, por outro.

 

Este documento diz que a melhor opção para a estabilidade do país é um acordo de partilha de poder ANC-DA-IFP. Estabelece três formas de partilha de poder: um governo de coligação, um chamado acordo de “confiança e fornecimento” e um governo de unidade nacional.

 

Classifica a opção preferida como um “acordo de confiança e fornecimento” no qual o ANC detém o poder executivo (talvez com cargos para o IFP). Ao mesmo tempo, o DA assume a legislatura, incluindo o Presidente e cargos importantes nas comissões.

 

O IFP é um parceiro atraente para o ANC porque os seus líderes têm um bom relacionamento. Isto permitirá que ambas as partes iniciem a reconstrução em KwaZulu-Natal, onde foram dizimadas pelo MK. Mais deserções são esperadas na província.

 

Uma cartilha para líderes partidários, o Documento 2 define este acordo da seguinte forma: “Um acordo de fornecimento e confiança, como o usado no Canadá, é um acordo formal entre partidos políticos onde [um] ou mais partidos apoiantes concordam em apoiar o governo em troca de concessões políticas ou envolvimento no processo legislativo. Este tipo de acordo é particularmente crucial em situações de governo minoritário, onde o partido no poder não detém uma maioria absoluta na legislatura.”

 

Torna o sistema viável, caso contrário o Estado poderia deixar de funcionar. Isto consta do documento que os negociadores usarão.

 

Como é formado?

 

O partido do governo (provavelmente o ANC), que não tem maioria, negocia com um ou mais outros partidos para obter o seu apoio. O objectivo é garantir que o governo consiga sobreviver a votações críticas no Parlamento, especialmente em questões orçamentais (fornecimentos) e legislação significativa.

 

O que acontece nas votações importantes?

 

O partido ou partidos de apoio (neste caso, talvez o DA e o IFP) concordam em votar com o governo em questões importantes, principalmente o Orçamento e quaisquer moções de confiança. As moções de confiança são críticas porque a perda do voto de confiança pode forçar o governo a demitir-se, possivelmente conduzindo a uma nova eleição.

 

Quais são as compensações?

 

Em troca deste apoio, as partes que apoiam normalmente negociam compromissos políticos específicos por parte do governo. Estas podem envolver ações legislativas, dotações orçamentais ou alterações às propostas de lei que se alinhem com a agenda do partido de apoio. Por exemplo, no Canadá, o Novo Partido Democrata exigiu concessões políticas do governo minoritário do Partido Liberal relativamente à criação de um plano para permitir que indivíduos de baixos rendimentos tivessem acesso a cuidados dentários.

 

O acordo também especifica a duração e os termos específicos, incluindo as políticas a serem seguidas e as condições sob as quais as partes podem rescindir o acordo.

 

“Este acordo pode proporcionar estabilidade a um governo minoritário, garantindo que este tenha apoio suficiente para aprovar legislação e orçamentos essenciais. Ao mesmo tempo, responsabiliza o governo perante os partidos que o apoiam, reflectindo uma gama mais ampla de interesses do que o partido do governo sozinho poderia representar”, diz o Documento 2.

 

Conclui que: “Os acordos de fornecimento e de confiança permitem que os governos minoritários funcionem sem coligações formais, proporcionando flexibilidade e garantindo que múltiplas perspectivas políticas possam influenciar a política governamental.”

 

Um líder sênior do ANC disse que o partido estabeleceria primeiro as políticas que não pode negociar, o que seria difícil de implementar.

 

Um alto líder do ANC disse que o partido estabeleceria primeiro as políticas que não pode negociar e que seriam difíceis de quebrar. Estas incluem o empoderamento económico dos negros (o manifesto da promotoria promete acabar com isso); restituição e expropriação de terras (a AD é contra a expropriação sem compensação, o ANC é a favor) e política externa (a ANC é pró-Palestina, a AD não).

 

Outras áreas parecem intratáveis e fizeram do presidente do ANC, Gwede Mantashe, um dos primeiros opositores a um acordo com a DA. O promotor acredita que o salário mínimo contribui para o desemprego. A opinião do ANC é que os salários mínimos tiraram milhões de trabalhadores negros pouco qualificados da pobreza extrema.

 

O ANC desenvolverá as suas posições antes de manter conversações com outras partes. Há uma urgência aqui, pois restam apenas 13 dias corridos para fazer um acordo e formar um governo.

 

O Documento 3, intitulado “Cenários para um governo de coligação”, foi escrito pelo membro do ANC, Matsobane Ledwaba, juntamente com quatro especialistas. Este documento de nove páginas é bem divulgado entre os membros do ANC e apresenta vários cenários para a partilha de poder. Salienta o ponto crítico de que o ANC não é um parceiro de negociação júnior.

 

“Com os resultados eleitorais agora encerrados, o ANC continua a ser o maior partido na África do Sul, garantindo uma votação de 40,22%.” O artigo de Ledwaba, em parte, atribui o resultado aos “media patrocinados” e aos partidos do “moon pack” (o pacto moonshot ou Carta Multipartidária, que foi agora dissolvida). Estabelece cinco cenários para os líderes do ANC discutirem.

 

Os autores comparam então estes cenários com as prioridades políticas do ANC, a percentagem de eleitores, as relações de trabalho anteriores e a convergência política, assegurando ao mesmo tempo um mínimo de 51% no Parlamento.

 

O documento estabelece critérios para os líderes partidários tomarem decisões sobre a transformação económica, a transformação social, o crescimento, a recaptura de círculos eleitorais perdidos, a defesa da democracia e das liberdades conquistadas, o legado e o futuro do ANC e a estabilidade de uma coligação.

 

Em seguida, o artigo classifica as diversas opções de coalizão. Coloca uma coligação ANC-EFF-PA em #1, uma coligação ANC-EFF-IFP em #2, e uma coligação ANC-MK-EFF em #3.

 

Em conclusão, adverte os líderes do ANC para “prestarem muita atenção à narrativa patrocinada pelos meios de comunicação social e pelas organizações financiadas com (a) mandato para trazer mudanças de regime. Não existe uma coligação fácil; cada um tem suas próprias vantagens e desvantagens dinâmicas.”

 

O líder do ANC que falou ao Daily Maverick sob condição de anonimato disse que era essencial para qualquer acordo de partilha de poder lidar com a exclusão económica, pois isso alimentou o sucesso do MK. A liberdade económica é também a campanha organizadora crítica da EFF. Ele disse que a ANC deveria considerar adicionar o EFF ao modelo de acordo de “confiança e abastecimento” ANC-DA-IFP que está a ganhar popularidade. (Daily Maverick)

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