Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Guy Mosse

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Um ano após a passagem do ciclone Idai, que afectou grande parte da população da cidade da Beira, cerca de 2.5 milhões de pessoas, em que quase a metade são crianças, ainda necessitam de ajuda humanitária.

 

De acordo com as projecções do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais de 3.000 crianças abaixo de cinco anos de idade, que foram diagnosticadas com desnutrição aguda severa, são a prova de que as mudanças climáticas afectam principalmente os pobres e as crianças.

 

Segundo a organização, embora Moçambique dificilmente contribua para o aquecimento global, o país passou por vários eventos climáticos nos últimos 12 meses. A 14 de Março do ano anterior, o ciclone IDAI atingiu a cidade portuária da Beira e arredores nas províncias de Manica e Sofala, no centro do país, deixando áreas inteiras, incluindo terras agrícolas, sem água.

 

Seis semanas depois, o ciclone KENNETH atingiu a província de Cabo Delgado, no norte do país trazendo ventos de mais de 200 quilómetros por hora. Enquanto isso, a zona sul do país sofreu uma seca severa, com consequências terríveis para agricultura e a segurança alimentar. Todos estes eventos contribuíram para esgotar a resiliência das famílias moçambicanas e dizimar seus meios de subsistência. Nesta altura estima-se que 1,6 milhão de pessoas no país não tenham comida suficiente.

 

“Com um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano do mundo (número 180 entre 189 países) mais de 46 por cento da população em Moçambique vive abaixo da linha da pobreza. Esta profunda pobreza torna desafiador para as famílias contruírem a resiliência por conta própria e, cada ano, com choques novos e mais fortes, está a tornar-se cada vez mais difícil se recuperarem”.

 

Porém, os ciclones, as inundações e a seca comprometeram as infra-estruturas de água e saneamento e causaram doenças diarreicas, como cólera, às quais as crianças são particularmente vulneráveis. O UNICEF e os seus parceiros conseguiram conter o surto da cólera após os dois ciclones, vacinando mais de um milhão de pessoas e restaurando rapidamente vários sistemas de água urbanas e a construção de 80 novas fontes, para monitorar melhor a clorificação da água potável, a distribuição de 648.000 garrafas de produtos químicos, entre outros.

 

Refira-se que o ciclone IDAI fez-se sentir também nos países vizinhos como Malawi e Zimbabwe, onde as casas e os meios de subsistência ficaram destruídos. (Marta Afonso)

Mais um rombo financeiro abala as finanças públicas moçambicanas. A semana passada foi descoberta uma fraude massiva em curso no CEDSIF (Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças), cujos valores já ultrapassavam os 100 milhões de Meticais, soube “Carta” de fontes séniores do Ministério de Economia e Finanças (MEF).

 

A fraude estava ainda em curso, garantiu a fonte, anotando que, desta vez, trata-se de fundos do próprio CEDSIF, que faz a gestão do sistema de pagamentos do Tesouro. De acordo com fontes de “Carta”, tudo indica que a fraude em curso estava a ser desencadeada por uma rede interna de funcionários. O CEDSIF tem 390 funcionários em todo o país. O rombo ainda não foi confirmado oficialmente.

 

De tempos em tempos, CEDSIF tem sido alvo de fraudes, com intrusão nos seus sistemas informáticos de gestão financeira. Um dos mais recentes deu-se em Setembro de 2018, no valor de 8 milhões de Meticais. Os envolvidos foram julgados e condenados depois de uma tentativa gorada de não investigação por parte do SERNIC. Outras fraudes envolvendo o sistema de finanças públicas e a banca comercial são simplesmente abafadas, para não alarmar dos doadores. (Carta)

quarta-feira, 19 fevereiro 2020 09:54

Música / Carnaval Brasileiro

O Carnaval é uma tradicional festa popular realizada em diferentes locais do mundo, sendo a mais celebrada no Brasil. Apesar do forte secularismo presente no Carnaval, a festa é tradicionalmente ligada ao catolicismo, uma vez que sua celebração antecede a Quaresma. O Carnaval não é uma invenção brasileira, pois sua origem remonta à Antiguidade.

 

(22 de Fevereiro, às 14Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)

segunda-feira, 17 fevereiro 2020 02:51

Insurgentes matam três pessoas em Nangade e Meluco

O grupo que “inferniza” a vida da população, nos distritos da zona centro e norte da província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, continua a ceifar vidas humanas, para além de destruir diverso património público e privado.

 

Vinte e quatro horas depois de o Governo ter-se reunido na cidade de Pemba, com os administradores e líderes mais influentes dos distritos afectados pelos ataques, com vista a buscar soluções para as atrocidades que se verificam naqueles distritos, o grupo, até aqui ainda não identificado, atacou duas aldeias (Chicuaia Nova e Litingina), do distrito de Nangade, norte daquela província.

 

De acordo com as nossas fontes, a primeira aldeia alvo dos ataques da quarta-feira foi a de Litingina, que terá sido atacada por volta das 22:00 horas. Do ataque, narra a fonte, resultou um óbito (uma cidadã) e dois feridos, porém, o mesmo durou pouco tempo, devido à “pronta-resposta” das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

 

De seguida, o grupo escalou a aldeia de Chicuaia Nova, que dista a menos de 1 Km da primeira. Aqui, confirmam as fontes, o grupo matou um idoso e incendiou palhotas, estabelecimentos comerciais locais, electrodomésticos, produtos alimentares e bicicletas.

 

As fontes garantem ainda que, nesta aldeia, também não aconteceu o pior devido à troca de tiros entre o grupo e as FDS, que despertou atenção dos residentes daquela aldeia, tendo-se refugiado nas matas.

 

Já no último sábado, 15 de Fevereiro, os insurgentes escalaram o distrito de Meluco, concretamente, a aldeia Nangololo, ao longo da Estrada Nacional nº 380, que liga a EN1 aos distritos da zona centro e norte da província. A aldeia está a menos de 20 Km do cruzamento de ADPP, onde os insurgentes fizeram vítimas humanas há dias.

 

À “Carta”, testemunhas afirmaram que a incursão iniciou por volta das 3:00 horas da madrugada de sábado. Do assalto, resultou a morte de uma pessoa (por decapitação) e o ferimento grave de outra, para além da destruição de dezenas de palhotas.

 

Devido à situação, fontes afirmaram que a circulação de viaturas de Macomia-sede à zona da ponte sobre o rio Montepuez ficou interrompida ao longo da manhã, após os condutores verem residências em chamas.

 

Refira-se que o Relatório do Governo Provincial de Cabo Delgado, apresentado hás dias, revelou que mais de 156 mil pessoas estão afectadas pelos ataques, para além da destruição de 76 escolas e vandalização de quatro centros de saúde. (Carta)

É pela terceira vez que os cabos que alimentam a iluminação que sinaliza a pista de aterragem do Aeroporto Internacional de Nacala (AIN) foram sabotados, desde a inauguração daquele “elefante branco”, em 2014. O dado foi confirmado pelos funcionários da empresa pública Aeroportos de Moçambique (AdM) e agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) afectos àquela cidade portuária, da província de Nampula.

 

De acordo com as fontes, nos primeiros dois actos de vandalismo, os meliantes terão cortado cabos das luzes de sinalização da pista, numa extensão de 500 a 3.000 metros, “longe” dos radares das duas unidades de segurança ali afectas: da PRM e da segurança privada.

 

Porém, a terceira foi de vez: quando “meliantes” voltaram a vandalizar os cabos de iluminação daquela infra-estrutura aeroportuária, numa extensão de 200 metros, a AdM conseguiu captar as imagens dos indivíduos envolvidos, tendo-se constatado que se tratava de agentes da PRM afectos àquele aeroporto.

 

Entretanto, fontes que avançaram o caso à “Carta” dizem que, devido às ligações existentes entre os agentes e os respectivos “chefes”, a nível de Nacala, o processo não vem andando. De acordo com as fontes, a acção visa sabotar a aterragem dos voos nocturnos, habitualmente usada pelos mercenários russos do Grupo Wagner, que desembarcam naquele local à noite, para fugir dos “holofotes”.

 

À “Carta”, a fonte garantiu que os agentes da Polícia envolvidos na sabotagem devem ter recebido orientações superiores, mas sem avançar os reais motivos. Sublinha que foi graças às camaras instaladas em alguns “pontos estratégicos”, que permitiram a identificação dos “vândalos”, porém, o processo não tem demonstrado avanços.

 

“Carta” procurou ouvir Emmanuel Chaves, PCA da empresa Aeroportos de Moçambique, porém, todos os esforços redundaram em fracasso. (Carta)

quinta-feira, 13 fevereiro 2020 08:55

Cinema / Southside With You

Venha passar a tarde connosco, numa sessão de cinema. Iremos mostrar o filme "South side with you", um filme que narra o romance de Barack e Michelle Obama.

 

(13 de Fevereiro, às 15Hrs no Centro Cultural Americano)

A economia moçambicana cresceu 2,03% no quatro trimestre de 2019, anunciou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

“O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado apresentou uma variação positiva de 2.03% no IV Trimestre de 2019 comparado ao período homólogo”, lê-se no boletim sobre as contas nacionais.

 

“O desempenho da atividade económica no quarto trimestre de 2019 é atribuído, em primeiro lugar, ao setor terciário que cresceu em 1.5%, com maior  destaque para o ramo de serviços financeiros com um crescimento na ordem de 5.6%”, refere o INE.

 

O documento indica ainda que o PIB do terceiro trimestre de 2019 foi revisto em alta em 0.02 pontos.

 

Assim, Moçambique fecha o ano com taxas de crescimento trimestral do PIB no intervalo entre 2% e 2,5%.

 

Trimestre - Taxa de crescimento do PIB

 

I - 2,5%

 

II - 2,3%

 

III - 2,01%

 

IV - 2,03%

 

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

 

(Lusa) 

segunda-feira, 10 fevereiro 2020 09:56

Música / Guto D’Harculete

Show de Neosuol, Funky, Soulfull, HipHop e Afrojazz em celebração do amor.

 

(14 de Fevereiro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)

São, no total, quatro cidadãos de nacionalidade chinesa, provenientes daquele país asiático, que se encontram no território nacional desde o último dia 30 de Janeiro e que se colocaram em quarentena voluntária, numa das estâncias hoteleiras da Cidade de Maputo, no contexto do surto do Coronavírus, que já matou mais de 560 pessoas naquele país.

 

Durante o seu briefing semanal, o Serviço Nacional de Migração (SENAMI) disse ainda não ter informações sobre a situação imigratória dos quatro chineses, que desembarcaram no país, dois dias depois de o Governo de Moçambique ter suspendido a emissão de vistos de e para China.

 

Falando à imprensa, na última quinta-feira, o Porta-voz do SENAMI, Celestino Matsinhe, disse que o processo de verificação da legalidade da entrada e permanência de cidadãos estrageiros não se faz à distância e que é necessário que se vá ter com as pessoas, de modo confrontar o passaporte com a pessoa.

 

“Não podemos avançar se estes cidadãos entraram de forma ilegal ou legal no país. Neste exacto momento, existe uma equipa que está no terreno para fazer a averiguação do processo migratório destes cidadãos: quem são, como entraram. Estando em quarentena, há procedimentos que devem ser seguidos para se ter acesso aos mesmos”, explicou a fonte.

 

Entretanto, em entrevista à Rádio Moçambique, a Directora de Saúde da Cidade de Maputo, Sheila Lobo, explicou que recebeu a denúncia e, depois de ter visitado a unidade hoteleira, constatou que os quatro indivíduos não apresentam sintomas do Coronavírus e que estão em quarentena como medida de prevenção.

 

Lobo entende que o medo instalado entre os trabalhadores daquela unidade hoteleira pode estar relacionado com a falta de informação. (Marta Afonso)

E porque é de comunicados lacónicos que se faz a gestão da situação de instabilidade militar de que está abraços o país desde Outubro 2017, esta quarta-feira, veio mais um. “As Forças de Defesa e Segurança estão em prontidão combativa”, assim reagiu a Polícia da República de Moçambique (PRM), quando debruçava-se sobre a ponto de situação nas províncias de Cabo Delgado, Sofala e Manica.

 

Na nota, a PRM assegura, no quadro da “prontidão combativa”, que se tem desdobrado em várias frentes operativas, em patrulhas ostensivas com um e único objectivo no horizonte: “Prevenir” e “combater” toda e quaisquer investidas dos indivíduos que estão a semear luto, dor, terror e a destruir de infra-estruturas (públicas e privadas) no norte de Cabo Delgado, bem como em Sofala e Manica.

 

“As Forças de Defesa e Segurança estão em prontidão combativa, desdobrando-se em várias frentes operativas, em patrulhas ostensivas, visado prevenir e combater quaisquer incursões de malfeitores nalguns distritos do norte de Cabo Delgado e os ataques armados perpetrado por Homens da Renamo, nalguns focos das províncias de Sofala e Manica”, diz, esta quarta-feira, a nota de imprensa do Comando Geral da PRM.

 

No entanto, apesar do discurso audacioso, os “malfeitores”, no terreno, tendem a mostrar cada vez mais o controlo do “teatro operativo” e, consequentemente, atribuindo um certificado de manifesta incapacidade às Forças de Defesa e Segurança (FDS) no que a resposta à altura diz respeito.

 

Esta terça-feira, por exemplo, homens armados emboscaram e assassinaram a tiro um condutor de uma viatura de caixa aberta na região de amatongas, distrito de Gondola, na província de Manica.

 

O ataque ocorreu a escassos metros do local, onde está instalada uma posição das FDS. Sobre a autoria do ataque armado, que ocorreu na Entrada Nacional Número Seis (EN6), no trajecto Gondola-Inchope, as autoridades imputam aos homens armados da Renamo, o maior partido da oposição do xadrez político nacional.

 

Ainda na terça-feira, os insurgentes atacaram as comunidades Nrahra, Mussomero, Namadai, Namiruma e Mahate, no distrito de Quissanga, situado a cerca de 100 quilómetros da cidade de Pemba, onde impiedosamente decapitaram sete cidadãos. Para além decapitar, o bando atacante, munido de armas brancas e fogo, queimou inúmeras palhotas e ainda o Centro de Saúde de Mahate.

 

Na semana passada, os indivíduos, ao que tudo indica inspirados no radicalismo islâmico extremo e até aqui sem rosto, visaram, igualmente, o distrito de Quissanga, e, uma vez mais, mataram, feriram, pilharam e destruíram diversas infra-estruturas. Os postos administrativos de Bilibiza e Mahate foram o rosto da macabra investida dos insurgentes.

 

O Bispo de Pema, Dom Luís Fenando Lisboa, citado pela Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre), estima que os ataques armados em Cabo Delgado já fizeram mais de 500 mortos.

 

O Prelado descreve a situação no terreno como sendo de uma verdadeira “tragedia” e que, além dos inúmeros mortos, há também número considerado de deslocados.

 

Os ataques armados a alvos civis e militares naquela parcela do país têm lugar desde Outubro de 2017. (I.B.)

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